Desde o início deste ano, os roubos vêm acontecendo com frequência, em cidades como Baraúna, Umarizal, Martins, São Miguel e Goianinha.
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Nos últimos meses, o Rio Grande do Norte tem revivido momentos de tensão com a ação de grandes quadrilhas que buscam um alvo em comum: as agências bancárias. Desde o início deste ano, os roubos vêm acontecendo em cidades como Baraúna, Umarizal, Martins, São Miguel e Goianinha.
Nesses casos, os criminosos foram bem sucedidos, mas também tiveram os episódios em que ficaram apenas na tentativa, como ocorreu em Poço Branco, Monte Alegre e até mesmo em Natal, onde as quadrilhas têm se especializado em arrombar os caixas-eletrônicos.
Para a polícia, não existe uma organização criminosa especificamente para roubar banco. Atualmente, os bandidos contam com a fragilidade do sistema de segurança pública, principalmente em cidades do interior, para concretizar os assaltos e fugirem sem dificuldades.
Nos últimos casos, em São Miguel e Goianinha, ficou claro que os assaltantes sabiam o momento de agir e o caminho por onde fugir. Somente na primeira cidade, a quadrilha conseguiu roubar R$ 600 mil do Banco do Brasil. Para isso, foi preciso usar da violência, fazendo toda família do gerente refém e fugir levando os filhos dele.
Foto: Thyago Macedo
Deficiência da polícia e estradas do interior ajudam na fuga dos bandidos.
Além da deficiência que a polícia encontra no interior do Rio Grande do Norte, outro fator tem contribuido para as ações bem sucedidas dos bandidos. Hoje, as quadrilhas são compostas por membros de vários estados diferentes, em uma espécie de regionalização do crime.
Uma fonte da Divisão de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) revelou que dificilmente um bando que planeja assalto a banco é da região onde ele vai agir. Geralmente, apenas um integrante atua na área e funciona como informante.
A mesma fonte explicou que a maioria das quadrilhas é composta por pernambucanos, paraibanos, cearenses e norte-rio-grandenses. Em alguns casos, a interestadualização do crime vai ainda mais longe.
Foto: Divulgação
Trio preso no Maranhão é acusado de roubar Banco do Brasil em São Miguel (RN).
É o exemplo do roubo ao Banco do Brasil em São Miguel. Neste caso, a polícia deu sorte e conseguiu prender três homens em uma barreira policial, no estado do Maranhão. Francisco Evangelista Dutra é natural de Mirador (MA); Renato Oliveira dos Santos é natural de Pium (TO); e João Lopes da Silva é natural de Redenção (PA). Com o trio, a polícia do Maranhão conseguiu recuperar R$ 571 mil.
No caso do roubo em Goianinha, seis pessoas foram presas, cinco delas na Paraíba e um deles na praia de Pipa, no Rio Grande do Norte. A prova da interestadualização dessas quadrilhas é que a maioria dos presos é acusada de roubos em vários estados do Nordeste.
Foto: Blog Por Trás das Grades
Agência bancária destruída, após roubo no interior do RN. Nesse caso, em Umarizal, os bandidos explodiram caixas-eletrônicos.
O líder dessa quadrilha que agiu em Goianinha, Silvano Sales dos Santos, é pernambucano. De acordo com a Polícia Federal, ele era foragido do presídio Aníbal Bruno, naquele estado, e também já esteve preso por roubos semelhantes na Paraíba, inclusive a agências dos Correios.
Os Correios, aliás, também têm se tornado alvo fácil e cobiçado pelos criminosos. Somente neste ano, foram pelo menos 11 agências roubadas no interior do Rio Grande do Norte. Na maioria delas, existe um fluxo de dinheiro devido ao pagamento de benefícios aos moradores de pequenas cidades, o que tem atraído a atenção das quadrilhas.
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