Há diversas teorias
psicológicas sobre o comportamento humano. O ‘internalismo’ postula que as
causas do comportamento estão sediadas no interior do homem, seja em seu
organismo ou em sua mente – nas memórias ou nas emoções. Skinner, ao propor o
behaviorismo radical, opõe-se a esta visão, responsabilizando o meio ambiente
pela conduta humana, trilhando assim caminho semelhante ao da Cibernética.
O Behaviorismo – do termo inglês behaviour ou do americano behavior,
significando conduta, comportamento – é um conceito generalizado que engloba as
mais paradoxais teorias sobre o comportamento, dentro da Psicologia. Estas
linhas de pensamento só têm em comum o interesse por este
tema e a certeza de que é possível criar uma ciência que o estude, pois suas
concepções são as mais divergentes, inclusive no que diz respeito ao
significado da palavra ‘comportamento’. Os ramos principais desta teoria são o
Behaviorismo Metodológico e o Behaviorismo Radical.
Esta teoria teve
início em 1913, com um manifesto criado por John B. Watson – “A Psicologia como um comportamentista a vê“. Nele o autor defende que
a psicologia não deveria estudar processos internos da mente, mas sim o
comportamento, pois este é visível e, portanto, passível de observação por uma
ciência positivista. Nesta época vigorava o modelo behaviorista de S-R, ou
seja, de resposta a um estímulo, motor gerador do comportamento humano. Watson
é conhecido como o pai do Behaviorismo Metodológico ou Clássico, que crê ser
possível prever e controlar toda a conduta humana, com base no estudo do meio
em que o indivíduo vive e nas teorias do russo Ivan Pavlov sobre o
condicionamento – a conhecida experiência com o cachorro, que saliva ao ver
comida, mas também ao mínimo sinal, som ou gesto que lembre a chegada de sua
refeição.
Assim, qualquer modificação
orgânica resultante de um estímulo do meio-ambiente pode provocar as
manifestações do comportamento, principalmente mudanças no sistema glandular
e também no motor. Mas nem toda conduta individual pode ser detectada
seguindo-se esse modelo teórico, daí a geração de outras teses. Eduard C.
Tolman propõe o Neobehaviorismo Mediacional ao publicar, em 1932, sua obra
Purposive behavior in animal and men. Na sua teoria, o organismo trabalha como
mediador entre o estímulo e a resposta, ou seja, ele atravessa etapas que
Tolman denomina de variáveis intervenientes – elos conectivos entre estímulos e
respostas -, estas sim consideradas ações internas, conhecidas como gestalt-sinais.
Esta linha de
pensamento conduz a uma tese sobre o sistema de aprendizagem, apoiada sobre mapas cognitivos –
interações estímulo-estímulo – gerados nos mecanismos cerebrais. Assim, para
cada grupo de estímulos o indivíduo produz um comportamento diferente e, de
certa forma, previsível. Tolman, ao contrário de Watson, vale-se dos processos
mentais em suas pesquisas, reestruturando a linha mentalista através da
simbologia comportamental. Ele via também no comportamento uma
intencionalidade, um objetivo a ser alcançado, com traços de uma intensa
persistência na perseguição desta meta. Por estas características presentes em
sua teoria, este autor é considerado, portanto, um precursor da Psicologia
Cognitiva.
Skinner criou, na
década de 40, o Behaviorismo Radical, como uma proposta filosófica sobre o
comportamento do homem. Ele foi radicalmente contra causas internas, ou seja,
mentais, para explicar a conduta humana e negou também a realidade e a atuação
dos elementos cognitivos, opondo-se à concepção de Watson, que só não estendia
seus estudos aos fenômenos mentais pelas limitações da metodologia, não por
eles serem irreais. Skinner recusa-se igualmente a crer na existência das
variáveis mediacionais de Tolman. Em resumo, ele acredita que o indivíduo é um
ser único, homogêneo, não um todo constituído de corpo e mente.
O behaviorismo filosófico
é uma teoria que se preocupa com o sentido dos pensamentos e das concepções,
baseado na idéia de que estado mental e tendências de comportamento são
equivalentes, melhor dizendo, as exposições dos modos de ser da mente humana é
semelhante às descrições de padrões comportamentais. Esta linha teórica analisa
as condições intencionais da mente, seguindo os princípios de Ryle e
Wittgenstein. O behaviorismo não ocupa mais um espaço predominante na
Psicologia, embora ainda seja um tanto influente nesta esfera. O
desenvolvimento das Neurociências, que ajuda a compreender melhor, hoje, o que
ocorre na mente humana em seus processos internos, aliado à perda de prestígio
dos estímulos como causas para a conduta humana, e somado às críticas de
estudiosos renomados como Noam Chomsky, o qual
alega que esta teoria não é suficiente para explicar fenômenos da linguagem e
da aprendizagem, levam o Behaviorismo a perder espaço entre as teorias
psicológicas dominantes.
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