quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uma confissão suspeita

Acusado de tráfico confessa assassinato de jornalista
João Francisco dos Santos assumiu autoria da morte do repórter, mas polícia suspeita que houve um mandante
Maiara Felipe, Andrielle Mendes, Fernanda Zauli e Paulo de Sousa



João Francisco dos Santos, o Dão, 24 anos, confessou o assassinato do jornalista Francisco Gomes de Medeiros, o F.Gomes, ocorrido em Caicó, a 292km de Natal, no Seridó. Dão assumiu em depoimento, na tarde dessa terça, ao delegado da Divisão Especializada em Combate ao Crime Organizado (Deicor), Ronaldo Gomes, que foi ele quem chegou na moto preta, na porta da casa de F.Gomes, e disparou cinco tiros de revólver calibre 38 contra o jornalista, na noite da segunda-feira, por volta das 21h30. O acusado teria executado a vítima devido às denúncias que F. Gomes fazia enquanto jornalista, sobre o envolvimento de Dão com o tráfico de drogas. Mesmo que João assuma a completa autoria do crime, o delegado trabalha com a hipótese de um mandante ligado ao crime organizado da região. O acusado teve sua prisão temporária decretada e levado para Presídio Pereirão.

Suspeito de matar Gomes (detalhe) teve prisão temporária decretada Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press
Segundo Ronaldo Gomes, Dão afirmou que em 2007 foi preso por assalto a mão armada e condenado a11 meses. Porém, após as notas divulgadas pelo radialista ele teria sido recolhido ao regime fechado por 1 ano e 9 meses. Além disso, F. Gomes estaria "sujando sua reputação" ligando o nome dele ao tráfico. As investigações iniciadas mostram outro rumo para a autoria do crime. "A polícia trabalha com a possibilidade de um mandante", aponta o delegado. 

Durante as muitas horas de depoimento, Dão relatou como teria planejado a morte do jornalista. "Ele sabia que todas as noites ele estava na calçada", falou o delegado. João disse ainda à polícia que há 30 dias tinha comprado uma arma já pensando na execução do crime, quando soube dos boatos que o radialista falou de sua relação com traficantes, resolveu matá-lo. Após assassinar friamente o radialista, Dão jogou as suas roupas em um matagal, material apreendido pela polícia em seguida. 

Poucas horas após o crime, a Polícia Militar prendeu Dão em diligências como suspeito. A PM encontrou uma calça, sandálias e um capacete prata, objetos iguais ao que as testemunhas tinham visto no assassino de F.Gomes. Com ajuda de denúncias da população, os policiais detiveram o suspeito em sua casa. Depois de ser conduzido até a delegacia pela PM, Dão foi liberado por falta de indícios, segundo o delegado de Caicó, George David. O acusado só retornou a delegacia em razão de um pedido do representante da Deicor, que agora preside o inquérito. Entre uma detenção e outra foram mais de 12 horas, tempo suficiente para o executor do crime fugir. Em entrevista coletiva ontem em Caicó, a polícia descartou a possibilidade do crime estar ligado às denúncias feitas pelo jornalista sobre a suposta troca de votos por crack em Caicó. 

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