segunda-feira, 1 de março de 2010

Morte de sueco em Pipa faz um ano sem solução

Morte de sueco em Pipa faz um ano sem solução

Ciro Marques -  Repórter

O assassinato do turista sueco Gert Björn Skytte Sandgren na praia de Pipa, em Tibau do Sul, a 72 Km de Natal, completa nesta segunda-feira (1º) um ano, porém, os culpados ainda estão impunes. Esbarrando na burocracia, os três delegados designados para investigar o caso, Sheila Freitas e Atanásio Gomes, da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur) e José Carlos Oliveira, da regional de Nova Cruz, ainda não conseguiram nem mesmo fazer a reprodução simulada do homicídio, requisitada em abril de 2009.

A investigação começou um dia depois de morte de Gert Björn, ocorrida durante uma tentativa de assalto ao Porto do Mar Village Hotel, pelo delegado de Pipa, José Antônio Silva Júnior. Foram ouvidos a mulher dele, a também sueca Marie Edstrom, outros turistas que estavam no hotel no dia do assassinato, os vigias e outras testemunhas – não citadas. Alguns suspeitos foram detidos logo no início das investigações, mas liberados depois, por não serem reconhecidos pelas vítimas.

“Pouco do que foi apontado pela investigação no início ainda é considerado hoje. Muito foi descartado”, afirmou o delegada Sheila Freitas, que agora preside a investigação. Entre os fatos “descartados”, estão o envolvimento de Roberto Wagner, acusado de vários homicídios, estupros e assaltos, e morto em junho, após uma troca de tiros com policiais militares em Canguaretama, e o retrato-falado, divulgado poucos dias depois da morte. “Para mim ele está desconsiderado, porque não foi feito pela vítima. Prefiro até nem comentar quem fez”, afirmou.

“Estamos trabalhando no caso, mas como a investigação é sigilosa, não podemos divulgar se já temos um novo nome sob suspeita”, afirmou a delegada. O latrocínio (roubo seguido de morte) é uma das linhas de investigações trabalhadas, porém, não é a única. “Há várias, mas não podemos falar quais”, resumiu Sheila Freitas.

Entre os entraves enfrentados nesse um ano de investigação, está a questão burocrática. “Precisamos fazer sempre uma carta precatória quando necessitamos de informações de outras delegacias aqui no Estado e isso já demanda muito tempo. Para pedir informações em outros países, é ainda mais complicado e demorado”, afirmou a delegada.

Para fazer a reconstituição simulada do homicídio, Sheila Freitas também enfrenta dificuldades. “Faltam alguns pontos necessários para que possamos fazer isso”, afirmou, sem citar o que realmente falta. A reconstituição seria importante para elucidar o caso.  “Um dos pontos principais para uma investigação é o local de crime”, explicou, lembrando que não estava no caso desde o início.

Sesed entende atraso

O delegado geral da Polícia Civil, Elias Nobre, afirmou que é compreensível o tempo de investigação no caso do sueco assassinado em Pipa. "Há caso que são resolvidos em uma semana, outros são mais demorados. Precisam de um tempo maior de análise dos fatos. A Secretaria de Seguranã Pública e Defesa Social (Sesed) confia no trabalho da delegada Sheila Freitas, que é uma das mais competentes neste tipo de crime" afirmou Elias Nobre.

Se Sheila Freitas não confirma que o caso da morte do bombeiro sueco realmente se trata de um latrocínio, o delegado Elias Nobre não tem dúvidas. "Foi sim um roubo seguido de morte, por isso, colocamos o caso nas mãos da delegada, que é da Defur, não da Delegacia de Homicídios", completou.

Turista foi assassinado com um tiro

O turista sueco Gert Björn Skytte Sandgren, 59 anos, estava junto da mulher dele, Ann-Christin Olsson, em um chalé no Porto do Mar Village Hotel, onde foi assassinado com um tiro de revólver calibre 38, às 2h da madrugada de 1º de março de 2009, um domingo. Um homem armado entrou no hotel, onde o sueco estava hospedado, e anunciou o assalto ao vigia e a pessoas que estavam na recepção. Depois, foi até o local onde ficam os chalés procurando o melhor para  assaltar.

No primeiro, o assaltante viu que havia apenas crianças e mandou que o vigia o levasse a outro, que era o chalé onde o sueco e a mulher dele estavam hospedados. O criminoso ordenou que o vigia acordasse o casal. Quando a mulher percebeu que se tratava de um assalto, começou a gritar, o que assustou o bandido.

“Ele então esboçou que iria fugir, mas retornou, colocou a arma na janela e atirou”, contou o delegado José Antônio Silva Júnior, na época do crime. O tiro acertou o peito de Gert Bjorn no lado esquerdo, atingindo o coração. A bala atravessou o corpo do sueco e saiu pelas costas do bombeiro sueco. Depois do disparo, o criminoso fugiu, levando apenas o notebook do hotel.
Às 2h30, a polícia foi acionada e, às 2h40 chegou ao local. O sueco já havia sido deslocado até a unidade mista de Saúde de Tibau do Sul, onde chegou sem vida. Gert Björn era bombeiro, tinha um filho, Sebastian Sandgren, e estava no Brasil pela primeira vez, passando férias. Havia chegado à Capital do Estado no dia 26 de fevereiro.

“Ele havia acabado de começar a viver sua vida de verdade”, afirmou Sebastian Sandgren, referindo-se ao fato de o pai ter passado 30 anos na cidade de Trelleborg trabalhando e havia se aposentado recentemente. 
 
 
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/morte-de-sueco-em-pipa-faz-um-ano-sem-solucao/141678

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