domingo, 12 de dezembro de 2010

População não confia na polícia


Andrey Ricardo -De Fato

As forças policiais do Brasil estão   desacreditas pela população em geral. Pesquisa recente mostra que a percepção (totalmente negativa) dos brasileiros com relação a segurança pública é hoje uma das maiores preocupações no país. Segundo o estudo, os brasileiros não confiam na polícia. Serviços básicos como atendimento ao público, investigação e abordagem são bem vistos pela sociedade. A população avalia ainda a polícia como preconceituosa, lenta e ineficiente.

adriano abreuPesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) foi divulgada no dia 2 deste mês, revela um dado preocupante: a população brasileira não confia na políciaPesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) foi divulgada no dia 2 deste mês, revela um dado preocupante: a população brasileira não confia na polícia





A pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) foi divulgada no dia 2 deste mês. Foram ouvidos moradores de todas as regiões do Brasil. O estudo é feito a partir de perguntas acerca das percepções dos brasileiros. Foram questionados temas como sensação de insegurança, confiança nas instituições policiais e serviços prestados pela polícia. Numa avaliação geral, os resultados são bastante preocupantes. Os índices positivos ocorrem em pouquíssimas situações da pesquisa, como por exemplo, no contato com a polícia. Poucos sofreram ameaças ou agressões físicas.

Uma das avaliações do Ipea foi com relação à confiança da população nas forças policiais. Nesta avaliação estão inseridas as polícias Militar, Civil, Federal e a Guarda Municipal - esse último só para as cidades que têm essas instituições. Das quatro, a Polícia Militar e a Guarda Municipal tiveram a pior avaliação. Mais de 70% dos brasileiros dizem que não confiam ou confiam pouco. A Polícia Civil, por exemplo, tem 69,9% de avaliação negativa. A Polícia Federal é a mais acreditada das forças policiais brasileiras, porém os índices ainda são preocupantes. 51,1% vêm a Federal negativamente.

Nessa mesma temática, o estudo avaliou itens específicos, como por exemplo, a maneira como a polícia atende as ocorrências pelo telefone. Mais de 60% dos brasileiros dizem que esse serviço é lento. Sobre a eficiência no registro das denúncias, 51,8% a consideram ineficiente. Acerca das da investigação, quase 70% dizem que ela é lenta e não atinge o resultado esperado. 66,5% avaliam as forças policiais como desrespeitosas e 55,8 julgam-na incompetente. Um dos dados mais preocupantes é a questão do preconceito da polícia. Quase 75% falam preconceito na polícia. Apesar do péssimo desempenho em praticamente todos os quesitos da pesquisa, os policiais brasileiros saíram-se relativamente bem na avaliação dos serviços prestados – essa parte direcionada apenas para quem já teve algum contato com a polícia. Mais de 43% dos entrevistados avaliam como ótimo ou bom o serviço prestado, contra 27,1% que disseram ter recebido atendimento ruim ou péssimo. Cerca de 30% votaram “regular”. Já com relação aos problemas ocorridos durante esse contato, a maioria (mais de 90%) não sofreu ameaças, agressão verbal e física e nem extorsão.

utilidade pública

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) atua como importante agente no cenário das políticas públicas. O Instituto assume o compromisso de articular e disseminar estudos e pesquisas, dentre várias outras atribuições. Esta pesquisa configura um sistema de indicadores sociais para verificação de como a população avalia os serviços de utilidade pública e o grau de importância deles para a sociedade. Logo, permitirá ao Estado atuar de maneira mais eficaz e em pontos específicos da complexa cultura e demanda dos brasileiros.

Entrevistados têm medo de assaltos

O engenheiro elétrico Talles Fernandes e a universitária Suênia Monte talvez nem se conheçam. Ambos são de Mossoró e têm praticamente os mesmos receios quando o assunto é falta de segurança. Os dois, assim como a maioria dos brasileiros que foram entrevistados na pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), não se sentem seguros. A maior parte acredita ser vulnerável a crimes de homicídio, assalto à mão armada, arrombamento e agressão física – são os quatro itens avaliados nessa pesquisa.

Para Talles e Suênia, ambos estão mais suscetíveis a sofrerem assalto à mão armada, que na pesquisa aparece como o segundo maior medo dos brasileiros. Os entrevistados pelo Ipea disseram ter mais medo de serem assassinados.

78,6% dos participantes da pesquisa disseram ter muito medo de serem assassinados. Somando-se àqueles que disseram ter pouco medo desse tipo de ação criminosa, chegamos a uma média de nove em cada dez brasileiros temerosos.

O assalto à mão armada é a segunda maior preocupação dos brasileiros quando o assunto é falta de segurança. “É muito fácil ficar impune em uma situação dessas. Qualquer um pode lhe agredir, roubar ou até mesmo matar. E em pouco tempo esta pessoa fica livre para cometer novos crimes”, diz o engenheiro civil.

Suênia afirma que o medo da violência faz com que ela, assim como muitos brasileiros mudem até mesmo seus hábitos. Em cidades do interior, como Mossoró, é comum encontrar pessoas sentadas às calçadas, principalmente à noite. Mas esse hábito está sendo praticamente extinto.

“A violência chegou a um ponto que a gente nem senta mais na calçada porque não tem coragem”, afirma Suênia. Mais de 90% dos brasileiros entrevistados disseram ter medo (muito ou pouco) de serem vítimas de um assalto à mão armada. Apenas 9,6% disseram não ter medo algum.

Para o engenheiro Talles Fernandes, sair às ruas diariamente é sempre uma situação de risco. “Não me sinto e não ando. Evito andar sozinho pelas ruas em qualquer horário. Sempre saio de carro. E caso necessite sair na rua, saio sem nenhum item que chame atenção de meliantes além de tentar andar sempre acompanhado”, destaca o engenheiro.

Suênia lembra que o fato de ser mulher a torna ainda mais vulnerável à violência. 

saiba mais

1- Os entrevistados responderam cinco baterias de perguntas. Em primeiro lugar, expressaram o grau de medo em relação a serem vítimas dos seguintes eventos: assassinato, assalto à mão armada, arrombamento da residência e agressão física.

2- Em segundo lugar, responderam sobre seu grau de confiança nas instituições policiais e também nas guardas municipais. Em terceiro, avaliaram vários itens ligados às polícias e seus serviços.

3- Por fim, com perguntas direcionadas apenas aos entrevistados que já passaram pela experiência de um contato com a polícia, foi feita uma avaliação dos serviços prestados foram coletadas informações sobre possíveis problemas ocorridos na interação com os agentes policiais.

4- As entrevistas são realizadas com pessoas físicas nas residências, de modo a obter as informações diretamente das famílias, segundo seu local de moradia


http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/populacao-nao-confia-na-policia/167340

É mais brando torturar do que roubar uma televisão

Edilson Braga - Fred Carvalho

O sistema penal é seletivo como um todo,  e discriminatório,  a polícia tem mais poder do que o sistema penal porque no sistema penal quem tem esse poder é quem faz o filtro e o filtro inicial quem faz é a polícia. Esses são alguns dos pensamentos do juiz Rosivaldo Toscano Filho, da 2ª Vara Criminal da zona Norte de Natal.  O juiz defende uma revisão no Código Penal Brasileiro e explica porquê: “Hoje é mais brando uma  pessoa torturar outra, do que duas pessoas furtarem um televisor, porque a pena é igual, de dois a oito anos, no caso do furto ainda tem uma multa, e um caso de tortura não tem.” Nessa entrevista à TRIBUNA DO NORTE, Rosivaldo diz que o sistema judiciário é seletivo e discriminatório. Para Rosivaldo, “a seletividade do sistema começa na lei, quando a lei determina uma contradição dessa, de que é menos grave uma pessoa sonegar R$300 milhões do que subtrair um aparelho de TV, então já começa aí a seletividade”. 

adriano abreuFalta tanta coisa, a gente vê que  o cumprimento do regime da pena deverá ser em cela individual, com aeraçãoFalta tanta coisa, a gente vê que o cumprimento do regime da pena deverá ser em cela individual, com aeração
perfil


Onde o senhor nasceu?

Em Natal

Idade?

38 anos

Quem é Rosivaldo Toscano?

Uma pessoa que ama seu trabalho a família e a cidade de Caicó

Ator preferido

Eu gosto muito de Carl Sagan.

Tem um livro dele chamado, “O Mundo Assombrado Pelos Demônios, a ciência vista como uma vela no  escuro, que ele fala sobre nossos mitos  de discos voadores, superstição. E tem um ator brasileiro que eu gosto muito que se chama Alexandre Morais da Rosa, ele é um ator jurídico.

E na literatura?

Eu gosto muito de não ficção, eu gosto muito de Fernando Morais, do seu livro Chatô, o rei do Brasil. Tenho dois livros escritos, tenho inclusive um romance escrito.

Time?

América

Como cidadão, de que forma o sr. analisa a sociedade Brasileira?

Eu acho que cada sociedade possui a criminalidade  que produz e merece,  isso aí não é uma frase minha, é uma frase de um criminalista  espanhol  Antônio Garcia Pablo de Moura, eu acho o problema que a gente ver.  Deve-se ter mais a política pública  de segurança, saúde, educação, transporte, programas sociais, mais que orientações,   eu acho que esse tem que ter um foco maior, um país com o grau de desigualdade, um país com história de  exploração que nós temos,  o Brasil tem que lembrar que desde o início fomos explorados. O  europeu chegou aqui para dissimular uma guerra, para dizer que era o dono da  verdade, eu sou o evoluído e você é involuído, e a gente vem sendo explorado desde o início, e isso não é só no Brasil,  é em toda América Latina,  que até hoje é bastante submissa aos países centrais dos Estados Unidos, da Europa. A gente tem que pensar que,  para se ter um país com menos problemas,  tem que diminuir a desigualdade social. 

O que fazer para acabar com essa desigualdade?

Eu acho que a gente vem há oito anos com um governo de vanguarda, a gente vem diminuindo a linha da pobreza; acho que tem que  acentuar isso, um ponto muito importante é a questão da educação, que passa pela questão de como respeitar a sinalização do trânsito,  como respeitar a fila, de não querer tirar proveito do outro. A própria população sabe que aquela nata, aquele grupo pequeno que está no alto da pirâmide vai explorar, nós temos uma forma  de exploração muito forte de cima para baixo.

Em uma sentença que o sr. proferiu recentemente, o sr. faz uma crítica velada ao Ministério Público.  Por quê?

Na verdade, eu faço uma critica não a Ministério Público A, B, ou à política, isso é uma coisa sistêmica, quem assistiu Tropa de Elite, tudo bem, não tem aquele ideia que o filme tem, mas ele passa  a informação de que é o sistema que tem que mudar a estrutura de funcionamento  do próprio sistema, tem que ter uma virada do nosso modelo  de controle. Acho que a criminalidade nunca vai terminar, vem desde o início da Bíblia, já começa com crime, tem um homicídio, a criminalidade tem que ser controlada, nós temos uma demanda de infrações devido ao nosso Código Penal, porque a gente tem que lembrar que a polícia vai atrás da pessoa que comete a infração, porque o Código Penal diz, mas primeiro nós  tínhamos que ter um trabalho de enxugamento. No Brasil todo problema que tem é crime, aí cria um código penal, achando que isso vai resolver, não vai; segundo ponto, a nossa legislação respeita mais o B do que o C. Hoje é mais brando uma  pessoa torturar uma pessoa, do que duas pessoas furtarem um televisor, porque a pena é igual, de dois a oito anos, no caso do furto ainda tem uma multa, e um caso de tortura não tem. Se uma pessoa arrancar um braço de uma outra, esse crime é menos grave do que duas pessoas subtraírem um televisor, porque a pena também é de dois a oito anos, só para se ter uma ideia da nossa legislação.

Há outros exemplos?

Se um indivíduo  sonegar R$ 300 milhões e se dois indivíduos subtraírem um aparelho de TV, e até o recebimento da denúncia, esses rapazes devolverem espontaneamente  a TV, eles vão ter uma  diminuição na sua pena, e se o sonegador pagar os R$ 300 milhões até o recebimento da denúncia, será extinta a pena. O mais interessante é que se ele fizer um parcelamento em mil anos,  como aconteceu,  o processo fica suspenso, já  se os rapazes  do televisor  devolverem espontaneamente, eles vão ter uma diminuição de sua pena, um juiz vai aplicar uma atenuante para eles, mas o processo continua e eles vão ser condenados.

Como corrigir essa anomalia?

 Tem que ter uma revisão do Código Penal, a  gente tem que valorizar o ser e não o ter, porque isso mostra que o ser não vale nada, o crime de lesão corporal é de ação penal, fica condicionada a representação. Você dar uma surra em outra pessoa, a pessoa tem que ir à Justiça dizer eu quero, enquanto a gente ver a vítima que teve por exemplo, um celular subtraído, ela fica chateada de vir reclamar, ela só queria o seu celular de volta, agora quando há uma violência física ou grave ameaça, ela quer punição, porque sofreu com traumas, mas esses crimes menores de furto a maioria da vezes a vítima nem quer ter o aborrecimento de vir aqui, perde tempo vindo ao Fórum. Eu pretendo que esse tipo de crime fosse a ação pública condicionada, porque se você lesionar uma pessoa é condicionada, a vida e a integridade de uma pessoa são direitos inalienáveis, ninguém pode doar o corpo para que a pessoa arranque meu braço.

O sistema penal é seletivo?

É, o sistema é seletivo como um todo, ele é seletivo e discriminatório, a seletividade do sistema começa na lei, quando a lei determina uma contradição dessa, de que é menos grave uma pessoa sonegar R$300 milhões do que subtrair um aparelho de TV, então já começa aí a seletividade. A seletividade secundária, a gente tem uma falsa ideia que toda pessoa que comete um crime é punido, a uma cifra negra, que a gente fala, que há um índice de infração que não são punidos, se cada um de nós fizer um exame de consciência e fizer seu histórico, todos nós veremos que cada um tem seu prontuário de pequenas infrações, é aquele dia que a gente bebeu, é interessante quando eu dou uma palestra sobre isso, eu digo, quem aqui já bebeu e dirigiu?

Ninguém  atirou a primeira pedra?

Todo mundo tem seu lado sombrio, tem seu pequeno prontuário de infração, eu acho que primeiro tem que haver um enxugamento desses tipos, porque a gente tem uma ideia, quando se vai aplicar   o direito, que legislador é racional, pensar, que ele faz um estudo,  pode ter certeza  de que 90%   dos crimes penais são feitos muito mais pelos meios de comunicação social, pela pressão  social do que um estudo   verdadeiro que deveria ser tomado naquele caso, porque  a gente vê situações que o indivíduo precisa muito mais de um tratamento do que uma prisão, e a gente não pensar, isso é um grande problema, que a sociedade cobra, mas ela não para para  pensar que em determinadas situações, colocar alguém, preso, vai deteriorar essa pessoa, a gente vai fazer com que essa pessoa, saia pior de que quando entrou. Então a pena de prisão ela tem que ser realmente aplicada para situações extremas,   e ela é como resguardo, por exemplo, a gente aplicar uma pena alternativa, que é uma pena que educa no sentido, a pessoa vai fazer cumprir aquilo ali, ela vai saber que existem limites,  eu fiz isso aqui,  então vou pagar uma pena alternativa, e a pena privativa de liberdade ela fica de resguardo se ela não cumprir a pena  decisiva de direito aí ela vai ser presa.

O senhor acha que a saída seria a execução de políticas públicas consistentes?

As políticas públicas de segurança, ao invés de política de segurança pública, principalmente a questão que eu vejo, por exemplo, tanto o paradigma que nós vimos  nas eleições, ainda tem aquela ideia que o combate ao crak tem que ser um estilo militarizado. Eu falo o controle da criminalidade e nunca o combate, porque nós vimos aí o que aconteceu no México, em três anos se criou a guerra contra o tráfico, e guerra tem soldados, tiros,  vítimas colaterais, civis, inocentes e guerra é guerra e não tem limites. 

O que o senhor acha da política de tolerância zero como foi adotada em Nova Iorque?

A política de tolerância zero só reforça o que eu já falei, porque ela visa as pequenas infrações, então o que a gente faz, é o seguinte: vamos pensar só em pequenas infrações, as grandes, não estou falando em ordem econômica, entendeu, as grandes infrações com repercussão econômica, então a política de tolerância zero, ela foi abolida nos Estados Unidos, ela serviu só de propaganda para quem queria efetivamente combater a consequência do problema.

Por que a sociedade é paciente com os crimes do colarinho branco?

Pois é,  o político que cometer um mau feito público, que devia milhões de reais, não é um ladrão, entendeu, a gente tem uma visão muito moralista e muito esteriotipada, a gente tem que ver que os grandes crimes não são cometidos com revólver e sim com a caneta, é uma arma muito mais poderosa do que uma bala. Quando um político desvia 10 milhões de reais, ele não está desviando do bolso de ninguém diretamente, mas o cidadão sente quando um camarada furtar um celular dele.

Quem faz o filtro inicial é a polícia

Grandes empresários subtraem o FGTS dos trabalhadores, são denunciados mas a sociedade passa a mão na cabeça deles. Por que essa indulgência da sociedade?

Exato, na verdade isso também é feito muito pelos meios de comunicação; os meios de comunicação representam os interesses dos grandes grupos, o grotesco, o brutal ele chama atenção, ele vai no que é mais primitivo do ser humano, no sentido que ele está assistindo aquela coisa grotesca  e está vendo que não é a vítima desta vez, às vezes, o primitivo era caçador  e às vezes caça também, então isso chama muita atenção, isso vende  e também interessa vender essa sensação de segurança, porque essa sensação desvia a atenção do  verdadeiro foco do problema, porque o verdadeiro problema está na corrupção, nos desvios dos recursos públicos,  na sonegação, nos crimes que têm uma repercussão econômica muito grande, porque um Estado como o Brasil  precisa  de políticas públicas pesadas durante muitos anos para poder diminuir esse plano de desigualdade, e o Brasil só vai poder ter quando  tiver um orçamento realmente que permita executar essas políticas públicas e para que ele tenha orçamento, a gente tem que diminuir a sonegação dos impostos e os desvios  dos recursos públicos.

A violência não está banalizada?

A gente tem que entender antologicamente o que é violência:   é todo ato que atentar contra a dignidade do ser humano: a fome, a falta de perspectiva é violência, você não ter condição nenhuma de ser educado é violência, precisamos refazer essa visão da violência. Já melhorou muito, a gente vai ter ainda pelo menos doze anos pelo menos no governo de vanguarda, mas o combate à violência tem que ser  em todos os sentidos da violência do Estado contra o indivíduo e/ou vice-versa, a gente tem que ter os  dois caminhos.

O senhor acha que a imprensa tem poder de influenciar  o júri popular?

Em algumas situações têm,

Já ocorreu?

Eu nunca participei, mas a ideia que me passa, no caso Nardoni,  dificilmente iria absolver, o cidadão é leigo, e sem querer ele termina prejudicando com tantas notícias. O que me passa um caso como esse é que já pode sair julgado, Bruno eu não sei, o cidadão percebe a injustiça, a transferência e o caso dos Nardoni é uma catástrofe, porque a população vê tanta injustiça, mas dessa vez a justiça vai existir, e a população tem um gozo, naquele momento, como se a população quisesse se vingar.

A pena no Brasil é dada pensando na ressocialização do preso?

A gente tem que pensar se o discurso é que a pena socializa, então depois de um tempo eles vão ter que sair, porque se a gente começar, na forma que está, tudo é crime, começar colocar gente na cadeia daqui a pouco não vai ter mais dinheiro para nada, vai ter dinheiro só para prisão, não vai ter nem carcereiro, não estou falando em  domicílio, mas infração menores temos que ter cautela para colocar gente na prisão, lembre-se, um preso custa em média R$ 1.600,00 por mês em todo o Brasil, será que não seria melhor política pública de  segurança do que política de segurança pública, entendeu, temos que fazer essa avaliação.

A prisão é a única saída para a reparação de um crime?

Em algumas situações sim, mas você comprar numa loja e não pagar, o dono da loja coloca você no Serasa. Eu acho que tem outros meios, eu acho que em algumas situações com a sociedade de consumo que se tem,  em muitas situações teria mais efetividade o juiz determinar que o camarada que tivesse seu nome no cadastro dos devedores, até ele pagar o conserto do portão do que dar uma pena a ele, porque os meios de investigação eles  têm limites de trabalho, a Polícia tem limite de trabalho, o Ministério Público, o Judiciário tem limite de trabalho, se não,  o que vai acontecer, a gente vai ter punido isso aí e aquele cidadão que causou o prejuízo socialmente muito maior ele vai punir e aquele dinheiro que faltou de uma política social talvez para  educar  esse cidadão que deu um chute no portão não existe, tem que se quebrar esse ciclo  vicioso, um camarada desse colocar ele no cadastro de  inadimplentes, ele vai pedir arrego rapidinho.

O senhor afirma que a polícia tem mais poder do que o sistema penal?

É, porque quem faz a filtragem é a polícia, só chega ao Judiciário e ao Ministério Público o que passar pela polícia. Se não houver formalização, nem o Judiciário vai saber e nem o Ministério Público vai saber; no sistema penal quem tem esse poder é quem faz o filtro e o filtro inicial quem faz é a Polícia.

O poder que a polícia tem na investigação é muito grande?

 Dentro do sistema penal a polícia termina tendo um poder maior, ela quem pode fazer  atividade inicial.  É por isso que eu acho que o Ministério Público tem que ter uma gerência maior que a polícia, eu defendo que o poder investigativo do Ministério Público, que a polícia seja submetida ao Ministério Público, como é nos Estados Unidos. Aqui   inventaram essa coisa chamada de inquérito policial. A gente tem que lembrar que  o nosso Código Penal e o de  processo penal foram implantados, todos os dois, na ditadura militar, talvez naquela época não era bom ter o Ministério Público que temos hoje, e que é um órgão assim fenomenal, importantíssimo na sociedade, acho que Ministério Público tinha que ter uma gerência sobre a investigação.

Todos são realmente iguais perante a lei?

Eu acho que quanto maior o índice de desigualdade, mais generativo é o sistema penal, porque o sistema é seletivo, embora que ele diga que todos são iguais perante a lei. Eu tenho dez anos de magistrado, e estou lembrado de dois ou três casos de pessoas que tinham uma renda elevada, o público mesmo achou o réu. Olha, eu era juiz de Mossoró em 2006,  quando assumi a Vara de Execução Penal,  durante três meses. No meu primeiro dia, eu queria saber a relação dos presos, como eu tenho facilidade com informática, eu bolei o sistema lá, coloquei uma  ficha com o nome de cada preso, eu cheguei no outro dia com as fichas de duzentos presos, para que eles escrevessem em cada folha as queixas deles, o diretor me deu a relação de cela por cela, já cheguei com o envelope de cada cela, quando entreguei na primeira, o preso falou: Doutor ninguém sabe escrever aqui, e nessa brincadeira só cinco de duzentos presos sabiam ler e escrever e  receberam o pagamento para preencher os formulários dos outros. 


http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/e-mais-brando-torturar-do-que-roubar-uma-televisao/167330

Duplo-homicídio em Parnamirim



Roberta Trindade- repórter

Duplo-homicídio é registrado na madrugada de hoje em Parnamirim. Elias do Nascimento Dantas, 29 foi executado com vários tiros, a maioria na cabeça, dentro da casa onde morava na rua Dom Pedro II, no bairro Liberdade. Após ser assassinado, os criminosos mataram em frente à casa de Elias, um homem (ainda não identificado). As execuções ocorreram por volta das duas horas da madrugada deste domingo (12). Elias era tio de Rafael Alessandro da Silva, vítima de bala perdida, há seis meses, na Vila de Ponta Negra, zona Sul da capital. Rafael que tinha apenas seis meses de vida estava no colo de uma adolescente, em uma festinha, quando foi atingido por um tiro no tôrax. Os disparos foram efetuados por “Pretinho” que está preso e que , na época, afirmou que queria matar um rapaz que estava na festa. Na ocasião, outras cinco pessoas foram baleadas.
Júnior SantosElias do Nascimento Dantas, foi assassinado em Parnamirim.Elias do Nascimento Dantas, foi assassinado em Parnamirim.

De acordo com a Polícia, Elias estava sentado no sofá da casa onde morava com a mulher e dois filhos ( um menino de cinco anos e uma garota de dez anos), quando homens (não se sabe a quantidade exata) invadiram a residência e efetuaram os disparos. Ainda de acordo com policiais, os criminosos chegaram na residência de Elias em um veículo e em duas motos. A informação foi confirmada pela irmã da vítima, a empregada doméstica Maria Cristina da Silva, 36 (que também era avó de Rafael). “A sorte é que não mataram a minha cunhada e os meus sobrinhos”.

Maria disse que o irmão ganhava a vida como pedreiro e que não sabia se ele tinha inimigos. “Nós todos (da família) moramos na Vila de Ponta Negra, só ele que residia em Parnamirim. Era difícil a gente se encontrar”.

A empregada doméstica contou que ao receber o telefonema (sobre a morte do irmão) seguiu para a casa de Elias. “Foi uma cena horrível. Ele estava no sofá morto”, chora.

Questionada sobre o outro rapaz que foi assassinado, Maria disse que não tem muitas informações. “Me disseram que

era um rapaz que passava pela rua e que quando os assassinas deixaram a casa do Elias, encontraram com ele, no meio do caminho e o mataram também”.

Mas, existe outra versão para a segunda morte. De acordo com Policiais Militares que não quiseram se identificar, o homem que foi assassinado teria indicado para os criminosos onde Elias morava.

Maria disse que a morte do neto (Rafael) não tem ligação com o assassinato de Elias. “Meu neto estava no lugar errado e na hora errada. “Pretinho” não queria matar Elias. Nem se conheciam”.

Agentes da Polícia Civil que estiveram no local do crime afirmaram que dentro do bolso da calça de Elias foram encontrados 12 projéteis de arma de fogo, calibre 38. 

http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/duplo-homicidio-em-parnamirim/167418

Calendário para os cursos da Rede EAD Senasp – 2011



Atividades






Ciclos 2011 Ciclo 21  Ciclo 22  Ciclo 23
Inscrições 1ª Parte*  27/01 a 29/01  10/05 a 12/05  16/08 a 18/08
Inscrições 2ª parte**  30/01 a 31/01  13/05 a 14/05  19/08 a 20/08
Validações das inscrições  27/01 a 08/02  10/05 a 23/05  16/08 a 29/08
Período de Matrículas  09/02 a 18/02  24/05 a 02/06  30/08 a 08/09
Divulgação das Turmas***  19/02 a 22/02  03/06 a 06/06  09/09 a 12/09
Aulas 40 h  23/02 a 30/03  07/06 a 12/07  13/09 a 18/10
Aulas 60 h  23/02 a 13/04  07/06 a 26/07  13/09 a 02/11
Fechamento atividades tutoria****  14/04 a 20/04  27/07 a 02/08  03/11 a 09/11
A programação e as datas informadas podem sofrer alterações
* Alunos novos e cadastrados só poderão se inscrever em um curso.
** Caso o limite de vagas não seja atingido na primeira etapa das inscrições, o aluno já cadastrado, que não tenha evadido no ciclo anterior, poderá solicitar inscrição em
mais um curso,até o limite previsto de vagas.




*** Envio de confirmações de matrículas para todos os alunos matriculados no ciclo.
**** Período para o tutor finalizar suas atividades.












COMBATE VELADO | SAQUE VELADO | LADO R FT ANDRADE COMBAT | PARTE 1-25

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