quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cláudia Maria desistiu do suicídio após saber que filho está no Brasil

A garantia de que adolescente está no país foi dada pelo delegado da Polícia Federal, Manoel Messias.

Por Carla Cruz e Túlio Duarte
 
Fotos: Carla Cruz
 
Foram quase 2 horas de negociações. Durante esse tempo, Cláudia Maria Nascimento dos Santos, de 36 anos, ficou dependurada no parapeito do terceiro andar do Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Lagoa Nova. A dona de casa chorava muito e gritava pelo seu filho, que acreditava já ter embarcado para a Europa com o pai, o norueguês Leif Harry Hauge, de 42 anos.

Era aproximadamente 15h15 da tarde desta quarta-feira (27), quando Cláudia Maria se aproximou da janela e, desesperada, subiu no parapeito. Segundo o atual marido da dona de casa, o comerciante Luis Antônio Romeiro, foi questão de segundos. “Enquanto me virei pra tomar água, Cláudia subiu na janela. Quando vi, ela já estava sentada fora do prédio”, relatou.

Segundo ele, o casal tinha ido até o Fórum ainda na tentativa de desfazer uma sentença judicial de 2007, que deu a guarda do adolescente, de 12 anos, para o pai norueguês. Chegando lá, o casal haveria recebido a notícia de que Leif Harry tinha conseguido a licença para sair do Brasil na última segunda-feira (25). Até então, ele estava impedido de sair do território nacional porque havia 41 meses que não pagava pensão alimentícia.

O casal, então, entrou em contato com um pastor evangélico que estava escondendo o adolescente, no estado de Goiás, a pedido da família. Foi quando Cláudia e Luis foram informados de que o pai dele o havia levado. Segundo Luis Antonio, o norueguês havia “negociado” com o pastor e retirado a criança de sua guarda.



A equipe de negociação foi liderada pelo major Luis Monteiro Júnior, comandante do Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar. Vestido em trajes civis, e com a ajuda da juíza Carmen Verônica Calafange, o major tentava a todo momento manter a mulher atenta, no sentido de impedir que ela pulasse.

“A todo momento nossa conversa era no sentido de que iríamos ajudá-la a buscar uma solução e, portanto, não era necessário ela pular. Dissemos a ela que poderíamos reverter a situação e trazer o filho dela de volta”, contou o major.



Ele acrescentou que havia uma amarração de segurança, caso a mulher decidisse pular. “Se eu percebesse que ela ia pular, iríamos fazer uma abordagem. Havia um bombeiro na janela vizinha e eu em frente a ela. Acredito que teríamos sucesso nessa abordagem. Mas não foi necessário, ela desistiu da ação”, concluiu.

O Corpo de Bombeiros estima que Cláudia estava a uma altura de aproximadamente 15 metros, sendo três de em cada andar e o restante correspondente ao subsolo. Segundo o aspirante do Corpo de Bombeiros, Pedro Henrique Pacheco, a utilização de uma "rede de apoio" no solo foi descartada, pois a essa altura não era suficiente para conter o impacto.

Desespero
O momento mais crítico foi quando Cláudia Maria sentiu a aproximação de um bombeiro, que jogou uma corda do 4º andar próximo dela. Ela começou então a gritar, pedindo pelo filho, e se inclinou mais ainda no parapeito, apoiada apenas com as mãos. “Quero meu filho”, suplicava.



Nos prédios vizinhos, a aflição das pessoas era sentida pelas dezenas de gritos de apelo que se ouvia. "Não pule, pelo amor de Deus, não pule. Pense no seu filho, ele precisa de você", pediam os populares.

Resgate
Além do Corpo de Bombeiros, estavam no local o Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar (BOPE) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que se mantiveram de prontidão durante todo o tempo.


Ao final, quando Cláudia desistiu do suicídio, ela foi conduzida pelo resgate do Corpo de Bombeiros Militar para o Hospital Estadual João Machado, onde foi medicada.

Histórico
De acordo com Luis Antonio, Cláudia Maria sofre de problemas depressivos e tem um longo histórico de traumas. Ela foi casada 3 anos com Leif Harry, tem dois filhos com o norueguês, um de 15 e o de 12 anos, e mais uma filha de outro relacionamento.
Cláudia e Leif se separaram em 2004. Na época, o norueguês havia sido preso após ser flagrado pela polícia em um motel com duas crianças. Ainda segundo o atual marido de Cláudia, o norueguês colocava um dos filhos do casal para assistir a filmes com conteúdo pornográfico.

Uma outra situação citada por Luis Antonio foi um assalto do qual Cláudia Maria e os dois filhos foram reféns em uma pousada em João Pessoa.
 
Fonte: nominuto.com

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