Imagem retirada do Site: A queima Roupa. Autor: Beck
Como a questão da violência urbana é retratada e editada, tendo como foco a Editoria de Cidade de um jornal carioca de circulação nacional? Para responder a esta pergunta, o antropólogo Edílson Márcio Almeida da Silva não ficou apenas no terreno das pesquisas em gabinete. Partiu para a parte prática e, durante vários meses, frequentou a redação do jornal, participando das diversas reuniões que são realizadas ao longo do dia, de todo o processo de edição, até o fechamento da edição. O autor fez diversas entrevistas com repórteres, editores e fotógrafos – do que ele convencionou chamar de editoria Local, que trata dos problemas gerais da cidade, e dos assuntos policiais. O trabalho foi na verdade sua tese de mestrado, e resultou no livro Notícias da Violência Urbana: um estudo antropológico (Editora da Universidade Federal Fluminense). O objetivo não é mostrar as características de uma categoria profissional, mas sim a importância da mídia em reportar as questões de interesse da sociedade. E, no Rio de Janeiro, a violência – que se manifesta de diversas formas, e não apenas no tráfico de drogas – é um problema de primeira ordem, há décadas.
No parágrafo acima não citei o nome do jornal pesquisado, em respeito ao autor, que optou por não divulgá-lo, como está escrito em um dos rodapés na página 55.
Bem escrito, e com inúmeras informações de pé página, que ajudam o leitor a ter uma visão ampla do tema em tela, o livro explica como a questão da violência urbana foi se ampliando, fruto da omissão das nossas autoridades, que não realizam políticas públicas, e do preconceito da sociedade em lidar com os menos favorecidos. A favelização foi tomando conta dos bairros periféricos, e aos poucos se expandiu por toda a cidade – trata-se da cidade quilombada (ver rodapé número 11, página 30).
Com o índice sempre crescente da violência, a reportagem policial deixou os jornais ditos populares e ganhou espaços nos veículos mais elitistas e conservadores. Adotou-se uma nova terminologia – a tradicional reportagem de polícia agora é chamada coberturas de segurança pública. (página 99) Na verdade, um nome pomposo, uma capa de modernidade, mas que a rigor não muda nada. Toda notícia que tenha conotação com a violência urbana, ou com casos de corrupção policial, está inserida na reportagem policial.
Recomendo o livro não só para os estudantes de antropologia, mas também de comunicação e ciência sociais, assim como todos aqueles que possuem o saudável hábito de ler jornais e desejam conhecer como os veículos de comunicação de massa contextualizam a problemática da violência urbana carioca.
Para ler toda matéria, clique aqui.
AUTOR: http://aqueimaroupa.com.br via toxina
No parágrafo acima não citei o nome do jornal pesquisado, em respeito ao autor, que optou por não divulgá-lo, como está escrito em um dos rodapés na página 55.
Bem escrito, e com inúmeras informações de pé página, que ajudam o leitor a ter uma visão ampla do tema em tela, o livro explica como a questão da violência urbana foi se ampliando, fruto da omissão das nossas autoridades, que não realizam políticas públicas, e do preconceito da sociedade em lidar com os menos favorecidos. A favelização foi tomando conta dos bairros periféricos, e aos poucos se expandiu por toda a cidade – trata-se da cidade quilombada (ver rodapé número 11, página 30).
Com o índice sempre crescente da violência, a reportagem policial deixou os jornais ditos populares e ganhou espaços nos veículos mais elitistas e conservadores. Adotou-se uma nova terminologia – a tradicional reportagem de polícia agora é chamada coberturas de segurança pública. (página 99) Na verdade, um nome pomposo, uma capa de modernidade, mas que a rigor não muda nada. Toda notícia que tenha conotação com a violência urbana, ou com casos de corrupção policial, está inserida na reportagem policial.
Recomendo o livro não só para os estudantes de antropologia, mas também de comunicação e ciência sociais, assim como todos aqueles que possuem o saudável hábito de ler jornais e desejam conhecer como os veículos de comunicação de massa contextualizam a problemática da violência urbana carioca.
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