domingo, 8 de abril de 2012

Delegados sob investigação



Assassinatos, tráfico de drogas, formação de quadrilha, extorsão, corrupção e tráfico de influência. Esses são alguns dos crimes atribuídos a delegados e agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, um agente da Polícia Federal que trabalha na Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, e um funcionário aposentado da Assembleia Legislativa potiguar. As denúncias desses supostos crimes já são de conhecimento da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), órgão vinculado diretamente à Presidência da República.   

Baseado nessas denúncias, o delegado geral de Polícia Civil, Fábio Rogério Silva, designou na quarta-feira passada uma comissão tríplice para apurar os supostos crimes. A comissão é formada pelos delegados João Bosco Vasconcelos de Almeida, Laerte Jardim Brasil e Marcus Dayan Pereira Teixeira de Vasconcelos.

A portaria, de número 020/2012, não faz referência aos supostos crimes. Da mesma maneira, não cita os nomes dos policiais que teriam relação com os delitos. O documento diz somente que a comissão deve "instaurar e concluir, no prazo legal, inquérito policial objetivando apurar as denúncias contidas nos documentos anexos ao Ofício nº 365/2011 - SNPDDH/SDH/PR". A sigla é referente à Secretaria Nacional de Promoção e Defesa de Direitos Humanos.

Procurado pela TRIBUNA DO NORTE, Fábio Rogério disse - através da assessoria de imprensa - que como a investigação corre em caráter sigiloso, não irá se pronunciar sobre a portaria. A TN também procurou um dos delegados que compõem a comissão. "Recebemos essa incumbência agora. Não podemos falar nada neste momento", limitou-se a dizer o delegado.

"Ordem é matar"

A TRIBUNA DO NORTE teve acesso com exclusividade às denúncias encaminhadas à Secretaria Nacional de Promoção e Defesa de Direitos Humanos. O documento, apócrifo, foi protocolado em 10 de junho do ano passado sob o número: 00005.004292/2011-71. Dez dias depois, o secretário substituto de Promoção e Defesa de Direitos Humanos, Gabriel Silva Ribeiro, enviou ofício (de número 365/2011) ao ouvidor de Polícia do RN, Geraldo Soares Wanderley.

Após tramitar na Casa Civil, na Corregedoria Geral e na Secretaria de Segurança, as denúncias chegaram nas mãos do delegado geral. Fábio Rogério decidiu designar a comissão tríplice na semana passada.

A TRIBUNA DO NORTE obteve cópia das denúncias, que são feitas em cinco páginas de papel ofício, em Brasília. O documento é atribuído ao Sindicato dos Policiais Civis do RN (Sinpol). Logo na primeira página, o denunciante frisa que "por não ter um plano se segurança devidamente traçado, a 'ordem é matar' para mostrar serviço perante a governadora e a sociedade" (sic). Fato teria ocorrido no ano passado.

O denunciante ressalta que "toda e qualquer investigação a ser realizada sobre os fatos jamais poderá ser feita pela polícia do Rio Grande do Norte, pois os policiais citados fazem parte da cúpula das Polícias Civil, Militar, PF e da Sesed, inviabilizando e tornando suspeita toda e qualquer apuração" (sic).

O denunciante diz que crimes ocorridos em abril de 2011 "demonstram claramente o que estou falando". Ele exemplificou usando quatro assassinatos atribuídos à polícia potiguar. As vítimas foram: os assaltantes Vidalvo Miguel da Silva e Damião Régis e Francisco Miguel, além de um outro cujo nome não é citado no documento. Para o denunciante, esses homens foram mortos "quando poderiam ter sido presos".

A pessoa que encaminhou a denúncia à SNPDDH diz que desde 2005 que várias mortes são registradas na região oeste potiguar. Segundo ela, "é sabido dentro das instituições policiais que muitas destas mortes foram arquitetadas pela família Veras com participação de policiais civis e militares" (sic).

Nesse trecho do documento, o denunciante se refere aos delegados Ronaldo Gomes de Moraes e Sheila Maria Freitas de Almeida, ao funcionário aposentado da Assembleia Legislativa Admilson Fernandes e ao agente de Polícia Federal Sílvio Marcelino da Silva Júnior. (Veja quadro)

O documento também trata do crime de tráfico de influência dentro da Polícia Civil. O denunciante tratou esse capítulo como "Esquema de nomeações estratégicas da Degepol". O crime teria sido cometido na época em que Ronaldo Gomes era delegado geral. O objetivo do dito "esquema" era "dar cobertura a determinadas irregularidades e recebimentos de propinas".
Adriano AbreuDelegado Ronaldo Gomes é um dos investigados sobre crimes cometidos em Natal e interior do estadoDelegado Ronaldo Gomes é um dos investigados sobre crimes cometidos em Natal e interior do estado

O denunciante cita outros quatro delegados como partícipes desse "esquema": Sílvio Fernando, Gustavo Santana, Delmontiê Falcão e Márcio Delgado Varandas.

Segundo o documento, Sílvio Fernando,  titular da Delegacia Especializada de Costumes (DEC) é "amigo íntimo do traficante e homicida Novinho do Gás [Wagner Miguel de Araújo Galvão]". O delegado teria inclusive sido "flagrado numa filmagem feita pelo Dr. Rolim [Raimundo Rolim de Albuquerque Filho, também delegado de Polícia Civil] viajando numa camioneta de propriedade de Novinho do Gás. Atualmente dá cobertura ao 'Esquema do Gás', tirando do caminho os concorrentes de Novinho" (sic). O documento ressalta que Wagner Miguel teria relações amorosas com "uma sobrinha do Dr. Ferraz, atual subsecretário de Segurança, (…), onde a ordem é não mexer com Novinho" (sic). Na verdade, o delegado de Polícia Federal aposentado Airton Ferraz ocupa o cargo de secretário-adjunto da Sesed.

O delegado Gustavo Santana foi citado no documento porque, quando estava na Delegacia de Costumes, teve, de acordo com o denunciante, "seu nome encontrado nas agendas dos bicheiros Luiz Correia e Marcelo Correia, presos e envolvidos numa operação que apreendeu várias máquinas caça-níqueis" (sic).

Delmontiê Evaristo Falcão, que hoje está na Delegacia Especializada na Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas (Deprov), foi citado porque estaria "envolvido num esquema de roubo de cargas na época em que era delegado de Assu, fato que está sendo investigado pela Polícia Federal".

Por último, o delegado Márcio Delgado teve o nome ventilado na denúncia por ter sido nomeado para a Delegacia Especializada de Investigação de Crimes Contra a Ordem Tributária (Deicot). A designação teria por objetivo "abafar o inquérito policial que está apurando as irregularidades do IPEM, que tem como acusado o ex-diretor Richardson [de Macedo Bernardo, preso na operação Pecado Capital e solto recentemente após a revogação dessa prisão]". O denunciante frisa ainda que Richardson seria um "testa de ferro do deputado Gilson Moura".

Quem é quem

Ronaldo Gomes - delegado de Polícia Civil

"Atual delegado geral, quando comandava o Deicor, realizava operações na região oeste e executava os desafetos da família Veras, chegando inclusive a receber R4 30 mil de Antônio Veras para dar cobertura em várias mortes no Alto Oeste, matando os desafetos dos Veras nas operações policiais, alegando 'reação' por parte dos bandidos".

Márcio Delgado - delegado de Polícia Civil

"Nomeado para a Deicot (ex-membro da Deicor, junto com Ronaldo Gomes e Lenivaldo [Pimentel]), com o objetivo de abafar o inquérito policial que está apurando as irregularidades do IPEM, que tem como acusado o ex-diretor Richardson [de Macedo Bernardo, preso na operação Pecado Capital e solto recentemente após a revogação dessa prisão] (testa de ferro do deputado Gilson Moura)".

Admilson Fernandes - funcionário aposentado da Assembleia Legislativa

"Ex-ajudante de polícia de dr. Maurílio [Pinto de Medeiros], conhecido como 'Admilson Pé de Cão' e tido como 'Menino de Ouro do dr. Maurílio'. Primo legítimo dos Irmãos Veras, arquitetava com a polícia a morte dos desafetos dos Veras e tinha acesso à localização das pessoas marcadas para morrer, que geralmente estavam foragidas, através de interceptações feitas pelo agente da Polícia Federal".

Sheila Freitas - delegada de Polícia Civil

"Ex-delegada de Caraúbas, casada com um vereador de Campo Grande (primo de Antônio Veras) e nora de Admilson Fernandes (também primo de Antônio Veras). A delegada, quando titular em Caraúbas, realizava operações fictícias com o objetivo de retirar os policiais da área onde ia acontecer os crimes, facilitando assim o cometimento do assassinato por parte dos pistoleiros, e muitas vezes nas operações, matava os desafetos dos Veras, alegando 'reação' por parte dos bandidos".

Gustavo Santana - delegado de Polícia Civil

"Teve seu nome encontrado nas agendas dos bicheiros Luiz Correia e Marcelo Correia, presos e envolvidos numa operação que apreendeu várias máquinas caça-níqueis".

Sílvio Marcelino Júnior - agente da Polícia Federal

"Atual coordenador de Inteligência da Sesed, gerenciador do Guardião, sem no entanto ter tomado posse, conhecido por ter realizado todas as escutas para o antigo secretário de Segurança Dr. Glauberto [Bezerra], escutas estas que grampeou (sic) os telefones de vários políticos do RN, fazendo uso do sistema da Polícia Federal. Passava todas as informações para os Veras e para a Polícia Civil, quando estava à frente do Departamento de Investigações da Polícia Federal e posteriormente quando coordenava a Inteligência da Secretaria de Segurança do RN na época da gestão passada, sendo inclusive gravado numa interceptação feita pela Justiça marcando um almoço com Antônio Veras, interceptação esta que é do conhecimento do promotor de Justiça Fausto França".

Silvio Fernando - delegado de Polícia Civil

Amigo íntimo do homicida e traficante Novinho do Gás [Wagner Miguel de Araújo Galvão], flagrado numa filmagem feita pelo Dr. Rolim [Raimundo Rolim de Albuquerque Filho, também delegado de Polícia Civil] (que depõe em relação a estes fatos) viajando numa camioneta de propriedade de Novinho do Gás. Atualmente dá cobertura ao 'Esquema do Gás', tirando do caminho os concorrentes de Novinho". Importante ressaltar que uma sobrinha do Dr. Ferraz [Airton Ferraz, delegado federal], tem relações amorosas com Novinho do Gás, onde a ordem é não mexer com Novinho.

Delmontiê Evaristo Falcão - delegado de Polícia Civil

"Envolvido num esquema de roubo de cargas na época em que era delegado de Assu, fato que está sendo investigado pela Polícia Federal".

Delegados teriam vendido 20kg de cocaína

As denúncias relativas a crimes supostamente praticadas por delegados da Polícia Civil são extensas e, dentre elas, atribuem o delito de tráfico de drogas a esses policiais. De acordo com o documento, profissionais da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) da Polícia Civil teriam orquestrado a venda de parte de entorpecentes apreendidos durante operações. Os delegados Ronaldo Gomes, Márcio Delgado Varandas e Lenivaldo Pimentel, além de uma pessoa identificada apenas como Geovane teriam vendido parte da cocaína apreendida durante operação em Jenipabu - Região Metropolitana - durante o ano de 2008.

Na oportunidade foi anunciado que operação resultou na apreensão de 100 quilos de cocaína. Para o denunciante, o caso vai além. Segundo o documento, a Deicor deflagrou operações paralelas em que ocorreram mais apreensões. "Várias diligências foram deflagradas pelo Deicor, resultando numa quantidade bem maior do que o divulgado", revela.  O documento enumera o que supostamente ocorreu após a ação policial: 1) "as diligências posteriores resultaram numa apreensão de aproximadamente 20 kg, que foi vendida em Recife pela quantia de 3 milhões"; 2) "Quem vendeu a cocaína foi o APC Geovane, lotado no Deicor e pessoa de confiança do Dr. Ronaldo Gomes, ex-agente penitenciário, que devido a antiga profissão tinha contatos com algumas traficantes, tendo realizado a venda na cidade do Recife"; 3) "o dinheiro foi dividido em partes iguais entre Ronaldo, Lenivaldo e Marcio Varandas ( 2,5 milhões) tendo  o APC Geovane ficado com 500 mil (usou recentemente 300 mil para comprar um apartamento)".

O caso

O delegado Ronaldo Gomes de Moraes, então titular da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), foi o responsável pela condução do inquérito que apurava a apreensão de cerca de 400 quilos de entorpecentes. A ação recorde ocorreu no ano de 2008. Sob o título de "Laboratório do tráfico é desativado", a TRIBUNA DO NORTE noticiava a prisão de uma dupla de traficantes e uma grande quantidade de drogas, entre crack e cocaína. A ação ocorreu no dia 8 de outubro de 2008 em uma casa na zona rural de Extremoz - Região Metropolitana. "Num lance de pura sorte, o destacamento da Polícia Militar de Extremoz desmantelou um laboratório de refino de cocaína na comunidade de Tabu, numa área limítrofe ao mangue localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) da praia de Jenipabu.  No local foram presos dois paulistas: Newton de Albuquerque Gomes Andrade e Cláudio Martins Júnior, ambos de 32 anos", informava a reportagem.

O delegado de Extremoz Vicente Gomes Filho lavrou o flagrante delito dos traficantes, mas o inquérito seria conduzido pelo delegado Ronaldo Gomes. Na oportunidade, a estimativa da polícia era que a apreensão da droga pudesse ter causado um prejuízo de R$3 milhões para a dupla criminosa. Quase uma semana depois, a Polícia Civil encontrou mais de 100 quilos de cocaína escondidos em veículo tipo Land Rover, de placas GGI-6868, que estava na residência dos suspeitos. A droga foi avaliada em R$ 25 milhões e estava sob um fundo falso da picape.

"Do jeito que está aí, poderia ser multiplicado em cinco vezes aumentando o lucro da quadrilha", declarou o delegado Ronaldo Gomes na época.

Em junho de 2006, a TRIBUNA DO NORTE publicou uma matéria intitulada "Execuções viraram rotina no Oeste". Nela, as informações diziam respeito à recorrência de práticas de homicídio naquela região do Rio Grande do Norte. "As execuções sumárias, que permanecem insolúveis, já somam nove, registradas em Mossoró e região, desde o começo deste ano. Crimes com estas características são muito comuns na região, principalmente, porque não existem testemunhas ou quem presenciou tem medo de falar. A pistolagem ocorre, na maioria das vezes, na casa da própria vítima, numa ousada atuação que desafia as autoridades. Ou simplesmente, num lugar ermo, onde ninguém tenha visto. É uma característica, também muito comum, de serem agricultores normalmente envolvidos com algum tipo de ilícito", dizia a reportagem.

De acordo com a denúncia obtida pela TRIBUNA DO NORTE, esses recorrentes crimes de homicídio podem ter relação com policiais civis e militares: "Desde o ano de 2005 que várias mortes vem acontecendo na Região Oeste sem que ninguém investigue a fundo os autores". Segundo o documento, "é sabido dentro das instituições policiais que muitas destas mortes foram arquitetadas pela Família Veras com a participação de policiais civis e militares".

Conforme a denúncia, algumas morte são suspeitas e devem ser investigadas a fundo. José Reis de Melo, Edson Patrício Diniz Júnior, José Garção de Campos Neto, Edson Vieira de Lima, Antônio Gomes e Antônio Amorim. Alguns deles teriam relação com crimes praticados contra integrantes da família Veras, como José Reis que confessou ter participado do assassinato dos irmãos Vicente e César Veras. Muitos foram executados e tiveram os corpos abandonados em estradas carroçáveis e terrenos de difícil acesso.

Segundo o documento, "toda e qualquer investigação a ser realizada sobre os fatos acima expostos, jamais poderá ser feita pela polícia do Rio Grande do Norte, pois os policiais citados fazem parte da cúpula das polícias civil, militar, PF e da Sesed, inviabilizando e tornando suspeita toda e qualquer apuração".

Vingança seria em resposta à morte de PM

"A morte de Vidalvo Miguel da Silva foi expressamente comandada de dentro da Sesed, para demonstrar "o que faz a polícia com quem mata policial". Esse trecho da denúncia contido na primeira página do documento diz respeito à morte do soldado PM Bruno Smith - alvejado durante ocorrência de assalto no município de Jucurutu.

Vidaldo Miguel da Silva é suspeito de ter matado o soldado Smith durante um assalto realizado em Jucurutu - a 230 quilômetros da capital. O crime ocorreu em março de 2011. O corpo de Vivaldo foi encontrado pouco tempo depois, já em estado de decomposição e com uma arma de fogo próximo ao cadáver. Damião Régis e Francisco Miguel da Silva,  suspeitos de ser parceiros de Vivaldo e estar presentes durante assalto que terminou na morte do soldado PM Bruno Smith, também foram assassinados. De acordo com a versão oficial, policiais trocaram tiros com os suspeitos a 10 quilômetros de Jucurutu, que foram alvejados e mortos.

Para o denunciante, isso representa "outro fato que demonstra que a 'ordem é matar' é a morte de Damião Régis e Francisco Miguel (parceiros de Vidalvo Miguel) que também foram mortos, quando poderiam ter sido presos".

http://tribunadonorte.com.br/noticia/delegados-sob-investigacao/217047

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Audiência discute estrutura do Itep

Publicação: 03 de Abril de 2012 às 00:00

Os diversos problemas que cercam o Instituto Técnico-científico de Polícia (Itep) serão discutidos em audiência pública que ocorre na manhã de hoje na sede da Procuradoria-geral de Justiça, em Candelária. A eficiência estrutural do órgão e possíveis soluções serão debatidas por membros do Ministério Público Estadual, órgãos governamentais e a população interessada no assunto. A audiência pública tem o objetivo de discutir com os órgãos de segurança pública, jurisdicionais, ministeriais, entidades de classe representativas dos peritos criminais, médicos-legistas, policiais civis e militares e a população em geral a situação da insuficiência da estrutura do Itep.
Júnior SantosWendell Bethoven: O Itep é o órgão mais ineficiente do sistema.Wendell Bethoven: O Itep é o órgão mais ineficiente do sistema.

A audiência pública foi convocada através da 19ª Promotoria de Justiça da comarca de Natal, integrante do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial.  Durante a audiência, o promotor Wendell Beetoven Ribeiro Agra irá apresentar o resultado das investigações iniciadas há seis anos, com a instauração do Inquérito Civil nº 001/2006. "O Itep é hoje o órgão mais desorganizado e ineficiente do sistema estadual de segurança. O Instituto não tem lei orgânica, que é a definidora da estrutura do órgão. Hoje é feito por leis antigas e não se adequam à atual Constituição", declarou o promotor em entrevista durante a semana passada.

Ele cita que o órgão não dispõe de novas técnicas periciais para o esclarecimento de crimes complexos, cuja ajuda da ciência e da tecnologia são indispensáveis. "Com o uso da ciência, os depoimentos testemunhais chegam a ser até desnecessários", afirmou Wendell. Para os promotores que atuam em processos criminais, a prova científica é imprescindível à elucidação de um crime e, conseqüentemente, à incriminação de um suspeito.

Tanto para Wendell Beetoven como para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública (Sinpol), Djair Oliveira, o combate à criminalidade está diretamente ligado ao funcionamento otimizado da Polícia Técnica.

As cobranças relacionadas à melhoria da estrutura do Itep em todo o Rio Grande do Norte são antigas. O Ofício nº 065/2003, assinado pelo então promotor de Justiça do Município de Cruzeta, Morton Luiz Faria de Medeiros, apontou falhas nas perícias criminais em um homicídio ocorrido na cidade e pedia providências imediatas para a base do Itep em Caicó. Quase dez anos depois, a situação é praticamente a mesma e não se resume ao Instituto baseado em Caicó. Em Natal e Mossoró, os necrotomistas utilizam facas peixeira para realizarem a abertura dos corpos a serem autopsiados. Este, porém, não é o único improviso. Na sede do Itep, em Natal, os aparelhos utilizados para a realização dos exames cadavéricos são acondicionados em locais sem proteção.

"O Itep funciona hoje como funcionava há 50 anos", ressalta Wendell Beetoven. De acordo com ele, "à medida em que o Instituto funciona mal, somente o criminoso é quem se beneficia". Além dos problemas relacionados aos Setores de Criminalística, Toxicologia e Perícias, há também o acúmulo de serviço na Coordenadoria de Identificação (Codim).

http://tribunadonorte.com.br/noticia/audiencia-discute-estrutura-do-itep/216666

Atirador deixa mortos e feridos em escola na Califórnia

Homem armado abriu fogo em escola particular cristã de Oakland.
Tiroteio deixou 7 mortos e três pessoas feridas; suspeito foi detido.

Do G1, com agências internacionais
67 comentários
Um homem armado abriu fogo dentro de uma escola particular em Oakland, na Califórnia, nesta segunda-feira (2) matando sete pessoas, ferindo três e desencadeando uma perseguição que terminou uma hora mais tarde com a prisão dele.
O atirador invadiu a Oikos University, uma escola cristã, por volta das 10h40 da manhã (14h40 no horário de Brasília). Estudantes em pânico saíram do prédio, enquanto a polícia iniciou uma caça pelo atirador na vizinhança, diz o "San Francisco Chronicle".
Corpos cobertos no gramado da escola Oikos University, em Oakland, na Califórnia, que foi invadida por atirador nesta segunda-feira (2) (Foto: Noah Berger / AP)Corpos cobertos no gramado da escola Oikos University, em Oakland, na Califórnia, que foi invadida por atirador nesta segunda-feira (2) (Foto: Noah Berger / AP)
mapa okland califórnia (Foto: Editoria de Arte / G1)
Segundo uma porta-voz da polícia de Oakland, um suspeito foi detido quase uma hora depois, num shopping, mas não foi revelada identidade, nem se ele teria alguma ligação com a instituição.
Ele foi descrito pela polícia como um homem de origem coreana, que aparenta ter por volta de 40 anos, com um armamento pesado e usando um macacão marrom.
Cinco ambulâncias foram enviadas ao local do tiroteio, indicaram os bombeiros de Oakland em sua conta no Twitter, mencionando "várias pessoas atingidas".
Angie Johnson, de 52 anos, declarou ao San Francisco Chronicle que tinha visto uma jovem deixar o prédio chorando, com sangue em seus braços, e gritando: "Levei um tiro".
Segundo a vítima, o atirador fazia com ela um curso na Escola de Enfermagem. Ele teria se levantado no meio da aula, teria atirado a queima roupa em uma pessoa, antes de atirar em toda a sala.
"Ela disse que ele sempre pareceu ser louco", declarou Johnson, citando a vítima. Mas ela não sabia "até onde ele podia ir".
A vítima tinha "um buraco no braço direito do tamanho de uma moeda, e o sangue jorrava", acrescentou.
Em seu site, a Universidade de Oikos indica que tem "como objetivo oferecer programas educacionais nas áreas de estudos religiosos, de música e de saúde".
Imagem feita com câmera de celular mostra a polícia cercando o prédio da escola onde houve tiroteiro em Oakland, na Califórnia (Foto: San Francisco Chronicle, Demian Bulwa / AP)Imagem feita com câmera de celular mostra a polícia cercando o prédio da escola onde houve tiroteiro em Oakland, na Califórnia (Foto: San Francisco Chronicle, Demian Bulwa / AP
 
 
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/04/atirador-deixa-mortos-e-feridos-em-escola-na-california.html

Adolescente ataca promotora com tesoura durante audiência no RS

Jovem aproveitou momento sem algemas para fazer o ataque.
Juiz, agente penitenciário e advogado evitaram que a mulher fosse atingida.

Do G1 RS
 
Adolescente tentou matar promotora com uma tesoura (Foto: Divulgação/Polícia Civil)Tesoura usada por menor no ataque à promotora em Soledade (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Um adolescente de 17 anos, que responde por mais 20 procedimentos como menor, atacou uma promotora durante uma audiência em Soledade, no Norte do Rio Grande do Sul. Em sessão realizada na tarde desta segunda (2), o menor aproveitou o momento em que o juiz pediu que fossem retiradas as algemas e avançou em direção à mulher.
Segundo o delegado Sander Ribas Cajal, da Polícia Civil do município, o jovem ficou irritado com as argumentações da promotora, pegou uma tesoura que estava sobre a mesa e tentou atingir Camila Santos da Cunha no pescoço.
"Ele foi para matar a promotora. Estava enfurecido", disse o delegado ao G1.
A promotora conseguiu se esquivar do primeiro golpe e foi salva graças à ação do juiz, de um agente penitenciário e do advogado do menor, que não permitiram que ela fosse atingida. Segundo o delegado Cajal, o menor foi autuado em flagrante. Ele será autuado por tentativa de homicídio, encaminhado ao Ministério Público e depois voltará para o Centro de Atendimento Sócio Educativo (Case) de Passo Fundo. Procurada pelo G1, Camila Santos da Cunha não quis falar com a imprensa sobre o caso.
 
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/04/adolescente-ataca-promotora-com-tesoura-durante-audiencia-no-rs.html

Polícia prende acusado de fabricar armas por encomenda


Publicação: 02 de Abril de 2012 às 12:03

Marco Carvalho - repórter


Fuzil, rifle, espingardas e revólveres. Munições de calibres .40, 380, 38, e 44. Além de moldes para fabricar submetralhadoras 9 milímetros. A lista forma o arsenal que estava em posse de José Pereira da Silva Gomes, 41 anos - preso na noite da sexta-feira passada no bairro do Bom Pastor, zona Oeste de Natal. Policiais da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) investigaram o caso e prenderam o suspeito após uma denúncia anônima. De acordo com a Polícia Civil, o homem, conhecido como "Zeca Armeiro", é um ex-policial militar expulso da Corporação  e com experiência na fabricação e manutenção de armamentos.


A Deicor investiga se o homem fabricava armas por encomenda e as fornecia ao mercado criminoso da capital. A polícia chegou ao flagrante após o suspeito decidir levar parte dos armamentos para cromá-los em uma empresa no bairro da Ribeira. Há vinte dias, a denúncia foi realizada e o ex-pm vinha sendo investigado desde então. Após a constatação de indícios de crimes, o delegado Normando Feitosa entrou com pedido de expedição de mandado de busca e apreensão e a 2ª Vara Criminal da Comarca de Natal autorizou a ação.


A abordagem ocorreu na rua João Francisco de Oliveira, no Bom Pastor. Segundo o relato dos policiais, houve resistência por parte do suspeito, obrigando os agentes a invadir a casa e rendê-lo. A Deicor encontrou o armamento após uma revista na residência. Lá, um fuzil calibre 762 de uso restrito das Forças Armadas, além de rifle calibre 44 "papo amarelo", foram encontrados. Munições diversas e outros tipos de armamentos desmontados foram flagrados.


Chamou a atenção dos policiais a presença de moldes para a fabricação de metralhadoras 9 milímetros. De acordo com o delegado Normando Feitosa, o homem não apresentou licença ou porte para estar com aquele tipo de equipamento. "Será indiciado nos artigos 12, 14, 16 e 17 - que dizem respeito à posse e ao porte ilegal de armas e munições, algumas restritas das Forças Armadas", disse o delegado em entrevista coletiva durante a manhã de ontem na sede da Delegacia-geral de Polícia (Degepol).


Os armamentos  serão enviados para uma perícia técnica no Instituto Técnico- científico de Polícia (Itep). "Agora será desencadeada uma investigação mais aprofundada sobre o caso. Iremos ver se alguma ocorrência registrou disparos de calibres semelhantes aos encontrados e se há alguma responsabilidade do suspeito", informou o delegado da Deicor.


Em depoimento à polícia, o acusado confessou que o material encontrado em sua residência é de sua propriedade, no entanto disse que não possui registro em seu nome de nenhuma das armas encontradas. Também negou que consertasse armas para revenda. Detido na cela do Núcleo de Custódia da Polícia Civil, Zeca Armeiro não quis conceder entrevista à equipa de reportagem da TRIBUNA DO NORTE que o procurou no local.


Normando Feitosa destacou a importância do disk-denúncia (181) para desvendar crimes. "Essa prisão só foi possível a partir dessa denúncia e é importante a colaboração do cidadão em informar à polícia qualquer anormalidade", enfatizou.

http://tribunadonorte.com.br/noticia/policia-prende-acusado-de-fabricar-armas-por-encomenda/216609 



Deicor prende ex-PM fabricando armas em Natal

Acusado é considerado especialista em fabricação de armamento e apontado como responsável por armar grandes quadrilhas no Estado.

Por Tiago Medeiros
Tamanho do texto: A

Cedida / Degepol
José Pereira da Silva Gomes, o “Zeca Armeiro”.
Os policiais civis da Delegacia Especializada de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) prenderam José Pereira da Silva Gomes, o “Zeca Armeiro” no final da tarde da sexta-feira (30) com várias de armas de fogo, em sua residência, em Dix-Sept Rosado, Zona Leste de Natal.

Segundo o delegado da Deicor, Normando Feitosa, o acusado era especialista em fabricar armas de grosso calibre e com ele foram apreendidos revólveres, rifles, espingardas, fuzis, moldes de metralhadoras e munições. Entre as armas um fuzil 7,62mm Mauser, com o brasão da República.

“Conseguimos prende-lo após uma denúncia anônima, informando que ele estaria levando armas para serem cromadas em uma empresa especializada. Ficamos surpresos com a capacidade de fabricação de armas do ex-PM, ao encontrarmos os moldes para as metralhadoras, e os pinos para numeração delas”.
Tiago Medeiros
Segundo delegado, acusado era especialista em fabricação de armas de grosso calibre.

Zeca Armeiro é ex-policial militar, expulso da corporação, e apontado como responsável por armar grandes quadrilhas no Estado. Contudo ao ser preso negou a comercialização das armas, e limitou-se a dizer que as armas eram dele e que as tinha há bastante tempo.

Foram apreendidas as seguintes armas e munições: um rifle 44, papo amarelo; uma espingarda CBC Magtech modelo 7022, calibre 22 LR ONLY, numeração E 055175; um revólver Tauros, calibre 38, numeração 71615; munição sem espoleta, calibre 357; uma munição CBC recarregada calibre .45 MA; uma munições calibre .44; três munições CBC SPL calibre 38; uma munição CBC calibre 357; 15 munições 9mm CBC +P+; 10 munições CBC calibre 380mm; cinco munições calibre 9mm CBC e outras duas LUGGER recarregada e picotada; uma munição calibre .40 picotada; duas munições calibre .22; um fuzil calibre 7,62mm mosquefal, modelo 1935 Mauser, com brasão da República número 3098; um espingarda de chumbinho; uma submetralhadora 9mm; um revólver calibre .22 Rossi, numeração 721909; dois revólveres desmontados calibre 38 Taurus, numerações 673255 e 1632633; e outro revólver calibre 38, de marca suprimida de numeração 121533; pinos para remarcação de armas; paquímetro; cabos de armas em geral; um molde para arma longa; cinco coronhas/empunhadura/corpo de metralhadora com especificações Luger 9mm, confeccionada artesanalmente; além de diversas peças para reposição de armas em geral. 

http://www.nominuto.com/noticias/policia/deicor-prende-ex-pm-fabricando-armas-em-natal/83524/

COMBATE VELADO | SAQUE VELADO | LADO R FT ANDRADE COMBAT | PARTE 1-25

Veja:  https://papamikejanildo.blogspot.com/2022/07/combate-velado-saque-velado-lado-r-ft.html https://papamikejanildo.blogspot.com/