quinta-feira, 18 de março de 2010

Emaús - Soldado é morto com sete tiros

Tribuna do Norte: Publicação: 18 de Março de 2010 às 00:00
O soldado PM Júlio César dos Santos, 39, foi assassinado com, pelo menos, sete tiros, que atingiram cabeça, tórax e pernas. O policial foi assassinado na noite de terça-feira (16), na rua da Consolação, no Parque Industrial, em Emaús. Um homem em uma moto vermelha seria o autor dos disparos. A polícia trabalha com a hipótese de que o criminoso teve a cobertura de outras pessoas.

Elisa ElsieO Renault Clio do soldado ficou cheio de perfuração de balasO Renault Clio do soldado ficou cheio de perfurações de Projéteis
De acordo com informações do delegado Graciliano Lordão, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Parnamirim, Júlio dirigia devagar o veículo Renault Clio branco e placas MYJ/0055 quando um motoqueiro emparelhou a moto de cor vermelha e placas não identificadas e começou a atirar. Foram vários disparos.

No carro da vítima foram contabilizados 20 tiros, todos do lado esquerdo do veículo, justamente, onde estava o PM. Alguns disparos transfixaram e atingiram o outro lado do carro - a porta do passageiro. Havia disparos também no para-brisa do Renault Clio. O veículo crivado de balas e as manchas de sangue no assoalho do carro revelavam a violência com que Júlio foi morto.

Lordão disse que a polícia localizou dentro do automóvel  dois pentes (carregadores) de pistola calibre ponto 40. “Não sei se os 'pentes' pertenciam à vítima. Também não sabemos se Júlio estava armado, porém, deveria estar. Nenhuma arma foi encontrada no local do crime”

Júlio, apesar de ter sido atingido pelos primeiros tiros dentro do carro, foi encontrado morto em via pública. A polícia não soube informar se houve troca de tiros entre o criminoso e o soldado, ou se a vítima não reagiu aos disparos.

Polícia ainda não tem linha de investigação para o caso

O delegado Graciliano Lordão esteve no local onde Júlio foi assassinado para colher mais detalhes da execução. Na rua, a polícia encontrou cápsulas de pistola 380, provavelmente, a arma utilizada para matar o PM. Reservado, o delegado preferiu não tecer comentários sobre o que pode ter causado a morte do soldado. Apesar dos “boatos” sobre a vida de Júlio,  somente com o decorrer das diligências será possível preencher algumas lacunas. “No local do crime consegui identificar pessoas que podem vir a ajudar nas investigações. Vou inqueri-las”

A família da vítima, até o final da tarde de ontem, não havia procurado a polícia para depor.  O delegado espera que hoje parentes procurem a delegacia  para depor.

 Júlio César era soldado da Polícia Militar desde 1997. Casado e com filhos, ele trabalhou na capital até 2007, quando foi vítima de um atentado.

O soldado foi atingido por cinco tiros nas proximidades da casa onde morava, em Emaús. Após o atentado pediu transferência para o interior do RN. “Estou procurando este procedimento, aqui na DP. Por enquanto, não posso dizer o porquê do atentado. Só revendo o inquérito” 

Júlio trabalhou na cidade de Parelhas, a 232 Km de Natal e, há cerca de dois anos, foi para Caicó, onde era considerado um bom profissional. No Seridó, o PM estava cedido à Polícia Civil e trabalhava como policial plantonista na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DCA).

Atentado

Júlio César dos Santos procurou o delegado Maurílio Pinto de Medeiros após ter sido vítima do atentado. Segundo Maurílio, apesar das diligências não foram identificados os autores do crime. “Na época Júlio fazia cobranças de cheques. Ele atribuiu o atentado a inimigos”.

Maurílio revelou também que Júlio, quando foi vítima dos tiros teria se envolvido com uma mulher casada. “Acho que a mesma pessoa que tentou matá-lo naquela época, agora conseguiu” Questionado o porquê do delegado atribuir o assassinato ao mesmo criminoso que tentou matar Júlio em 2008, o delegado explicou: “O soldado foi transferido para Caicó. E só agora estava de volta a Natal”   

Policial foi o quinto a ser morto em menos de um ano

Segundo um levantamento feito pela Polícia Militar, o soldado Júlio César foi o quinto a ser assassinado em menos de um ano – de abril de 2009 até agora. Além disso, o PM também engrossa a lista dos militares que precisaram ser transferidos devido a uma ameaça ou um atentado sofrido no local onde trabalhavam.

A inteligência da Polícia Militar informa que são cerca de 80 casos de policiais que sofreram ameaças de morte, e o trabalho feito nesses casos varia em relação à gravidade das ameaças. Pode haver o envio de uma viatura para circular pelo quarteirão onde o policial mora, para garantir, ao menos, a segurança dele; pode haver o deslocamento do PM para outro batalhão, que foi o que aconteceu com Júlio César; e, em raríssimos casos, pode-se colocar outros policiais militares ao lado do ameaçado o tempo todo - isso, no que se tem registro, aconteceu apenas com um policial que testemunhou contra um grupo de extermínio que contava com a participação de outros militares e, por isso, precisou dessa “atenção especial”.

Segundo o chefe de operações da Polícia Militar, major Alarico Azevedo, há casos também de PMs que sofrem ameaças, mas não denunciam. “Nesses casos, deve-se procurar a corregedoria, o superior dele ou, quando a ameaça é sofrida quando ele não estava de serviço, a própria delegacia do bairro”, afirmou o major Alarico.

As famílias dos policiais militares assassinados em serviço são atendidas de duas formas. Primeiro, com o “auxílio velório”, onde a corporação entra com boa parte dos custos com o enterro do PM. Depois, com uma pensão, que é o valor com alguns poucos descontos do salário que o militar receberia se fosse para a reserva - sem as gratificações pagas enquanto ele está de serviço.
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/soldado-e-morto-com-sete-tiros/143284

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COMBATE VELADO | SAQUE VELADO | LADO R FT ANDRADE COMBAT | PARTE 1-25

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