terça-feira, 29 de junho de 2010

Brasil 3×0 Chile – A melhor versão do time de Dunga


ter, 29/06/10
por André Rocha |

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Apesar do enfoque específico do blog, este que escreve não tem a petulância de achar que o aspecto tático está acima dos demais e pode explicar o sucesso ou o fracasso de um time no futebol ou em qualquer esporte.
Mas se no previsível triunfo brasileiro no Ellis Park o leitor se surpreendeu com o desempenho de Gilberto Silva, percebeu o notável progresso de Michel Bastos, gostou de ver Robinho mais perto de Luís Fabiano e achou a seleção brasileira mais solta que nas partidas anteriores, dessa vez a mudança no desenho da equipe provocada pelas alterações na escalação teve relação direta com o desempenho.
A partida em si seguiu o roteiro dos outros confrontos entre o time de Dunga e os comandados de “El Loco” Bielsa: os chilenos adiantaram a marcação e tentaram atacar, mas sem a devida eficiência de seus avantes, concluindo muito pouco; após a pressão inicial, o Brasil foi se aprumando e depois do primeiro gol se aproveitou dos generosos espaços cedidos pelo adversário para dilatar o placar em contragolpes mortais. Mais uma vez a equipe letal atropelou a “suicida”.
O que chamou atenção foi a efetivação na maior parte do jogo do sistema que com todos os titulares em campo se limita a uma variação tática – já abordada aqui na vitória sobre a Costa do Marfim: num 4-3-1-2 bem desenhado, com Daniel Alves e Ramires nos lados do losango no meio-campo, a seleção brasileira ganhou saída de bola, fluidez nos ataques, marcação no lado esquerdo, presença ofensiva e teve sua melhor atuação na Copa do Mundo.
Gilberto Silva fez ótima partida porque nos melhores momentos de sua carreira atuou centralizado à frente da zaga protegendo a entrada da área. Mais seguro e firme na marcação a Beausejour, o volante até apareceu na frente para desferir chute perigoso que Bravo espalmou. Valdívia chegou a dar trabalho na segunda etapa, mas o camisa oito manteve a regularidade e foi um dos destaques da seleção.
Com Ramires ocupando o lado esquerdo, Michel Bastos não ficou isolado na marcação e no apoio e o setor ficou fortalecido. O meia-volante de fôlego inesgotável combateu, acelerou a saída de bola e ainda apareceu à frente para criar a jogada do terceiro gol. Mas foi pouco inteligente ao receber o cartão amarelo que o excluiu da próxima partida com o jogo já decidido.
Do lado oposto, Daniel Alves cumpriu corretamente sua função defensiva, mas ainda peca por deixar Maicon sozinho e embolar com Kaká pelo meio. Um paradoxo para quem joga como lateral no Barcelona. Não à toa Dunga gritou no primeiro tempo para que ele abrisse para receber a bola e depois desistiu, orientando Kaká a procurar aquele espaço para puxar os contra-ataques.
Outro a se beneficiar foi Robinho, que se desgrudou de vez do lado esquerdo do campo e circulou por todo o campo, confundindo a marcação adversária e se juntando várias vezes a Luís Fabiano para formar uma autêntica dupla de ataque que quando encontra Kaká torna o jogo brasileiro ainda mais envolvente, como no lance do segundo gol. Mesmo sem brilhar intensamente, o trio foi decisivo para a construção do placar confortável e Robinho, com seu oitavo gol no duelo sul-americano, se firma ao lado de Pelé como o grande algoz do Chile entre os brasileiros.
O Brasil no 4-3-1-2 que marcou com correção, confundiu a retaguarda chilena e resolveu o jogo nos contragolpes.
O Brasil no 4-3-1-2 que marcou com correção, confundiu a retaguarda chilena e resolveu o jogo nos contragolpes.
As atuações soberbas de Lúcio e Juan que garantiram a segurança de Júlio César indicam que o Brasil pode manter a estrutura tática sem perder a consistência defensiva. Para o duelo com os holandeses, as ausências do suspenso Ramires e, muito provavelmente, do lesionado Felipe Melo preocupam. Mas com o retorno de Elano é possível pensar num meio-campo com Daniel Alves, que já atuou como lateral-esquerdo na seleção em algumas ocasiões, ajudando Michel Bastos na marcação a Arjen Robben. Não é o ideal, mas parece uma alternativa mais viável que a entrada de Josué ou a “ressurreição” de Kléberson.
Com Gilberto Silva atento à movimentação de Sneijder pelo centro e Maicon, Elano e Kaká ou Robinho forçando as jogadas em cima do lento Gio Van Bronckhorst é possível repetir os triunfos de 1994 e 1998 sobre a Orange em mais um confronto histórico e seguir adiante no Mundial. Na bola ou na tática.
Sem Felipe Melo e Ramires, Daniel Alves pode ser o meia-volante a auxiliar Michel Bastos no cerco a Robben. Na frente, o "atalho" é pela direita, em cima do lento Gio Van Bronckhorst.
Sem Felipe Melo e Ramires, Daniel Alves pode ser o meia-volante a auxiliar Michel Bastos no cerco a Robben. Na frente, o "atalho" é pela direita, em cima do lento Gio Van Bronckhorst.


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