sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Globo, mapa, carta e planta

As Representações Cartográficas e o Estudo da Geografia

A Geografia é uma ciência espacial. Sua preocupação fundamental é explicar, a partir conceitos e metodologias, os processos e fenômenos que atuam sobre o espaço geográfico, organizando-o. Significa dizer que a  geografia tenta compreender a participação de diversos fatores, naturais ou sociais, no processo de modificação da paisagem terrestre. Sendo assim, podemos afirmar que o objeto de estudo em geografia é o espaço geográfico, e sua organização ao longo do tempo.

Tomemos como exemplo a sua própria cidade, ou bairro. Se você caminhar e observar as coisas com maior atenção, vai perceber que existe uma explicação lógica para a localização de tudo. As casas, as principais avenidas, o centro comercial, as indústrias e outras construções têm a sua localização associada a uma lógica espacial. Se algo fugisse a essa lógica alguma coisa pareceria não estar correta, e isso nos causaria muita estranheza. Seria o mesmo que imaginar a construção de uma estrada que não liga duas cidades, que existisse para ligar o "nada" à "lugar nenhum". Ou imaginar que um rio pudesse subir uma montanha, ao invés de correr para o mar.
Se o papel da geografia é entender a organização do espaço geográfico, qual seria então o papel da Cartografia? O que justifica termos que estudar Cartografia para nos tornarmos geógrafos?
A resposta é simples. Como seria possível entender a lógica espacial sem sabermos onde e como estão localizadas todas as coisas? É muito difícil explicar a razão para a localização de uma estrada sem sabermos por quais lugares ela passa. Ou seja, sem observarmos a estrada dentro de um contexto espacial, fica difícil explicarmos qual seria de fato a sua função, a razão de sua existência e localização.
Seria o mesmo que um médico prescrever um remédio antes de saber quem é o seu paciente. Definir um tratamento para os pulmões antes de radiografá-lo. Ou engessar uma perna antes de comprovar, através de um raio-X, se de fato ela está quebrada.
Por isso a Cartografia é tão importante para a Geografia. A ciência cartográfica se ocupa em encontrar a melhor maneira possível para representar graficamente o espaço geográfico. Os mapas, as cartas, as plantas, os croquis, as maquetes, as fotografias aéreas, as imagens de satélite e outras representações da superfície terrestre são objetos de estudo da cartografia, que fornece portanto um conjunto de ferramentas que são de fundamental importância, geógrafos.
Por isso a geografia é o tempo todo relacionada aos mapas e outras representações cartográficas. As capas de livros, os sites e os institutos ligados à geografia sempre trazem como símbolos os mapas, o globo terrestre e as imagens de satélite. Culturalmente os mapas estão estritamente ligados à geografia.
Ao observarmos um mapa vemos uma realidade representada, ou seja, ele se define como uma representação gráfica de um recorte espacial. Ao ler um mapa devemos compreender os espaços cartografados, ao mesmo tempo em que devemos ser capazes de observar uma determinada porção da superfície terrestre e a representarmos graficamente. Por isso, antes de tentarmos explicar a função de uma estrada em um determinado lugar, devemos nos debruçar sobre um mapa e observar quais são os espaços interligados por ela.
É importante ainda considerarmos que as representações cartográficas sempre ocorrerão de forma gráfica e generalizada. Isto porque a realidade nunca poderá ser representada em sua totalidade. Tentar representar a superfície terrestre em toda a sua complexidade faria com que os mapas fossem carregados excessivamente informações. Portanto, toda vez que construirmos um mapa devemos escolher aqueles aspectos que são relevantes  o suficiente para serem mapeados. 
Construir mapas é um grande exercício de simplificação e generalização da realidade. Torna-se necessário projetar, reduzir, simbolizar e referenciar o espaço que estamos mapeando. O objetivo da Cartografia é justamente encontrar as melhores formas para a representação gráfica do espaço geográfico.
Globos, Mapas e Plantas

Vamos falar de três diferentes tipos de representações cartográficas. Os Globos, os mapas e as cartas. 
O Globo Terrestre é construído sobre uma superfície esférica, em escala pequena, espacializando geralmente os aspectos físicos e/ou os limites políticos e administrativos do planeta Terra com finalidade cultural e ilustrativa. Por usar a esfera como superfície de projeção, o globo terrestre configura-se numa representação tridimensional da Terra, apresentando poucas distorções se comparado às demais formas de representação.
As principais limitações do uso do Globo Terrestre é a sua dificuldade de manuseio e, principalmente, as restrições relacionadas a escala cartográfica de representação. A restrição de escala acontece porque as informações presentes nos Globos Terrestres precisam sofrer muita redução para serem exibidas, uma vez que os Globos Terrestres possuem tamanhos limitados a alguns centímetros de raio.
Ao contrário dos Globos Terrestres, os mapas são representações planas de toda superfície terrestre ou de parte desta superfície. Em razão disso os mapas podem ser exibidos em papel, fazendo com que estes produtos possuam maior facilidade em sua utilização, ou seja, apresentando maior praticidade de manuseio.
Os mapas geralmente têm finalidades culturais, temáticas e ilustrativas podendo representar diferentes recortes espaciais em pequenas e médias escalas. No entanto, os mapas mais comuns são aqueles que representam grandes áreas da superfície terrestre, em escalas cartográficas pequenas, que têm suas áreas limitadas por acidentes naturais (bacias, planaltos, chapadas, etc.) ou limites político-administrativos (países, estados, municípios, distritos etc.).
As cartas se diferenciam dos mapas por serem utilizadas na grande maioria das vezes para fins específicos, tendo como objetivo a representação de áreas a partir da sistematização de folhas articuladas, geralmente em grandes e médias escalas. Os limites das cartas são construídos convencionalmente, e todos os demais elementos são padronizados e convencionados para todas as folhas presentes na articulação.

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