Ele foi abordado na Zona Norte, quando voltava para casa, e deixado em Extremoz após uma madrugada de terror
Paulo de Sousa // jpaulosousa.rn@dabr.com.br
Dirigindo de volta para casa após uma noite de trabalho, o garçom Francisco de Oliveira, 56 anos, acabou sendo abordado por criminosos na Avenida João Medeiros Filho, nas proximidades da Avenida Moema Tinôco da Cunha Lima, bairro de Pajuçara, Zona Norte de Natal, por volta da 1h da madrugada de ontem, e viveu momentos de terror, vítima de um sequestro relâmpago. Seu filho, o contabilista Cláudio Silva, 31, conta que o pai foi espancado e abandonado em um matagal do distrito de Estivas, em Extremoz, região metropolitana da capital. "Um dos bandidos chegou a pisar em seu pescoço e apontar a arma para a cabeça dele, ameaçando matá-lo. Mas outro pediu para que não atirasse". O garçom ficou atordoado até o amanhecer de ontem, quando conseguiu se levantar e dirgir o carro até sua casa.
Cláudio Silva conta que, logo às 5h de ontem, sua mãe lhe ligou, informando que seu pai ainda não tinha chegado em casa. "Ela pediu para que, a caminho do trabalho, eu fosse prestando atenção se via alguma coisa. Ligamos várias vezes para ele, mas ele só atendeu uma vez, dizendo que estava chegando". O garçom havia sido espancado, principalmente no rosto e nas costelas, e, ao chegar, foi imediatamente levado ao Pronto Socorro Clóvis Sarinho, onde recebeu atendimento. "Fizeram exames de raio-x, mas não houve fraturas".
O contabilista diz ter conversado com o pai e esse lhe contara que tinha saído do restaurante onde trabalha, na Praia do Meio, Zona Leste de Natal, e estava indo para casa. Ao parar seu GM Celta carbono no cruzamento das avenidas João Medeiros e Moema Tinôco, um carro e uma moto encostaram, um homem desceu do veículo ao seu lado e entrou no Celta pela porta de trás. O bandido sacou uma arma e apontou para a cabeça de Francisco de Oliveira, obrigando-o a seguir pela Moema Tinôco e, em seguida, pela estrada de Genipabu.
"A todo instante o bandido o ameaçava de morte. Perguntava se meu pai tinha cartão de crédito e pedia a senha dos cartões. Dizia que iriam levá-lo para algum banco, sacar dinheiro. Só que meu pai não tem conta bancária. Então pegaram a carteira dele, com R$ 150, que foi o apurado das gorjetas". Segundo o relato que ouviu de seu pai, Cláudio conta que o garçom foi então levado a um matagal, onde foi espancado. Chutaram-lhe o rosto e as costelas e, por pouco não o mataram. Ele foi abandonado e ficou no chão até o amanhecer, quando pode se levantar e, sozinho, tomou o carro e retornou para casa. Apesar dos ferimentos, Francisco de Oliveira recebeu alta ontem mesmo e recupera-se bem. O caso será investigado pela 13ª delegacia da Redinha.
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