sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Cartas achadas em Catanduvas revelam planos de roubo a banco e reação às UPPs


Cartas achadas em Catanduvas revelam planos de roubo a banco e reação às UPPs

Bilhetes manuscritos indicam que traficantes queriam "abalar tudo"
Do R7 | 26/11/2010 às 22h05
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Em duas cartas apreendidas no presídio federal de Catanduvas, no Paraná, em outubro, os traficantes da facção criminosa apontada como a responsável pelos ataques no Rio de Janeiro, dizem que pretendiam realizar um grande roubo a banco e também reagir à política das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs).
- Em relação de dar um lance nos bruxos das UPPs, esse papo já foi dado. O lance tem que ser numa só para abalar tudo.
Os bilhetes, que foram endereçados aos traficantes Marcinho VP e My Thor, diziam também que a facção criminosa pretendia matar o integrante de uma ONG que é apontado como aliado do governo.
Nesta sexta-feira (26), a Justiça aceitou denúncia contra Marcinho VP e Elias Maluco, que foram acusados pelo Ministério Público como sendo os mandantes da onda de ataques. Os dois foram transferidos de Catanduvas para o presídio federal de Porto Velho.
Carta 02


Polícia prende mulher do traficante Marcinho VP


Traficante teria ordenado ataques em série de dentro de presídio.
Justiça também decretou prisão de advogados de Marcinho VP e Elias Maluco.

Do G1, com informações do Jornal Nacional

A Polícia Civil prendeu na noite desta sexta-feira (26) Márcia Gama Nepomuceno, mulher do traficante Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP. O criminoso é chefe da facção criminosa que, segundo a polícia, deu ordens para os ataques orquestrados no Rio de Janeiro.
Márcia Gama Nepomuceno é acusada de lavagem de dinheiro. A Justiça determinou o bloqueio de todos os bens da família do traficante. A mulher dele ainda vai prestar depoimento à polícia.
Justiça decreta prisão de advogados
Os advogados do traficante Marcinho VP tiveram a prisão preventiva decretada na noite desta sexta-feira (26) pela Justiça do Rio. A decisão foi do juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 1ª Vara Criminal de Bangu, na Zona Oeste da capital fluminense. Segundo o juiz, o traficante, que cumpria pena no presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, teria ordenado os ataques no Rio. De acordo com a Justiça, gravações telefônicas comprovaram a participação dos advogados no repasse das informações.

O juiz afirmou que pediu em sua sentença que os advogados Beatriz da Silva, Flavia Pinheiro Fróes e Luiz Fernando Costa fossem encaminhados a presídios federais de fora do Rio.
De acordo com o magistrado, os advogados também prestariam serviços ao traficante Elias Maluco, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes. Elias Maluco cumpria pena no presídio de segurança máxima de Catanduvas e foi transferido esta semana para o presídio de Porto Velho, em Rondônia.  A Justiça também proibiu visitas íntimas a Marcinho VP e Elias Maluco.
Homem que estava refugiado num bar foi ferido no abdômen, durante operação no Morro do Alemão.Homem que estava refugiado num bar foi ferido no abdômen, durante operação no Morro do Alemão. (Foto: AP)

Governo do RN entrega 233 motocicletas e 300 armar á polícia





Imagens: Paulo Sousa/DN/D.A.Press
Da redação do DIARIODENATAL.COM.BR com informações da Degepol
O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed), entregou na manhã desta sexta-feira (26), 233 motocicletas e 300 armas, entre carabinas e espingardas, ao aparelho da segurança estadual. Os equipamentos serão empregados no policiamento ostensivo. O investimento nas motos ultrapassa os R$ 3,3 milhões.

O secretário da Segurança Pública, desembargador Cristóvam Praxedes, explicou que 214 motocicletas serão utilizadas pelas Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) e Polícia Rodoviária Estadual (CPRE). As demais serão destinadas a outros órgãos da Segurança Pública e Corpo de Bombeiros. “Estamos dotando a polícia de melhor estrutura para o policiamento ostensivo. Esse investimento soma-se a outros feitos com a aquisição e locação de dezenas de veículos e motos”, disse.

As motos, da marca Yamaha, são equipadas com intermitente, sirene, bagageiro e identificação específica para cada unidade policial, além de capacetes de última geração. Cada unidade totalmente equipada foi adquirida por R$ 14.300,00.

Na mesma solenidade, a Sesed entregou à Polícia Militar 100 carabinas calibre .40 e 200 espingardas calibre 12. A carabina CT 40, de calibre restrito as forças policiais, é uma arma longa de cadência semi-automática ideal para uso em operações, sendo utilizadas por forças policiais de todo País. As armas, segundo o comandante geral da Polícia Militar, coronel Francisco Canindé de Araújo, serão utilizadas pelas equipes de Operações Especiais, Batalhão de Choque e Rádio Patrulha
FONTE: DN Online.

Como funciona o Caveirão, o tanque de guerra do BOPE


Veículo considerado a arma mais poderosa contra o crime organizado possui várias tecnologias bélicas. Você sabe quais são?
 

Blindagem pesada, proteção contra minas, câmeras de vigilância e até mesmo condicionadores de ar. Conheça as tecnologias utilizadas na fabricação de um Caveirão do BOPE (batalhão especial da polícia do RJ, aquele mesmo de “Tropa de Elite”) e entenda as necessidades de cada uma delas.
Acredite, o ar-condicionado não é um luxo.

A situação do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro está enfrentando uma das maiores guerras da história do Brasil. São centenas de pessoas ligadas ao crime organizado, com armamento pesado e sem medo da polícia, que não dá conta das investidas dos criminosos. Aos poucos, a cidade vai se transformando em um cenário digno de um "Tropa de Elite 3".
Para assegurar a vida dos soldados, furgões blindados são responsáveis pelo transporte de contingentes policiais com táticas de guerra e espírito de justiça. Assim são os Caveirões do BOPE, divisão da Polícia Militar do Rio de Janeiro responsável por missões de risco, principalmente em favelas.
Batalhão de Operações Policiais Especiais

BOPE

Batalhão de Operações Policiais Especiais é a equipe formada por policiais treinados para progredir nas favelas e dominar aquelas que estão tomadas por traficantes. Estes soldados possuem treinamento especial, que envolve treinamento de mata, simulações de confronto e preparação psicológica para o enfrentamento de situações de risco.
Infelizmente seria impossível que os policiais conseguissem êxito em suas missões utilizando apenas viaturas comuns de polícia, por isso o BOPE possui um tipo diferente de veículos: os Caveirões, veículos alcunhados desta forma devido ao símbolo do batalhão (representado por uma caveira com facas cravadas). Mas você sabe como funcionam estes furgões?

O Caveirão

Você conhece a tecnologia que há nestes Caveirões? Além da força humana que é envolvida nas missões, boa parcela do sucesso obtido deve-se aos recursos empregados nestes blindados poderosos. O Baixaki trouxe algumas das principais atribuições tecnológicas dos furgões do BOPE para mostrar a todos como funcionam estes equipamentos militares.
Blindagem, armamentos pesados, capacidade de transpor barreiras e outros recursos permitem a progressão policial nas favelas, protegendo os policiais ao mesmo tempo em que oferecem alto teor de poderio bélico contra os bandidos.

Novos veículos

Atualmente a Polícia Militar do Rio de Janeiro possui 12 Caveirões prontos para o uso a qualquer momento. Mas em breve devem entrar em circulação mais nove veículos mais modernos do que os que são utilizados atualmente. Estes novos carros possuirão alguns elementos novos para superar as barreiras do crime.
Funcionamento do Caveirão

Blindagem

O básico para qualquer veículo em campos de guerra é a existência de blindagem contra munição inimiga. É a blindagem que impede que os inimigos possam atingir os policiais que estão dentro do Caveirão, garantindo a segurança dos soldados em suas missões mais complicadas.
Chapas de aço balístico e mantas de aramida são os principais elementos da proteção. Quando o Caveirão está parado em confronto armado, escudos deste mesmo material são baixados sobre o para-brisa para evitar que o motorista seja atingido. A proteção garante que até mesmo tiros de fuzis antiaéreos sejam repelidos.

Seteiras

Nas partes laterais dos veículos, há também pequenas aberturas para que os policiais do Caveirão consigam atacar as frentes inimigas. Essas aberturas são projetadas para permitir que os soldados façam modificações mínimas na angulação das miras, contando com a capacidade de precisão dos homens e evitando que existam buracos para o ataque criminoso.
Armas poderosas

Para-choques destruidores

Dotados de aerodinâmica e angulações pensadas para destruir o que encontrar pela frente, os Caveirões podem percorrer longos caminhos sem reduzir a velocidade. Mesmo que outras carros estejam no caminho (geralmente colocados pelos bandidos para criar barricadas), eles podem ser facilmente transpostos devido ao para-choque pesado e blindado.

Proteção nos vidros

Além da blindagem na carroceria do veículo, os Caveirões contam com vidros de 56 milímetros. É lógico que toda essa proteção tem um preço: o peso. Os novos furgões podem chegar a pesar 13 toneladas, 13 vezes o peso de um carro popular que circula pelas ruas brasileiras.
Proteção para evitar o ferimento de policiais
Todos os vidros anexados ao veículo possuem também proteção contra luz, impedindo que quem está fora possa identificar os policiais que estão no interior do blindado. Mesmo assim os policiais possuem ótima visibilidade da região externa, o que garante mais possibilidade de acerto para os atiradores.

Pneus e rodas

Outra inovação do veículo é a pseudoblindagem dos pneus. São instaladas rodas secundárias, feitas de aço, para permitir que os soldados voltem para locais seguros. O Caveirão pode percorrer até 20 quilômetros a velocidades de 80 Km/h quando seus pneus principais estão impossibilitados de prosseguir.

Proteção antiminas

Importados da África do Sul, os novos Caveirões possuem uma ferramenta de proteção inédita para veículos policiais brasileiros. Trata-se de um sistema de proteção do casco inferior, garantindo que os soldados não sejam atingidos por fragmentos de granadas, bombas ou minas terrestres.
Proteção contra bombas
Mesmo que a cultura do crime organizado não utilize minas terrestres, é bom lembrar que a capacidade de atualização bélica dos traficantes é muito superior à velocidade conseguida pelo sistema de segurança brasileiro. Além de que um pouco de proteção a mais não será um problema.

Ar-condicionado

Com tanto metal, acaba acontecendo um isolamento térmico no interior dos Caveirões. Imaginando que até 20 soldados podem estar prontos para o combate, a temperatura lá dentro pode chegar a ultrapassar os 80 graus Celsius. Para garantir a integridade física e psicológica dos policiais, há condicionadores de ar na estrutura.

Câmeras de vigilância

Câmeras instaladas nos Caveirões permitirão que as operações sejam estudas posteriormente, garantindo mais fidelidade nos relatórios de atividades. Também será possível mapear as ações, buscando criar roteiros de ocupação mais detalhados, sempre no intento de garantir a segurança dos policiais e o sucesso das operações.
Sempre ao lado da justiça
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O Baixaki espera que este artigo tenha sido elucidativo para que todos possam compreender o funcionamento destas verdadeiras máquinas de guerra, que são os Caveirões. Vale lembrar que a ideia principal do furgão blindado é garantir a segurança dos soldados, que são a verdadeira força de ataque dos veículos.


Exército troca tiros com traficantes no Alemão


Cerca de 780 soldados foram deslocados nesta sexta para a Penha. 
Ainda não há informações sobre feridos. 

Do G1 RJ

Uma intensa troca de tiros acontece na tarde desta sexta-feira (26) entre traficantes e militares do Exército no Conjunto de Favelas do Alemão, na Penha, na Zona Norte do Rio. As informações foram confirmadas às 16h20 pelo coronel Zanan, da seção de comunicação do Comando Militar do Leste.
Cerca de 780 soldados foram deslocados para as áreas de conflito na Penha. Até as 16h30, não havia informações sobre feridos.
Os soldados do Exército começaram por volta das 15h desta sexta a chegar ao conjunto de favelas do Alemão e à Vila Cruzeiro. Eles fazem parte de um grupo cedido pelo Ministério da Defesa para auxiliar no combate à onda de violência na cidade. A Polícia Civil também faz operações na Vila Cruzeiro, na Penha, e, de acordo com o delegado Márcio Mendonça, da Delegacia de Roubos e Furto de Automóveis (DRFA), até as 16h desta sexta, os policiais tinham apreendido no local 240 motos – 40 estavam queimadas.
A SEGUIR, LEIA AS ÚLTIMAS INFORMAÇÕES:
Mapa( Editoria de Arte/G1)
TENENTE É BALEADO NO MORRO DA CHATUBA - Um tenente do 16º BPM (Olaria) foi baleado na tarde desta sexta durante uma operação no Morro da Chatuba, no Conjunto de Favelas da Penha. De acordo com a polícia, o agente foi atingido na panturrilha esquerda e passa bem.
FOGO EM ESTAÇÃO DE TREM - Um princípio de incêndio atingiu uma subestação de energia próxima à estação de trens de Benfica. Até o fim da tarde, não tinha informação sobre presos.
CAMINHÃO-BAÚ INCENDIADO - Umcaminhão-baú foi incendiado perto da Rua Castello Branco, na Penha. Segundo informações da corporação, não houve feridos. Os bombeiros não souberam informar se o incêndio foi criminoso.
TUCANO DO CHEFE DO TRÁFICO É APREENDIDO - A polícia encontrou um tucano durante a varredura na Vila Cruzeiro. A ave estava na casa do chefe do tráfico na comunidade e acusado de ser o responsável pela queda de um helicóptero da polícia ano passado no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, também na Zona Norte.Mangueira, na Zona Norte do Rio.
Exército chega ao Alemão Exército chega ao Alemão (Foto: Tamine Leta/G1)
MINISTRO FALA EM ENFRENTAR RISCOS - O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou, após reunião com o governador Sérgio Cabral, que a integração das esferas federal e estadual tem o objetivo único de combater a criminalidade no Rio de Janeiro. "Esse não é o momento de contornar riscos e sim de enfrentar riscos", afirmou Jobim sobre a situação enfrentada em virtude da onda de ataques no estado.
APLAUSOS NA CHEGADA - Na chegada dos soldados à região da Penha nesta sexta, moradores aplaudiram. Nesta região, acontecm os maiores conflitos da atual onda de violência no Rio. Os carros saíram da Brigada Paraquedista, na Vila Militar na Zona Oeste.


"O PAPEL DA POLÍCIA MILITAR NA SOCIEDADE"


     Quando se fala em polícia, vem-nos à cabeça instantaneamente a idéia de órgão repressor. Essa concepção equivocada que se instalou desde a tenra idade do indivíduo tem dificultado, ao longo dos anos, a relação polícia versus cidadão.
     O perfil do policial, ou em linguagem mais técnica, a sua biotipologia, aliada ao fato do distanciamento que perdurou da milícia, num passado bem recente, da comunidade gerou tais perplexidades.
     Felizmente, a Constituição Federal de 1988, denominada de "Constituição Cidadã" , eliminou a possibilidade da manutenção desse laconismo, que só prejuízos traziam à sociedade, incluindo a polícia no programa de segurança pública do Estado, relacionando suas diversas modalidades e destacando suas competências.
     Isso não quer dizer que as Constituições anteriores não houvessem tratado do tema. A questão se circunscreve unicamente ao fato do destaque e do funcionamento do organismo policial.
     A propósito disso, vale lembrar que a palavra polícia, segundo o renomado processualista Tourinho Filho deriva "do grego politéia - de pólis (cidade) e significou, a princípio, o ordenamento jurídico do Estado, governo da cidade e, até mesmo, a arte de governar". (In Processo Penal, vol. I, p. 167, Saraiva).
     Para o mesmo mestre "a polícia, com o sentido que hoje se lhe empresta - órgão do Estado incumbido de manter a ordem e a tranqüilidade públicas - surgiu ao que parece, na Velha Roma". (ob. Cit., p. 167).
     A polícia, em nossos dias, deve suscitar a idéia de segurança pública: dever do Estado, direito e responsabilidade de todos posto haver sido criada para a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio, da tranqüilidade e paz interna, tal como previsto pelo art. 144, da nossa Carta de Princípios.
     A seu turno, a expressão segurança pública tem conotação abrangente e envolve obrigatoriamente o conceito de segurança nacional, o qual exige de todos os cidadãos a colaboração no combate à criminalidade, à defesa interna e externa e aos recursos logísticos e materiais para consecução dos seus objetivos.
     Não há mais lugar para o policial veterano que age apostando unicamente em sua intuição ou no faro do investigador de quarteirão que conhecia por nome, por traços fisionômicos, por endereço e na ponta dos dedos os marginais da cidade.
     Os tempos mudaram. O mundo evoluiu. A cidade se expandiu. Novos bairros surgiram. Multiplicaram-se as moradias. Desordenaram-se as favelas e modificaram-se os hábitos urbanos. Mudaram as pessoas, sofisticaram-se as técnicas de investigação e a proteiforme ação dos celerados. Estamos vivendo no mundo da informática, na era da cibernética, onde o computador substituiu a velha máquina de datilografia impondo ao homem novos desafios, ao mesmo tempo em que tornou-lhe escravo dela fazendo com que adotasse a linguagem da informática sempre recheada de neologismos e de estrangeirismos.
     A insegurança hoje não é só em relação à criminalidade. O leque de informações no campo da investigação criminal saturou o conhecimento humano, sobretudo após a aplicação da informática no âmbito do direito criminal. Contudo, à medida que evoluem as técnicas investigatórias, aperfeiçoam-se paradoxalmente os projetos criminosos, os subterfúgios ignominiosos da mente corrompida do criminoso, causando uma relação anfibológica entre forças antagônicas que se deslocam em direções contrárias.
     Essa ambivalência fomenta a análise dos fatos e da prova por pessoas capacitadas e versadas na verificação de exame pericial de certos elementos vinculados à infração penal, tal como em conhecimentos essenciais do direito processual e constitucional para poder agir incontinenti contra o indivíduo que seja surpreendido no instante do cometimento do crime, dar-lhe voz de prisão, saber arrecadar os instrumentos utilizados na prática criminosa, garantir-lhe os direitos constitucionais e conduzi-lo ao distrito policial mais próximo para autuação, onde cessará ocasionalmente, no caso do policial militar, a sua missão.
     A formação do policial militar de nossos dias passa por essa vertente. O enorme avanço tecnológico legado às civilizações pela comunidade científica do século vinte impõe uma mudança de estratégia no treinamento e atuação do policial militar, a fim de qualificá-lo para o exercício da missão constitucional para a qual se encontra investido.
     E isto porque é vasta a competência da polícia militar no plano da segurança pública, indo desde o serviço de policiamento preventivo e ostensivo até os atos de efetiva repressão para debelar a ação criminosa.
     Em suma, quando medidas profiláticas não surtem efeito e o trabalho preventivo (polícia administrativa) da força militar revela-se ineficaz, deflagra-se a repressão mediante atos de investigação presididos pela polícia judiciária.
     Aqui inicia-se, não raras vezes, o contato do agente investigador com o Poder Judiciário, numa parceria orientada por interesses comuns que é a elucidação do fato criminoso com todas as circunstâncias e a descoberta da autoria.
     Todos os esforços devem ser envidados para o alcance desses objetivos, embora nesse contexto não seja conferida à autoridade policial militar ou a seus agentes a atribuição de instaurar inquérito policial para apuração de ilícito penal comum (art. 4.º, do CPP).
     Tem, no entanto, o policial militar o dever de levar ao conhecimento da polícia civil a ocorrência criminal, colaborando quer nas diligências para captura do delinqüente ou para a apreensão de algum instrumento relacionado com a conduta penal, quer comparecendo à presença da autoridade processante para prestar depoimento a respeito do fato criminalizado.
     Esse desiderato somente será alcançado, repita-se, se houver a conjugação dessas instituições policiais que, não obstante possuam forma organizacional diferentes, buscam o mesmo fim, que é a prevenção e a repressão dos delitos.
     Nessa missão institucional, ambas prestam relevantes serviços à sociedade e, em especial mercê, auxiliam o Poder Judiciário no seu papel de administrar a Justiça.
     Para isso, exige-se do policial militar cuidados concernentes ao seu preparo pessoal para aprender a relacionar-se com as autoridades do poder judiciário, conhecendo a linguagem forense e o trato no cotidiano hierárquico da vida desse órgão.
     No Estado Democrático de Direito é indispensável que haja um controle dos órgãos da segurança pública para contenção dos excessos cometidos diariamente pelas autoridades, notadamente por aquelas responsáveis pela polícia de repressão. Esse controle, em nosso País, é exercido precipuamente pelo Poder Judiciário, quando outros órgãos, v.g., o Ministério Público não conseguem fazê-lo no âmbito administrativo.
     É necessário que assim ocorra, a fim de que o policial não extrapole a sua autoridade, por excesso ou desvio de poder, e fique sujeito às sanções penais por abuso de autoridade, como ordinariamente acontece, suscitando incompreensões de tais setores, desestímulo do policial punido ou do órgão ao qual pertence na continuidade ao combate da criminalidade e até crise entre as instituições envolvidas, o que resulta maléfico para a assepsia do relacionamento cordato e do relevante trabalho que os agentes dessas corporações desenvolvem.
     Fala-se muito, na atualidade, em fusão ou em unificação das polícias civil e militar. Inúmeros artigos já foram escritos sobre o assunto, ora defendendo essas teses, ora combatendo-as. O certo é que há todo um histórico, toda uma realidade sócio-política sobre a polícia militar brasileira que precisa ser conhecida e respeitada antes que se pretenda simplesmente extinguí-la, fundi-la ou unificá-la para acudir a sanha daqueles que, integrantes da polícia civil ou perseguidores da sua hegemonia ou simpatizantes dessa corporação, perceberam a perda do prestígio social por não atuarem ostensivamente e uniformizados na defesa interna.
     Esse complexo de inferiorização fomentou uma profunda crise de identidade da polícia civil e reacendeu a tese de reunir as duas corporações em uma só, amalgamando-se seus efetivos, sob comando único.
     Pode-se dizer que a polícia militar também sofre de crise existencial - não por falta de conhecimento das suas atribuições -, mas por não contar com a escola ideal para formação do seu pessoal, pela ausência de folha curricular que possa preparar solidamente seus componentes, pela insuficiência ou inexistência de instrumental de pesquisa, bélico e congêneres que possa assegurar-lhe a proteção dos seus membros e da sociedade contra o inimigo interno, etc.
     A estrutura orgânica da polícia militar e da polícia civil são diversas. Os elementos orientadores da disciplina e da hierarquia são também diferentes. Os poderes exercidos pelas autoridades dessas corporações não coincidem. Todos esses fatores levam a que, de ambas as partes, hajam resistências à fusão ou unificação das duas polícias.
     Como bom patriota e como estudioso do direito, prefiro a adoção do modelo atualmente existente no País para a defesa da segurança pública, pois nem toda aliança implica no aperfeiçoamento do órgão coligado e, em matéria de Brasil, já vi muitas vezes operarem-se modificações nas instituições apenas para mascarar uma realidade que os prosélitos dessa concepção insistem em defender, muitas vezes sem qualquer convicção, obstinados pela formação de organismo espúrio, degenerado e deformado face a relação incestuosa da qual derivou.

COMBATE VELADO | SAQUE VELADO | LADO R FT ANDRADE COMBAT | PARTE 1-25

Veja:  https://papamikejanildo.blogspot.com/2022/07/combate-velado-saque-velado-lado-r-ft.html https://papamikejanildo.blogspot.com/