quarta-feira, 26 de maio de 2010

Jogos Policiais - By Flavio Henrique - diariodeumpm


Qualquer pessoa que já tenha entrado em uma loja de jogos eletrônicos ou entrado em uma lan house deve ter percebido que os jogos policiais e de guerras são os mais famosos e jogados. O apelo que esses jogos causam nas pessoas, que podem “vivenciar” um dia de soldado ou de policial, é imenso. Quem nunca sonhou, quando criança, em se tornar um combatente da lei e sair pela cidade prendendo criminosos e combatendo o crime? Pois é: esses jogos revivem esse sonho de dentro da gente.
Porém, após uma década de gloriosos jogos, uma visão um bocado deturpada dessas profissões foi criada. Grande parte dos jovens de hoje, que desde criança estão acostumados a filmes policiais onde todo problema é resolvido com uma saraivada de tiros bem direcionada, pensa que todo o trabalho de um policial é esse: receber um aviso de um crime, ir até o local e sair atirando para todos os lados.
Mais utópica ainda, é a visão criada sobre os soldados e combatentes. Afinal, você já viu um jogo onde o jogador perde a guerra ou morre? Pois é. Nem eu. E, novamente, a visão de guerra é muito simplificada: o soldado se junta com meia dúzia de colega, pega umas duas ou três granadas e vai invadir uma base militar ultra-secreta. Não requer prática, nem tampouco habilidade!
Qualquer semelhança não é mera coincidência.
A maior prova que os filmes e jogos são um incrível formador de opinião em relação ao exército é o famoso jogo “American Army”, produzido pelo próprio Exército dos Estados Unidos e usado para recrutar jovens, mostrando-os uma imagem perfeita e irreal dos combatentes americanos. E isso é corroborado por várias pesquisas: um estudo feito pela NCJRS (Serviço de Referência Criminal dos EUA) mostra que a diferença de aprovação do serviço policial entre os jogadores e não jogadores de video-games é de quase 20%. Essa diferença é maior do que a criada por outros fatos, como o de já ter sido assaltado ou agredido. Ou seja: jogos influenciam mais a opinião individual do que a proteção real dos policiais.
Será que, daqui a alguns anos, será só lançar alguns jogos divertidos sobre policiais aqui no Brasil e todas as reclamações sobre a segurança pública vão acabar? É para onde estamos caminhando.  Pare e reflita de uma próxima vez. Dê mais valor ao policial que está aí ao seu lado, fazendo o dever dele de protetor público, ao invés de ficar bitolado em um amontoado de pixels que aparecem em seu computador, que tal?
Luiz Soares, criador do www.luizjogos.com
O texto acima foi enviado por um leitor e não implica necessariamente a opinião dos autores do Diário de um PM. A proposta é debater sobre até que ponto jogos podem influenciar na percepção das pessoas acerca da realidade, especialmente os simuladores de combate.
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