Crack é um desafio para a saúde
Tribuna do Norte: Publicação: 20 de Abril de 2010 às 00:00
Na Grande Natal, onde o uso do crack cresce 30% ao ano, segundo o delegado Odilon Teodósio, do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), dependentes de drogas não recebem nenhum tipo de tratamento especializado que vá além do ambulatório e com foco no alcoolismo.
Nem os Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPS ad) estão preparados para aprofundar um tratamento ao dependente de crack, uma droga que chega ao cérebro em cerca de oito segundos, enquanto que a cocaína, sob a forma de pó, leva de 10 a 15 minutos para agir.
“Até hoje, o grande foco foi o tratamento aos dependentes de álcool e ainda não temos condições de atender à complexidade de uma droga como o crack, que deve ser atacada simultaneamente em várias frentes”, diz Juçara Machado Sucar, coordenadora da Unidade de Alcoolismo e outros Dependentes (UTAD), que funciona dentro das instalações do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). “Só a saúde sozinha não resolve esse problema”, acrescenta.
No Hospital Psiquiátrico João Machado, que sofreu interdição ética por parte do Conselho Regional de Medicina no ano passado, o único dado apurado com uma fonte é que o uso consorciado entre álcool e drogas ali separa em 50% as duas clientelas. Nenhuma outra informação foi liberada pela plantonista do Pronto Socorro do João Machado, que alegou precisar de uma autorização especial da direção do hospital.
O médico Paulo Pessoa, coordenador do CAPS ad da Zona Norte, unidade que recebe em média 130 pessoas por mês, os dados sobre o consumo de álcool versus drogas é inexato, já que muitos pacientes usam os dois. “Trata-se de um consumo consorciado, onde uma coisa leva a outra”, diz Pessoa. Mas ele reconhece que o número de dependentes do crack vem crescendo em proporções “muito grandes”.
A falta de estatísticas nas unidades de saúde, que ainda utilizam a escrituração manual ao invés de computadores, impede um melhor dimensionamento do problema.
O CAPS ad é um serviço especializado em saúde mental que atende pessoas com problemas decorrentes do uso ou abuso de álcool e outras drogas em diferentes níveis de cuidado. Do intensivo (diariamente), semi-intensivo (de duas a três vezes por semana) ao não-intensivo (até três vezes por mês).
Trata-se de um serviço ambulatorial territorializado que integra uma rede de atenção em substituição à “internação psiquiátrica”, com o objetivo de reinserção social. Realiza ações de assistência (medicação, terapias, oficinas terapêuticas, atenção familiar), de prevenção e capacitação de profissionais para lidar com os dependentes.
O crack é um dado relativamente novo para a lógica dessa atenção. O coordenador do CAPS ad da Zona Norte, um dos três espalhados pela cidade, assegura que a dependência de álcool continua sendo bem superior a de outras drogas, mas admite que o uso associado é um agravante importante para se dimensionar a influência no quadro dos dependentes.
O crack produz insônia, falta de apetite e hiperatividade. Seu uso prolongado causa sensação de perseguição e irritabilidade, o que leva o usuário a agir de forma violenta. Além de distúrbios cardiovasculares, a droga causa danos permanentes no cérebro.
Nem os Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPS ad) estão preparados para aprofundar um tratamento ao dependente de crack, uma droga que chega ao cérebro em cerca de oito segundos, enquanto que a cocaína, sob a forma de pó, leva de 10 a 15 minutos para agir.
“Até hoje, o grande foco foi o tratamento aos dependentes de álcool e ainda não temos condições de atender à complexidade de uma droga como o crack, que deve ser atacada simultaneamente em várias frentes”, diz Juçara Machado Sucar, coordenadora da Unidade de Alcoolismo e outros Dependentes (UTAD), que funciona dentro das instalações do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). “Só a saúde sozinha não resolve esse problema”, acrescenta.
No Hospital Psiquiátrico João Machado, que sofreu interdição ética por parte do Conselho Regional de Medicina no ano passado, o único dado apurado com uma fonte é que o uso consorciado entre álcool e drogas ali separa em 50% as duas clientelas. Nenhuma outra informação foi liberada pela plantonista do Pronto Socorro do João Machado, que alegou precisar de uma autorização especial da direção do hospital.
O médico Paulo Pessoa, coordenador do CAPS ad da Zona Norte, unidade que recebe em média 130 pessoas por mês, os dados sobre o consumo de álcool versus drogas é inexato, já que muitos pacientes usam os dois. “Trata-se de um consumo consorciado, onde uma coisa leva a outra”, diz Pessoa. Mas ele reconhece que o número de dependentes do crack vem crescendo em proporções “muito grandes”.
A falta de estatísticas nas unidades de saúde, que ainda utilizam a escrituração manual ao invés de computadores, impede um melhor dimensionamento do problema.
O CAPS ad é um serviço especializado em saúde mental que atende pessoas com problemas decorrentes do uso ou abuso de álcool e outras drogas em diferentes níveis de cuidado. Do intensivo (diariamente), semi-intensivo (de duas a três vezes por semana) ao não-intensivo (até três vezes por mês).
Trata-se de um serviço ambulatorial territorializado que integra uma rede de atenção em substituição à “internação psiquiátrica”, com o objetivo de reinserção social. Realiza ações de assistência (medicação, terapias, oficinas terapêuticas, atenção familiar), de prevenção e capacitação de profissionais para lidar com os dependentes.
O crack é um dado relativamente novo para a lógica dessa atenção. O coordenador do CAPS ad da Zona Norte, um dos três espalhados pela cidade, assegura que a dependência de álcool continua sendo bem superior a de outras drogas, mas admite que o uso associado é um agravante importante para se dimensionar a influência no quadro dos dependentes.
O crack produz insônia, falta de apetite e hiperatividade. Seu uso prolongado causa sensação de perseguição e irritabilidade, o que leva o usuário a agir de forma violenta. Além de distúrbios cardiovasculares, a droga causa danos permanentes no cérebro.
http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/crack-e-um-desafio-para-a-saude/146112
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