Existe um grande contrasenso na prática de defesa pessoal das polícias brasileiras, que incluem nos currículos dos seus cursos de formação várias artes marciais, cada uma delas com suas ritualísticas e procedimentos, que muitas vezes pouco tem a ver com as necessidades reais da atividade operacional. Com essa “salada de frutas” de artes marciais, uma pergunta se impõe: qual delas melhor pode ser utilizada como conjunto de técnicas policiais de defesa pessoal?
A resposta para a pergunta pode ser “nenhuma” e “todas”. Essa foi a decisão das várias corporações policiais em todo o mundo que adotaram o Krav Magá como filosofia de defesa pessoal:

Origem e História

O Krav Magá foi desenvolvido pelo israelense Imi Lichtenfeld, na década de 1940, no intuito de proteger o povo judeu da milícia nazista, à época da II Guerra Mundial.
Com o estabelecimento do Estado de Israel em 1948, Imi se tornou o Instrutor Chefe de Condicionamento Físico e Defesa Pessoal na Escola de Aptidão ao Combate das Forças de Defesa de Israel (IDF). Ele serviu na IDF por 15 anos, durante este tempo continuou a desenvolver e refinar o seu método de combate corpo-a-corpo.
Em 1964 ele saiu do serviço militar, mas continuou a supervisionar a instrução de Krav Magá em ambos contextos, militares e imposição da lei, além disso, trabalhou incassavelmente para refinar, aperfeiçoar e adaptar o Krav Magá para atender necessidades civis.
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Filosofia

O Krav Magá não é considerada uma arte marcial, como define a Federação Sul Americana de Krav Magá, “Não há regras ou competições, pois sua técnica visa à legítima defesa em situações de perigo real. Com respostas simples, rápidas e objetivas para situações de violência do dia a dia, mostra ao cidadão comum como se defender, independentemente de condicionamento físico, idade ou sexo. Com origem militar, sua aplicação nas forças de segurança já foi adotada por corporações do mundo inteiro por sua eficiência em combate”.
O Krav Magá se utiliza apenas do próprio corpo como ferramenta de defesa, ressaltando os pontos frágeis que toda pessoa possui como passíveis de receber golpes, utilizando-se, principalmente, da energia que o oponente aplicou no ataque. Tão objetiva é a técnica, que instrutores de Krav Magá incluem até a fuga como uma alternativa possível e viável, a depender do momento.
Leiam alguns princípios do Krav Magá:
- Contra-atacar assim que possível (ou atacar preventivamente);
- Focar ataques nas áreas mais vulneráveis do corpo, como olhos, mandíbula, garganta, virilha, joelhos, etc;
- Neutralizar o oponente o mais rápido possível, respondendo com um fluxo contínuo de contra-ataques, e, se necessário, abater/aleijar;
- Manter consciência dos arredores enquanto lida com a ameaça para perceber rotas de fuga, mais ameaças, objetos úteis para defesa e ataque e assim por diante.

A Técnica

Polícias de todo o mundo já tem o Krav Magá padronizado em suas instruções de defesa pessoal. Além disso, várias escolas especializadas estão surgindo, inclusive no Brasil, com o fito de dotar os cidadãos comuns de conhecimentos em defesa pessoal, visando se defender da violência vigente.
Vejam algumas técnicas empregadas no Krav Magá, em vídeos panorâmicos de menos de 30 segundos:
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Defesa Pessoal é, antes de tudo, uma questão de autoconfiança. Quando estamos falando de integridade física e preservação da vida, temos que ter em mente a necessidade de agir sempre de modo responsável e lúcido, pois qualquer deslize pode ser fatal. Por isso, reagir a qualquer investida dum oponente, demanda treinamento, preparo físico e psicológico, e um contexto suficientemente adequado para agir. Nem Krav Magá, nem qualquer técnica, pode ser absorvida por manuais ou vídeos. Estudo, treinamento e confiança é indispensável.


http://abordagempolicial.com/2010/07/krav-maga-defesa-pessoal-israelense/