Nadjara Martins
repórter
Reordenar o policiamento e explorar ao máximo os recursos humanos existentes são as metas do Plano Emergencial para Segurança Pública, anunciado ontem (7) pelo governador do Estado, Robinson Faria. De acordo com o chefe do Executivo, a cúpula da segurança deve adotar, a partir deste mês, medidas que vão desde a convocação dos policiais cedidos a outros órgãos – hoje mais de 800 PMs –, até a fusão de delegacias e ampliação dos recursos para diárias operacionais.
Humberto Sales
Robinson anunciou reordenamento do policiamento e ampliação de verba para diárias operacionais
Em entrevista coletiva concedida na Governadoria, Faria reiterou a meta de ter 300 policiais por dia reforçando o policiamento na Região Metropolitana de Natal e no interior, a exemplo do que aconteceu um dia após a sua posse, em 2 de janeiro. Entretanto, a média de homens que se apresentam voluntariamente ainda é baixa: somente 58 policiais se apresentaram ontem, segundo a PM, o que aponta uma desconfiança por parte dos policiais.
Com 30% dos 8.848 homens que compõem o efetivo da Polícia Militar fora do policiamento ostensivo – entre cedidos para outros Poderes e instituições, afastados por licença médica e férias – e a impossibilidade de novas contratações pelo funcionalismo devido à Lei de Responsabilidade Fiscal, porém, o Estado decidiu perseguir a meta de “fazer mais com menos”.
De acordo com Faria, o Governo colocará policiais que exercem atividades administrativas para o policiamento nas ruas, fará a convocação de todos os PMs cedidos (e sua posterior redistribuição), bem como ampliará o recurso disponível para policiais que decidirem fazer hora extra – as famigeradas diárias operacionais.
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“O governo vai otimizar as áreas mais importantes. Vamos cortar gastos em outras áreas para não faltar dinheiro para a segurança para diárias operacionais, pagar carros alugados e o combustível. Vamos criar um Comitê Permanente de Segurança para acompanhar a área até o final do mandato”, afirmou Robinson. O comitê, formado pela Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (Sesed), Corpo de Bombeiros, Polícias Civil e Militar e Instituto Técnico-Científico da Polícia Civil (Itep) se reunirá uma vez por semana com o novo governador.
Uma das prioridades, de acordo com Faria, será a convocação de todos os policiais cedidos: um total de 800 oficiais e praças estão distribuídos no Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, Gabinete Civil, Força Nacional, Ministério Público e Sesed. Há dois anos, em reportagem publicada pela Tribuna do Norte, o número chegava a 1.778 policiais. “Já estamos agindo com os demais Poderes para devolver os policiais. Com todo o respeito aos Poderes, mas não podemos deixar de convocar policiais. Não adianta atender um serviço sem atender a um clamor maior, que é a segurança do Estado”, asseverou.
De acordo com a secretária estadual de Segurança, Kalina Gonçalves Leite, o principal problema da segurança hoje é o déficit de pessoal: 70% na Polícia Civil (a lei determina quadro de 5 mil, só há 1.600), 35% na Polícia Militar (dos 13.466 PMs, apenas 8 mil estão na ativa) e 50% no Corpo de Bombeiros (do 1.065 previstos, 642 estão na ativa).
“Vamos utilizar o pessoal da área administrativa em ações isoladas, mas urgentemente. Estas ações já estão planejadas e nós vamos implementá-las”, pontuou o comandante da PMRN, comandante Ângelo Dantas. Além disso, apesar dos anúncios, nenhum dos integrantes da cúpula forneceu detalhes sobre prazos para que as medidas como a convocação dos cedidos ou utilização do quadro administrativo sejam adotadas.
Kalina Leite, acrescentou que o governador autorizou o uso dos “recursos financeiros que forem necessários” para o pagamento das diárias operacionais, mas não estimou um teto para o dispêndio. Assinalou ainda que, por enquanto, não há previsão de pagamento das diárias remanescentes da antiga gestão: uma dívida estimada em R$ 1,5 milhão de operações na Copa do Mundo, Carnaval e Enem.
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/pola-cia-militar-atua-com-30-a-menos/302715
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