segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Grupo de extermínio ainda mais violento continua matando em Natal


Foto: Thyago Macedo
Delegado Elias Nobre reconhe presença de grupo de extermínio.
Nos últimos meses, a Polícia Civil trabalhou firme e conseguiu desarticular dois grupos de extermínios que vinham atuando no Rio Grande do Norte. No total, mais de vinte pessoas foram presas acusadas de participação em homicídios e tráfico de armas. Mesmo assim, as últimas mortes registradas em Natal mostram que outro grupo de extermínio continua agindo.

Este, aliás, tem se demonstrado mais violento e intolerante até mesmo com “inocentes”. Somente no último fim de semana, quatro pessoas foram executadas, todas sem chance de defesa e com vários tiros.

Um detalhe curioso, no entanto, chamou atenção. As quatro mortes, na verdade, dividiram-se em duplos homicídios. E nos dois casos os criminosos acabaram matando pessoas que não estavam previstas para morrer.

Na sexta-feira (13), dois homens em uma motocicleta foram até o espetinho da Passagem, na Comunidade da África, na Redinha, e executaram o auxiliar de serviços gerais José Flávio da Silva de Lima. Na fuga, eles bateram a moto em um carro, dirigido por Francisco Gurgel de Oliveira.

O comerciante teve o azar de cruzar o caminho dos assassinos e teve o mesmo destino de José Flávio. A dupla atirou contra Francisco Gurgel somente por ter batido no veículo dele e ver no comerciante uma possível testemunha do primeiro homicídio.

No segundo caso, na noite deste domingo (15), no Vale Dourado, também dois homens em uma motocicleta seguiram outro e atiraram contra ele. A vítima, que ainda não foi identificada no Itep, caiu baleada dentro do Flash Bar, pertencente à Ana Roque Pinheiro, de 46 anos.

Ela tentou fechar a porta, na tentativa, talvez, de salvar a vida do homem baleado. Ana Roque não teve força suficiente para segurar a porte e os criminosos atiraram contra a cabeça dela. A frieza e violência empregada nos quatro homicídios da Zona Norte mostram que os assassinos são realmente treinados para matar.

“Esses assassinos são frios e calculistas. Então quem aparece pela frente que represente uma ameaça, como uma possível identificação, eles estão matando, até mesmo um inocente”, conta o delegado geral da Polícia Civil, Elias Nobre.

De acordo com ele, geralmente, integrantes de grupo de extermínios são contratados para matar outros criminosos ou viciados em drogas que devem dinheiro a traficantes. Contudo, nos últimos meses, a polícia descobriu que os crimes de pistolagem estão indo além, como no caso do comerciante Eronildes Câmara, acusado de contratar um grupo de extermínio para executar homens que o teriam roubado.

O delegado geral Elias Nobre ressaltou que pelas características dos dois duplos homicídios da Zona Norte, trata-se realmente de um grupo de extermínio. “Tudo leva a crer que são mais um grupo, pelas características dos assassinatos e porque geralmente eles usam motocicleta, que passa em qualquer lugar”, avalia.

Elias Nobre afirma que a Polícia Civil tem trabalhado constantemente para combater os índices de homicídio no Rio Grande do Norte, investigando e prendendo criminosos, inclusive, outros policiais que atuam no crime organizado. “É um tipo de investigação difícil, mas continuamos e não vamos desistir. Em breve teremos prisões de outros grupos de extermínio”



Fonte: Numinuto.com

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