Marco Carvalho - repórter
A tentativa de recuperar um produto de roubo por conta própria terminou em tragédia na noite da última terça-feira. O jovem Diórgio Mendes da Silva, de 21 anos, foi assassinado com mais de vinte tiros, e o sargento da Polícia Militar, lotado no 9º Batalhão (9º BPM) na zona Oeste, Magdiel Silva Bezerra, de 40 anos, foi alvejado uma vez. Diórgio morreu no local da ocorrência no bairro de Brasília Teimosa e o sargento foi encaminhado ao hospital, onde foi submetido a uma cirurgia e passa bem.
Quem conta como se deu a ocorrência é o irmão do sargento, que também é soldado da PM, lotado no 1º BPM nas Rocas. “Diórgio havia chegado em casa antes das 20h, se queixando de que havia sido assaltado e o seu celular, tomado. Magdiel então reclamou, pois naquela área o jovem era conhecido dos vizinhos como pessoa de bem e que isso não deveria ter acontecido com ele”, conta o homem que preferiu não se identificar.
A partir daí, ainda segundo o irmão, o sargento convidou o jovem a ir com ele até um ponto de Brasília Teimosa para tentar reaver o produto do roubo, saindo os dois em uma moto de propriedade do policial.
No cruzamento da travessa Boa Vista com a Rua Jordanês, ambos foram recebidos inesperadamente a bala por bandidos. “Magdiel foi atingido no abdômen e começou a fugir com Diórgio. Só que o jovem foi atingido e não conseguia mais andar, então meu irmão foi obrigado a deixá-lo senão morreria também”, lamenta o soldado.
Diórgio ainda se arrastou por mais cinquenta metros até ser alcançado por cinco homens, de acordo com informações do irmão do sargento, que dispararam cerca de vinte vezes já com o corpo da vítima no chão. Sem chances, ele morreu na hora na frente da casa de número 55.
O sargento Magdiel conseguiu ir até a sua residência, onde pediu ajuda e foi encaminhado ao Hospital Walfredo Gurgel. “O tiro perfurou o intestino e ele teve hemorragia interna. A situação agora está controlada e ele não corre risco de morte”, informou o irmão.
Região é comandada por traficantes, segundo soldado
Para o irmão, o sargento baleado foi ingênuo ao ir até uma área daquela, pois a região é comandada por traficantes que impõem regras. “Lá, qualquer carro ou moto tem que desligar os faróis para passar e tem que se identificar, senão são recebidos com tiros”, esclarece. Segundo ele, bandidos estão em várias esquinas vigiando quem passa, de modo que a área do tráfico não seja invadida por inimigos. “Eles têm um vigilante em cima da casa na travessa Bom Jesus. São armados com escopetas e fuzis”, informa o soldado da PM, dizendo que essa realidade perdura por três anos.
O irmão do policial baleado rebate as críticas feitas na iniciativa do irmão de recuperar por conta própria o produto do roubo. “Ele iria até a área e chamaria uma viatura para auxiliá-lo na ação, uma vez que ele não estava de serviço. O problema foi ser surpreendido”. Os cinco homens portando pistolas calibre 380 investiram contra os dois homens que passavam pela rua de moto e mataram o jovem.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE procurou o comandante do 1º BPM, coronel Silva Júnior, para averiguar a situação que ocorre na sua área de patrulhamento. Para o coronel, as informações passadas pelo soldados não são verídicas. “Isso não é verdade. Não recebemos nenhuma denúncia sobre essa situação de que o tráfico comanda uma rua. Temos que averiguar porque o soldado sabia e não nos repassou. Conversaremos com ele”, disse Silva Júnior.
De acordo com o coronel, os problemas que haviam naquela área foram resolvidos depois de uma operação em conjunto com a polícia civil. “Junto com a 2ª DP, fizemos um trabalho lá – inclusive prendendo dois homens com 20 quilos de maconha prensada -, e desde então não enfrentamos problemas relativos a tráfico. A gente sabe que eles voltam a agir depois de um tempo, contudo reafirmo que a nossa informação não bate com a do soldado”, concluiu, classificando como “ridículo” o papel a que se submeteu o irmão da vítima ao denunciar a suposta realidade da travessa Bom Jesus.
Casos de policiais militares feridos têm sido frequentes
A virada de ano não tem sido fácil para os policiais militares. De 18 de dezembro para cá, foram dois PMs mortos e cinco feridos. Os dois últimos não estavam fardados na hora da ocorrência.
O soldado Márcio Costa foi morto a tiros por um bandido que se recusava a deixar o ônibus na frente do shopping Midway. Na ocasião, o sargento Emanuel Flor e outro soldado ficaram feridos. O jovem meliante também terminou morto.
No último dia 11, dois PMs que trabalhavam em Baía Formosa foram vítimas de bandidos. O soldado Anderson Cantalice foi assassinado e o PM Hacenclever Alexandre Tavares Lopes também foi alvo de tiros, mas conseguiu sobreviver.
Um dia depois, o major Marlon de Góis, comandante da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) foi alvejado nas costas após reagir a uma tentativa de assalto no bairro de Pitimbu.
Ontem, a vítima foi o sargento Magdiel, que passa bem após se submeter a cirurgia no Hospital Walfredo Gurgel.
A tentativa de recuperar um produto de roubo por conta própria terminou em tragédia na noite da última terça-feira. O jovem Diórgio Mendes da Silva, de 21 anos, foi assassinado com mais de vinte tiros, e o sargento da Polícia Militar, lotado no 9º Batalhão (9º BPM) na zona Oeste, Magdiel Silva Bezerra, de 40 anos, foi alvejado uma vez. Diórgio morreu no local da ocorrência no bairro de Brasília Teimosa e o sargento foi encaminhado ao hospital, onde foi submetido a uma cirurgia e passa bem.
adriano abreu
Irmão do sargento baleado, que pediu para não ser identificado, conta como tudo aconteceu e faz denúncias sobre atuação do tráfico
O jovem trabalhava com comunicação visual no bairro de Cidade da Esperança e morava próximo ao local do crime, sendo vizinho do policial. Magdiel trabalha para a Polícia Militar há 20 anos, sendo os últimos oito no 9º BPM.Irmão do sargento baleado, que pediu para não ser identificado, conta como tudo aconteceu e faz denúncias sobre atuação do tráficoQuem conta como se deu a ocorrência é o irmão do sargento, que também é soldado da PM, lotado no 1º BPM nas Rocas. “Diórgio havia chegado em casa antes das 20h, se queixando de que havia sido assaltado e o seu celular, tomado. Magdiel então reclamou, pois naquela área o jovem era conhecido dos vizinhos como pessoa de bem e que isso não deveria ter acontecido com ele”, conta o homem que preferiu não se identificar.
A partir daí, ainda segundo o irmão, o sargento convidou o jovem a ir com ele até um ponto de Brasília Teimosa para tentar reaver o produto do roubo, saindo os dois em uma moto de propriedade do policial.
No cruzamento da travessa Boa Vista com a Rua Jordanês, ambos foram recebidos inesperadamente a bala por bandidos. “Magdiel foi atingido no abdômen e começou a fugir com Diórgio. Só que o jovem foi atingido e não conseguia mais andar, então meu irmão foi obrigado a deixá-lo senão morreria também”, lamenta o soldado.
Diórgio ainda se arrastou por mais cinquenta metros até ser alcançado por cinco homens, de acordo com informações do irmão do sargento, que dispararam cerca de vinte vezes já com o corpo da vítima no chão. Sem chances, ele morreu na hora na frente da casa de número 55.
O sargento Magdiel conseguiu ir até a sua residência, onde pediu ajuda e foi encaminhado ao Hospital Walfredo Gurgel. “O tiro perfurou o intestino e ele teve hemorragia interna. A situação agora está controlada e ele não corre risco de morte”, informou o irmão.
Região é comandada por traficantes, segundo soldado
Para o irmão, o sargento baleado foi ingênuo ao ir até uma área daquela, pois a região é comandada por traficantes que impõem regras. “Lá, qualquer carro ou moto tem que desligar os faróis para passar e tem que se identificar, senão são recebidos com tiros”, esclarece. Segundo ele, bandidos estão em várias esquinas vigiando quem passa, de modo que a área do tráfico não seja invadida por inimigos. “Eles têm um vigilante em cima da casa na travessa Bom Jesus. São armados com escopetas e fuzis”, informa o soldado da PM, dizendo que essa realidade perdura por três anos.
O irmão do policial baleado rebate as críticas feitas na iniciativa do irmão de recuperar por conta própria o produto do roubo. “Ele iria até a área e chamaria uma viatura para auxiliá-lo na ação, uma vez que ele não estava de serviço. O problema foi ser surpreendido”. Os cinco homens portando pistolas calibre 380 investiram contra os dois homens que passavam pela rua de moto e mataram o jovem.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE procurou o comandante do 1º BPM, coronel Silva Júnior, para averiguar a situação que ocorre na sua área de patrulhamento. Para o coronel, as informações passadas pelo soldados não são verídicas. “Isso não é verdade. Não recebemos nenhuma denúncia sobre essa situação de que o tráfico comanda uma rua. Temos que averiguar porque o soldado sabia e não nos repassou. Conversaremos com ele”, disse Silva Júnior.
De acordo com o coronel, os problemas que haviam naquela área foram resolvidos depois de uma operação em conjunto com a polícia civil. “Junto com a 2ª DP, fizemos um trabalho lá – inclusive prendendo dois homens com 20 quilos de maconha prensada -, e desde então não enfrentamos problemas relativos a tráfico. A gente sabe que eles voltam a agir depois de um tempo, contudo reafirmo que a nossa informação não bate com a do soldado”, concluiu, classificando como “ridículo” o papel a que se submeteu o irmão da vítima ao denunciar a suposta realidade da travessa Bom Jesus.
Casos de policiais militares feridos têm sido frequentes
A virada de ano não tem sido fácil para os policiais militares. De 18 de dezembro para cá, foram dois PMs mortos e cinco feridos. Os dois últimos não estavam fardados na hora da ocorrência.
O soldado Márcio Costa foi morto a tiros por um bandido que se recusava a deixar o ônibus na frente do shopping Midway. Na ocasião, o sargento Emanuel Flor e outro soldado ficaram feridos. O jovem meliante também terminou morto.
No último dia 11, dois PMs que trabalhavam em Baía Formosa foram vítimas de bandidos. O soldado Anderson Cantalice foi assassinado e o PM Hacenclever Alexandre Tavares Lopes também foi alvo de tiros, mas conseguiu sobreviver.
Um dia depois, o major Marlon de Góis, comandante da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) foi alvejado nas costas após reagir a uma tentativa de assalto no bairro de Pitimbu.
Ontem, a vítima foi o sargento Magdiel, que passa bem após se submeter a cirurgia no Hospital Walfredo Gurgel.
http://tribunadonorte.com.br/noticia/jovem-e-morto-e-pm-baleado-em-brasilia-teimosa/171753
Segundo a polícia, maioria dos carros não vale a pena consertar
