terça-feira, 30 de março de 2010

Concursos para TRT/RN e TJ/RN aquecem os cursinhos

Tribuna do Norte:Publicação: 30 de Março de 2010 às 00:00


A simples notícia da abertura de concursos públicos para a área jurídica, para o – Tribunal Regional do Trabalho 21ª Região e Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte – provocou uma corrida de candidatos aos cursos preparatórios em Natal.

Se 2009 foi o ano dos concursos na área de segurança – Polícias Federal, Civil, Rodoviária Federal e para agentes penitenciários -, 2010 poderá ser o ano dos concursos na área do Direito, válidos por quatro anos.

Por enquanto, segundo a assessoria de comunicação do TRT da 21ª Região, não há novidades em relação aos concursos – datas ou números de vagas a serem oferecidas. Sabe-se que o processo seletivo deverá contemplar outras vagas que surgirem durante sua vigência com a criação de sete novas Varas do Trabalho de Natal, Goianinha, Macau e Ceara-Mirim. Mas isso depende da aprovação do Projeto de Lei nº 5.547, que tramita no Congresso, prevendo a criação de 46 novos cargos.

Enquanto novidades não surgem, os cursinhos vão faturando com o crescimento vertiginoso no volume de matrículas, puxado pelos interessados na futuras vagas a serem ofertadas pela área jurídica.

Desde que o boom dos concursos públicos começou, em 2007, principalmente pelos bons salários, estabilidade e benefícios, uma mudança cultural se consolidou na cabeça dos candidatos, como explica o diretor de um dos maiores cursinhos preparatórios de Natal, Aldo Rocha Filho.

“Antigamente, as pessoas só começavam a estudar depois que saía o edital do concurso e, hoje, elas começam a preparação com dois anos de antecedência”.

A expectativa em torno de um concurso para o TRT é sempre grande. Ao ao contrário do TJ, que só oferece vagas para candidatos de nível superior, o Tribunal Regional do Trabalho oferece vagas também de nível médio para os cargos de Técnico Judiciário e Analista Judiciário.

O segmento de cursinhos preparatórios para concursos públicos cresce vertiginosamente no Brasil e hoje movimenta cerca de R$ 2 bilhões/ano. Estima-se que 5% da população brasileira estuda  neste momento para concurso público.

Essa conta ainda não existe no RN, que é um dos estados da Federação preferidos por “concurseiros” de todo o país. Já o mercado de Natal é bipolarizado, ou seja, está nas mãos de dois maiores concorrentes, pois os cursos menores não entram diretamente na disputa pelos concursos na área jurídica. No total, há quatro cursos preparatórios. Aqui, as mulheres já são mais de 60% das matrículas dos cursinhos preparatórios.

 Segundo Aldo Rocha Filho, diretor do IAP Cursos, o perfil dos alunos depende do edital do concurso almejado. A razão dessa procura espetacular é o salário médio do TRT: R$ 4,1 mil por mês para aprovados no nível médio e R$ 6,7 mil para o nível superior. 

Só no IAP há hoje 700 alunos inscritos desde o começo do ano só para o concurso do TRT. Novas turmas estão na agulha para serem abertas.

Professor aconselha candidatos

Marcelo de Barros Dantas, 33 anos, é professor de Direito Processual do Trabalho e Direito do Trabalho. Professor da Farn, ele ainda advoga quando dá tempo. Sua jornada de trabalho começa às 7h30m da manhã e vai até às 22:30. Se dependesse dele, não faria outra coisa, exceto dar aula. É o que gosta de fazer e, a julgar pelas turmas que vem acumulando, o faz bem.

Sempre que inicia uma turma nova, ele não se cansa de repetir que, para passar num concurso público, é preciso DOM:  Determinação, Organização e Metodologia. E justifica:  “Aprovação não cai do céu”.Determinação, para ele, é o tempo destinado ao estudo; Organização é a sequência das matérias a serem estudadas de acordo com os editais e Metodologia é o que orienta o professor na hora de passar o conteúdo das matérias.

“O cursinho entra justamente para dar a metodologia; Determinação e Organização ficam por conta do aluno”, acrescenta.

Foco

Há dois tipos de alunos nos cursinhos preparatórios – os que estudam e trabalham e os que só estudam. Entre os que trabalham e buscam concursos na área jurídica, há os que cursam ou são formados em Direito e, portanto, usam o cursinho como complemento. E há os que só estudam e, portanto, deveriam levar vantagem sobre aqueles que trabalham, pois têm (teoricamente) mais tempo disponível.

Não é o que acontece. Tudo depende da maneira com que cada um efetivamente usa o seu tempo. E o interesse dos candidatos de se aprofundarem em disciplinas extras.

No caso das provas na área do Direito, as matérias vão desde de Raciocínio Lógico e Português -  que não se ensinam na cadeira de Direito das faculdades.

“Há matérias como Direito Processual do Trabalho que produzem muita dificuldade nos alunos leigos”, diz o professor Marcelo Dantas.Outro problema frequente dos candidatos é a falta de “intimidade” com a língua portuguesa. “No caso das provas da área jurídica, o leigo, aquele que não tem muito contato com o mundo jurídico, precisa que alguém traduza muitas coisas do português para o brasileiro”, brinca o professor.

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