Allan Darlyson
allandarlyson.rn@dabr.com.br
Silenciosa, a campanha dos candidatos a vereador de Natal pouco é exposta. Enquanto os holofotes estão voltados para os candidatos a prefeito, os concorrentes às vagas na Câmara trabalham intensamente nos bastidores. Segundo uma fonte lotada na Câmara, o jogo não é limpo, como parece. A eleição custa caro para muitos vereadores. Mas, principalmente, para o contribuinte. A fonte revelou que o reembolso do dinheiro gasto na campanha vem do patrimônio público, em esquemas previamente montados.
Eleitores/manifestantes ocupam Câmara de Natal em protesto. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press |
De acordo com essa fonte, cada campanha custa, numa expectativa pessimista, mais de R$ 700 mil ao candidato. Os gastos são diversos. Têm os permitidos, declarados à Justiça Eleitoral, e os proíbidos. A fonte calcula que o custo de agências de propaganda, materiais impressos, carros de som e a contratação de uma equipe de mobilização chega a R$ 120 mil. Mas esse, ao contrário do que é declarado, é só o começo do custo de uma eleição para o legislativo municipal.
Segundo a mesmafonte, a maioria dos candidatos que se elege pagam, em média, R$ 300 a cerca de 300 lideranças durante os 90 dias de campanha. São as chamadas "pessoas matriculadas". "Cerca de 10 pessoas ganham mais de mil reais. são os coordenadores de áreas (Norte, Sul, Leste, Oeste), assessores jurídicos e de imprensa. O pessoal de apoio - motoristas, ASG's, locutores, etc - ganham R$ 500 cada".
As informações dão conta de que os prováveis vencedores gastam cerca de R$ 80 mil com "obras sociais", que são vantagens concedidas a eleitores em troca de votos, como ajudas a entidades, doações a quadrilhas juninas, consultas, exames médicos, óculos, material esportivo para comunidades, cestas básicas, pagamentos de contas de água e luz, botijões, caixões de defunto e demais pedidos de eleitores carentes.
Os candidatos abastados - aqueles com mais chances de vitória, de acordo com o que revelou a fonte, gastam também cerca de R$ 50 mil com combustível; uma média de R$ 10 mil com cafés da manhã, feijoadas, lanches e demais despesas de alimentação; R$ 10 mil com locação de escritório, com água, luz, telefone e internet, por pelo menos seis meses; e também na locação de veículos, que custam, aproximadamente R$ 1.200 cada.
A informação é de que o gasto maior ocorre no dia da eleição, quando candidatos ficam propensos a cometer crimes eleitorais sem que estes sejam coibidos pela Justiça, na maioria das vezes. "Geralmente, os candidatos colocam 10 mil pessoas para fazer 'boca-de-urna' que é uma forma dissimulada de comprar os votos. Cada pessoa recebe R$ 20. Total: R$ 200 mil", enfatizou a fonte.
http://www.diariodenatal.com.br/2012/09/30/politica1_0.php |
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