Há controvérsia sobre a famosa frase "Independência ou morte", que teria sido dita por d. Pedro I (d. Pedro IV, em Portugal), por volta das quatro horas da tarde do dia 7 de setembro de 1822, às margens do Ipiranga.
Pelo menos segundo uma testemunha ocular da cena, o padre Belchior Pinheiro de Oliveira, o primeiro imperador do Brasil jamais a proferiu, e, na sua versão, o episódio foi muito menos glamuroso do que registrou a história oficial.
Na ocasião d. Pedro voltava de São Paulo para a corte montado numa mula - e não no garboso corcel do quadro de Pedro Américo -, sofrendo com os desagradáveis efeitos de uma indigestão. De fato, segundo o padre, o então príncipe regente "vinha de quebrar o corpo à margem do riacho do Ipiranga, agoniado por uma disenteria, com dores, que apanhara em Santos", quando recebeu a correspondência vinda de Lisboa com exigências para ele inaceitáveis. Ao tomar ciência do conteúdo, atirou os papéis no chão e os pisoteou. Depois recompôs a farda e dirigiu-se lentamente à estrada onde estacionara sua comitiva. Parou repentinamente e disse a Belchior: "Nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal!" Arrancou então o laço azul e branco do seu chapéu, que simbolizava o governo português, e jogou-o fora, dizendo em seguida: "Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil."
É esta a versão do padre Belchior, mas não a única. O dístico "independência ou morte" teria sido criado depois do episódio. Já chamado de "rei do Brasil", d. Pedro mandou gravá-lo em ouro e o exibia no braço, preso a uma fita verde-amarela, transformando-o assim no lema do novo Império.
(via revista Nossa História)
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