Documento assinado pelo deputado João Maia (PR), no valor de R$ 700 mil, estava em poder do sobrinho, Gledson Maia
Jussara Correia // jussaracorreia.rn@dabr.com.br
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A Polícia Federal do Rio Grande do Norte respondeu às acusações feitas pelo deputado federal João Maia (PR), de que o órgão teria tentado sacar, no Banco do Brasil, um cheque de R$ 700 mil assinado pelo parlamentar. O cheque foi apreendido durante o trabalho de busca feito pela PF em novembro, por ocasião da Operação Via Ápia, que investiga um suposto esquema de desvio de verba pública nas obras de duplicação da BR-101, na qual o sobrinho de João Maia, o engenheiro Gledson Maia pode estar envolvido. Em nota divulgada à Imprensa, na tarde de ontem, a Polícia Federal informou que o cheque foi, na verdade, depositado em conta à disposição do Juízo Federal, junto à Caixa Econômica Federal, e que se trata de um procedimento padrão adotado em casos dessa natureza.
Segundo a Polícia, por ocasião da prisão em flagrante de Gledson Maia, que é ex-chefe de Engenharia do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT/RN), em novembro de 2010, foi apreendido emseu poder um cheque ao portador no valor de R$ 700 mil, supostamente emitido pelo deputado João Maia. "Por força do que determina o art. 1º, VI, da Resolução 428, do Conselho da Justiça Federal, de 7 de abril de 2005, o cheque em questão foi efetivamente depositado em conta à disposição do Juízo Federal, junto à Caixa Econômica Federal. Vale ressaltar que o procedimento realizado foi devidamente documentado nos autos do Inquérito Policial nº 856/2010-SR/RN e encaminhado ao Juízo competente", esclareceu a instituição.
De acordo com a PF, a Guia de Depósito Judicial à Ordem da Justiça Federal, junto à Caixa Econômica Federal, encontra-se nos autos do inquérito, que é objeto de ação penal promovida pelo Ministério Público Federal perante a Justiça Federal, com acesso disponível a todos os envolvidos e interessados. "Sobre a existência ou inexistência de fundos para pagamento do cheque questionado, a informação não foi encaminhada oficialmente à PF pela instituição financeira responsável pela conta do emitente. Por fim, uma análise superficial dos autos deixa claro o procedimento transparente e dentro da lei adotado pela Polícia Federal não dando margem a quaisquer outras insinuações em contrário", declarou o órgão, através de nota.
Na semana passada, o juiz federal Mário Jambo recebeu a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Gledson Maia e o empresário Túlio Gabriel Carvalho Beltrão Filho. Os dois foram presos em flagrante em 4 de novembro, no restaurante Sal e Brasa, ocasião em que Gledson recebia o valor de R$ 58 mil, em espécie, das mãos do empresário. O juiz determinou o fim do segredo de justiça no processo da operação Via Appia. Outras cinco pessoas foram presas, entre elas o ex-superintendente do DNIT, Fernando Rocha.Todos estão em liberdade, por decisão do TRF. A reportagem procurou João Maia, mas ele não foi localizado.
http://www.diariodenatal.com.br/2011/01/18/politica5_0.php
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