sábado, 6 de novembro de 2010

Via Ápia resultou na prisão preventiva de sete pessoas



Elas são acusadas de esquema de corrupção para desvio de verbas da obra de duplicação da BR-101.

Por Melina França
Foto: Elpídio Júnior

A Operação Via Ápia, deflagrada na manhã desta sexta-feira (5), já resultou na prisão preventiva de sete pessoas, incluindo o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) do Rio Grande do Norte, Fernando Rocha. A informação foi repassada durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (5), na sede da Polícia Federal.

A Via Ápia foi acionada depois de flagrante da PF realizado na tarde de ontem (4), quando o diretor regional do órgão, Gledson Maia, foi visto recebendo propina de R$ 50 mil de empresário, segundo informou o superintendente da PF, Marcelo Mosele, durante a coletiva.

As acusações que recaem sobre os detidos são de superfaturamento, desvio de verbas públicas e pagamentos indevidos em obras de infra-estrutura rodoviária. Neste primeiro momento, comprovou-se o desvio de R$ 2 milhões, mas os policiais não descartam que, com o avançar das investigações, este valor suba.







Via Ápia: prisão de Gledson Maia acelerou andamento da operação

PF flagrou o diretor do Dnit recebendo R$ 50 mil de propina e desencadeou ação que prendeu o superintendente do órgão, Fernando Rocha.

Por Thyago Macedo
Foto: Elpídio Júnior
Coletiva de imprensa realizada na sede da Polícia Federal na manhã desta sexta.
A prisão do engenheiro Gledson Maia acelerou o andamento da Operação Via Ápia. Ele foi flagrado recebendo propina na tarde desta quinta-feira (4) e, diante da situação, a Polícia Federal agilizou o processo que resultou no cumprimento de nove mandados de busca e sete prisões.

Dos presos, três são servidores do Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes (Dnit), incluindo o superintendente, Fernando Rocha, e o vice, Gledson Maia. Outras três pessoas presas são representantes do consórcio responsável pelas obras da duplicação da BR-101.

Segundo as investigações da Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União, os desvios praticados pelo esquema superam a quantia de R$ 2 milhões. Desde maio deste ano, os três órgãos vinham juntando elementos para deflagrara a operação.

No entanto, na tarde de ontem, os policiais federais foram até o restaurante Sal & Brasa e flagraram um encontro de Gledson Maia com um empresário do estado do Paraná. De acordo com o delegado Caio Marques Bezerra, a conversa entre os dois durou várias horas.

Fernando Rocha e Gledson Maia estão presos na Polícia Federal.

Ao final, Gledson e o empresário, que não teve o nome divulgado, foram até o carro do primeiro. “Dentro do veículo, o servidor do Dnit recebeu a quantia de R$ 50 mil. Com isso, nós fizemos o flagrante e conduzimos os dois até a Superintendência”, explica o delegado.

Durante a noite de ontem, Gledson Maia e o empresário foram ouvidos. Diante dos depoimentos, a Polícia Federal decidiu adiantar a Operação Via Ápia e deflagrá-la na manhã desta sexta-feira (5).

Nove mandados de busca foram cumpridos, sendo oito no Rio Grande do Norte e um em Pernambuco e mais cinco pessoas foram presas por mandados de prisões temporárias, incluindo o superintendente do Dnit, Fernando Rocha.
Foto: Vlademir Alexandre
Principal alvo do esquema de corrupção era as obras de duplicação da BR101.

As investigações realizadas desde maio, tiveram aval do Tribunal de Contas da União e tinha como objetivo desarticular o esquema criminoso voltado ao superfaturamento e desvio de verbas públicas, além de pagamentos indevidos em obras de infra-estrutura rodoviária.

O superintendente da Polícia Federal no RN, delegado Marcelo Mosele, explicou que essa ação específica teve como objetivo apurar o desvio de recursos destinados à duplicação da BR-101, mais precisamente no trecho entre a cidade de Arês e a divisa do estado da Paraíba.

Foto: Elpídio Júnior
Moacir Rodrigues, chefe da CGU no RN.
Dois contratos foram investigados, estimando-se o prejuízo de R$ 2 milhões. O valor, contudo, poderá aumentar conforme análise das provas. O chefe da Controladoria Geral da União no Rio Grande do Norte, Moacir Rodrigues de Oliveira, informou que a principio não há indícios que façam ligação entre o esquema de corrupção e o atraso das obras.

“Por esse motivo, não há nenhuma intenção de paralisar as obras. O que nós vamos fazer é continuar apurando e penalizar os responsáveis por esse esquema”, comenta. Além disso, Moacir Rodrigues destacou que mesmo com o desvio de verbas e superfaturamento, a qualidade do que já foi construído não está comprometida.

Um dos pontos que será investigado a partir de agora, após a apreensão de documentos, é se os termos aditivos no orçamento da obra foram em função do esquema de corrupção. Inicialmente, o valor da duplicação era R$ 172 milhões. Hoje, no entanto, com seis aditivos, o valor ultrapassa R$ 212 milhões.

A Polícia Federal explicou que aos servidores do Dnit cabia a função de facilitar o desvio do dinheiro público durante a execução das obras contratadas. Eles faziam isso mediante o auxílio das empresas no superfaturamento, além de receberem pagamentos indevidos para avisar sobre possíveis procedimentos de fiscalização.
Foto: Elpídio Junior

Durante as buscas realizadas na manhã de hoje, a Polícia Federal apreendeu R$ 258 mil, 900 euros e dez dólares. Os presos serão incluídos nos crimes de formação de quadrilha, peculato, além de corrupção ativa e passiva.

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