segunda-feira, 28 de junho de 2010

Estádio das Dunas pode virar "elefante branco", diz estudo

Tribuna do Norte Dos 12 estádios que serão construídos ou reformados para a Copa de 2014, ao menos sete podem virar “elefantes brancos” após o evento. O alto custo das obras, conjugado a uma estimativa irreal da demanda no pós-Copa, poderá afastar eventuais investidores e deixar ao poder público um legado negativo. Um deles é o estádio das Dunas, que será erguido no lugar do Machadão.

A conclusão é da consultoria Crowe Horwath RCS, que acaba de lançar o estudo “Gestão do ativo estádio – Viabilidade econômico-financeira de estádios e arenas para a Copa de 2014”.

Segundo o levantamento, o Brasil investirá R$ 5,3 bilhões nos estádios da Copa, sendo que R$ 4,8 bilhões, ou 92%, virão de financiamento público. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) abriu linha de crédito de R$ 400 milhões por arena.

Para a Copa de 2006, na Alemanha, a relação foi inversa. Dos U$ 1,9 bilhão gastos com estádios, apenas 38% foram bancados pelo poder público, fator que comprova a viabilidade dos empreendimentos no país europeu.

Pelos cálculos da consultoria, um estádio de R$ 500 milhões deve ter um fluxo de caixa líquido de R$ 10 milhões anuais, durante um período de 15 a 20 anos, apenas para zerar o investimento. Para o negócio se tornar atraente, esse número deve girar em torno de R$ 18 milhões a R$ 25 milhões.

“Atualmente, nenhum estádio brasileiro tem esse retorno”, diz Amir Somoggi, diretor da área Esporte Total Crowe Horwath RCS. Para ele, os estádios de Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Manaus, Natal, Recife e Salvador são fortes candidatos a virarem “elefantes brancos” depois da Copa.

Redução de custos
Segundo o estudo, a receita para que as arenas da Copa evitem se tornar deficitárias é redução dos custos. Os R$ 5,3 bilhões deveriam cair para algo em torno de R$ 4 bilhões. “Além disso, somente projetos integrados com setores da iniciativa privada, como o imobiliário e o hoteleiro, e o fortalecimento do futebol local, podem gerar retorno ao investimento em certos estádios“, diz Somoggi.

Para o retorno do investimento, segundo o estudo, os clubes têm que combinar a receita de bilheteria com a geração de novas rendas de serviços e marketing. O exemplo, novamente, é a Alemanha, onde os investimentos nos estádios catalisaram o aumento de receitas do futebol.

De 2003 para cá, o faturamento dos 36 times da primeira e segunda divisões alemã, a Bundesliga, aumentou de 1,28 bilhão para 2 bilhões de euros, tornando-se o segundo maior da Europa. Apenas com estádios, as receitas chegaram a 425 milhões de euros na temporada 2008-2009.

Segundo o estudo, o Brasil terá muito trabalho pela frente se pretende colher um legado comparável ao alemão. Em 2008, as receitas com estádios nas séries A e B somaram apenas R$ 190 milhões, a maior parte com venda de ingressos.

A consultoria estima que, até 2014, esse número possa chegar a R$ 400 milhões, principalmente por meio da diversificação de serviços oferecidos e do aumento do preço médio dos ingressos, que já sobe 15% ao ano desde 2005.

Mesmo assim, o grande desafio é atrair o torcedor aos estádios. Enquanto a média alemã é de 42.565 torcedores por jogo, a brasileira é 17.807 - inferior até mesmo à primeira liga japonesa, que atrai 19.278 pessoas, em média, a cada partida.

* Fonte: Portal Copa 2014.

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