Tribuna do Norte; Publicação: 16 de Abril de 2010 às 00:00
Alex RégisEncosta de Mãe Luíza é uma das áreas mais preocupantes
De acordo com o coordenador geral da Defesa Civil de Natal coronel Marcos Pinheiro, existem hoje 50 localidades em “estado preocupante”, sendo as regiões mais críticas as construções erguidas no pé de morro dos bairros de Mãe Luiza, Parque das Dunas, Felipe Camarão, Cidade Nova e Passo da Pátria. As lagoas de captação do Préa, Nova República, Nossa Senhora da Apresentação, Alto da Torre, São Conrado e José Sarney, onde a população sofre com transbordamento a cada chuva mais forte, fazem parte da lista. O coordenador assegura que as bombas de drenagem destas lagoas estão funcionando a contento, mas poderão ocorrer problemas em casos de chuvas fortes.
Embora as previsões de chuvas apontem para um volume abaixo da média, as comunidades recebem regularmente visitas de técnicos que acompanham o trabalho de prevenção, iniciado no início do ano que culminou com a catalogação das áreas. Uma cartilha será elaborada a partir das atividades realizadas. A orientação, segundo Marcos Pinheiro, é para que os moradores abandonem as casas durante o período chuvoso e se abriguem em locais seguros. No entanto, apesar da recomendação, não há projetos de relocação do pessoal. “Se ocorrer alguma situação anormal, que requer medidas de emergência, estas serão tomadas”. Até agora apenas uma família de Mãe Luiza foi transferida pela Defesa Civil.
Moradores
O morro se impõe ao pequeno barraco erguido, há mais de 15 anos no sopé em Felipe Camarão, próximo às torres de alta tensão, onde moram Lidiane Batista Soares, 30, o marido e cinco filhos. A cada chuva, a areia se avoluma empurrando a parede dos fundos da casa. Há rachaduras em todos os cômodos. Árvores e pneus foram “plantados” numa tentativa, sem êxito, de conter a erosão. Temendo desabar, quando chove, a mãe dorme com as crianças na sala e com as portas abertas. “É mais fácil para correr”, explica. Sob efeito “dominó”, a parede da casa da vizinha Maria Lindomar da Silva, também ameaça ceder. A parede conjugada apresenta infiltrações e “buchos”, estufamentos no cimento. Sem ter para onde ir, a dona de casa apenas reza. De acordo com a Defesa Civil, outras 15 famílias espalhadas na encosta encontram-se em situação semelhante. Além do endereço, estas famílias têm em comum a situação financeira, a maior parte sobrevive de catar lixo nas ruas, são numerosas, média de quatro filhos e não tem para onde ir.
Passo da Pátria
A pouca chuva que caiu na madrugada desta quinta-feira foi suficiente para tirar o sono de quem mora às margens do canal do esgoto, no Passo da Pátria. O nível de água chegou próximo à borda do canal, destruído desde as chuvas do ano passado. O pescador Luiz Alexandre da Costa, 39, morador da última casa, próximo ao leito do Potengi, é um dos mais afetados. O ano passado, ele viu “o trabalho de uma vida inteira boiar e ser levado para o rio”. Resignado, ele se diz impotente perante à força da natureza e o descaso dos gestores. Vizinho a ele, a dona de casa Ana Maria Nunes sonha em se mudar. “Qualquer gota de chuva já começa o aperto, dá medo de perder tudo de novo”, disse. A obra de reconstrução foi retomada há uma semana.
Embora as previsões de chuvas apontem para um volume abaixo da média, as comunidades recebem regularmente visitas de técnicos que acompanham o trabalho de prevenção, iniciado no início do ano que culminou com a catalogação das áreas. Uma cartilha será elaborada a partir das atividades realizadas. A orientação, segundo Marcos Pinheiro, é para que os moradores abandonem as casas durante o período chuvoso e se abriguem em locais seguros. No entanto, apesar da recomendação, não há projetos de relocação do pessoal. “Se ocorrer alguma situação anormal, que requer medidas de emergência, estas serão tomadas”. Até agora apenas uma família de Mãe Luiza foi transferida pela Defesa Civil.
Moradores
O morro se impõe ao pequeno barraco erguido, há mais de 15 anos no sopé em Felipe Camarão, próximo às torres de alta tensão, onde moram Lidiane Batista Soares, 30, o marido e cinco filhos. A cada chuva, a areia se avoluma empurrando a parede dos fundos da casa. Há rachaduras em todos os cômodos. Árvores e pneus foram “plantados” numa tentativa, sem êxito, de conter a erosão. Temendo desabar, quando chove, a mãe dorme com as crianças na sala e com as portas abertas. “É mais fácil para correr”, explica. Sob efeito “dominó”, a parede da casa da vizinha Maria Lindomar da Silva, também ameaça ceder. A parede conjugada apresenta infiltrações e “buchos”, estufamentos no cimento. Sem ter para onde ir, a dona de casa apenas reza. De acordo com a Defesa Civil, outras 15 famílias espalhadas na encosta encontram-se em situação semelhante. Além do endereço, estas famílias têm em comum a situação financeira, a maior parte sobrevive de catar lixo nas ruas, são numerosas, média de quatro filhos e não tem para onde ir.
Passo da Pátria
A pouca chuva que caiu na madrugada desta quinta-feira foi suficiente para tirar o sono de quem mora às margens do canal do esgoto, no Passo da Pátria. O nível de água chegou próximo à borda do canal, destruído desde as chuvas do ano passado. O pescador Luiz Alexandre da Costa, 39, morador da última casa, próximo ao leito do Potengi, é um dos mais afetados. O ano passado, ele viu “o trabalho de uma vida inteira boiar e ser levado para o rio”. Resignado, ele se diz impotente perante à força da natureza e o descaso dos gestores. Vizinho a ele, a dona de casa Ana Maria Nunes sonha em se mudar. “Qualquer gota de chuva já começa o aperto, dá medo de perder tudo de novo”, disse. A obra de reconstrução foi retomada há uma semana.
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