BB mantém exclusividade de crédito consignado mesmo após decisão do TJ
Para presidente da Associação Brasileira de Bancos, a situação é prejudicial à sociedade porque fere a livre concorrencia.
A exclusividade do Banco do Brasil para concessão de empréstimos consignados a funcinários públicos estaduais continua em vigor no Estado. Na manhã desta sexta-feira (19), passados 15 dias da decisão do Tribunal de Justiça, através do desembargador Amaury Moura Sobrinho, que emitiu parecer favorável ao pedido da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) para livre concorrência do serviço, os bancos continuam sem fazer esse tipo de empréstimo.
A reportagem do Nominuto.com procurou os bancos em Natal para saber se a decisão estava sendo cumprida, mas obteve por unanimidade a resposta: o serviço está suspenso. A situação é ainda pior nos bancos menores, que ainda nem conhecem a decisão judicial que quebra o monopólio exercido pelo Banco do Brasil.
Dessa forma, os empréstimos consignados para servidores públicos estaduais continuam sendo feitos apenas pelo Banco do Brasil. Para o presidente da Associação Brasileira de Bancos, Renato Oliva, a situação é prejudicial a sociedade, já que reflete em uma única oferta. “A sociedade ficar na mão de apenas um fornecedor não é bom porque diminui a concorrência e ofende a liberdade”, argumenta.
Sobre as vantagens concedidas pelo Banco do Brasil – conhecidas por serem as melhores - o presidente rebate afirmando que a diversidade abre espaço para melhores serviços com menores taxas. “A garantia que os servidores públicos terão com a maior diversidade são refletidas nos menores custos e abertura do mercado para participação de todos”, argumenta Renato Oliva.
Para ele, a concorrência se ‘alto regula automaticamente’, ou seja, o objetivo dos bancos tem que estar focado na conquista do cliente. “Para conseguir o cliente, os bancos tem que oferecer os melhores produtos e os melhores preços”, justifica.
A discordância da exclusividade do banco para empréstimos consignados é feita também em outros estados do Brasil. “Além do Rio Grande do Norte, entramos também com um mandato de segurança na Paraíba e, no caso deles, os sindicatos de servidores também se articularam e entraram com ação contra a exclusividade do Banco do Brasil”, descreve o representante dos bancos.
Renato Oliva comentou ainda em entrevista exclusiva ao Nominuto.com que o ambiente ideal é que o Banco do Brasil opere dentro do mercado, com atuação dos outros bancos no cenário econômico.
Esta semana, o Banco do Brasil entrou com um recurso no Tribunal de Justiça, que foi negado pela justiça estadual.
Fonte: nominuto
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