Deputado federal mais votado do país, Tiririca (PR) deverá comparecer à Justiça Eleitoral de São Paulo, até sexta-feira, para provar que sabe ler e escrever. O juiz eleitoral Aloísio Sérgio Rezende Silveira, da 1ª Zona Eleitoral, vai pedir que o palhaço, eleito com 1,3 milhão de votos, escreva de próprio punho um documento idêntico ao que ele protocolou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ao pedir deferimento da sua candidatura. Um laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo constatou que o documento tem indícios de que foi escrito por mais de uma pessoa.
Ainda não está confirmado se Tiririca também fará um ditado ou mesmo lerá um trecho da Constituição. Uma assessora de Francisco Everardo Oliveira Silva, 53 anos, nome verdadeiro do artista, disse que, desde que estourou a polêmica sobre a escolaridade do candidato, ele passou a ter aulas particulares de leitura e escrita. Como os advogados dele já estão com provas suficientes de que não é preciso dominar a leitura e a escrita para ter o direito de ser votado, o Ministério Público vai contra-atacar argumentando que, ao falsificar um documento, o palhaço terá a sua candidatura impugnada e o seu direito de ser diplomado poderá ser cassado. Caso seja tomada, a decisão ainda poderá ser questionada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tiririca refugiou-se no Ceará, em uma casa de praia de um político do PR. Na casa, ele está com parentes e tem auxílio de três educadores especializados em alfabetização de adultos. Uma psicóloga também dá auxílio ao deputado eleito para que ele não se deixe abater na hora em que estiver na frente do juiz. Um advogado do PR já pediu que esse suposto teste de leitura e escrita seja feito longe da imprensa para não constrangê-lo. Na defesa, os advogados também usarão exemplos de deputados semianalfabetos que passaram pelo Congresso nos anos 1980 e 1990 — entre eles, um descendente de índios.
Quanto ao documento que o Ministério Público sustenta ser falso, os advogados vão provar que foi Tiririca quem o escreveu. O maior problema é que o laudo aponta que a letra S foi escrita de quatro formas diferentes, o que leva a crer que mais de uma pessoa fez o pedido de candidatura. Segundo o promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes, que questionou a candidatura, se ficar provado que não foi Tiririca quem escreveu a declaração, caberá à Justiça dar destino aos 1,3 milhão de votos dados ao palhaço. Lopes acredita que esses votos seriam anulados e redistribuídos entre todos os outros candidatos. O Código Eleitoral também prevê que os votos sejam transferidos para a coligação do deputado eleito (PR, PRB, PT, PCdoB e PTdoB).
Por Ullisses Campbell, do Estado de Minas
Ainda não está confirmado se Tiririca também fará um ditado ou mesmo lerá um trecho da Constituição. Uma assessora de Francisco Everardo Oliveira Silva, 53 anos, nome verdadeiro do artista, disse que, desde que estourou a polêmica sobre a escolaridade do candidato, ele passou a ter aulas particulares de leitura e escrita. Como os advogados dele já estão com provas suficientes de que não é preciso dominar a leitura e a escrita para ter o direito de ser votado, o Ministério Público vai contra-atacar argumentando que, ao falsificar um documento, o palhaço terá a sua candidatura impugnada e o seu direito de ser diplomado poderá ser cassado. Caso seja tomada, a decisão ainda poderá ser questionada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tiririca refugiou-se no Ceará, em uma casa de praia de um político do PR. Na casa, ele está com parentes e tem auxílio de três educadores especializados em alfabetização de adultos. Uma psicóloga também dá auxílio ao deputado eleito para que ele não se deixe abater na hora em que estiver na frente do juiz. Um advogado do PR já pediu que esse suposto teste de leitura e escrita seja feito longe da imprensa para não constrangê-lo. Na defesa, os advogados também usarão exemplos de deputados semianalfabetos que passaram pelo Congresso nos anos 1980 e 1990 — entre eles, um descendente de índios.
Quanto ao documento que o Ministério Público sustenta ser falso, os advogados vão provar que foi Tiririca quem o escreveu. O maior problema é que o laudo aponta que a letra S foi escrita de quatro formas diferentes, o que leva a crer que mais de uma pessoa fez o pedido de candidatura. Segundo o promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes, que questionou a candidatura, se ficar provado que não foi Tiririca quem escreveu a declaração, caberá à Justiça dar destino aos 1,3 milhão de votos dados ao palhaço. Lopes acredita que esses votos seriam anulados e redistribuídos entre todos os outros candidatos. O Código Eleitoral também prevê que os votos sejam transferidos para a coligação do deputado eleito (PR, PRB, PT, PCdoB e PTdoB).
Por Ullisses Campbell, do Estado de Minas
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