Matéria criada pela Sd Glaucia.
O "caso Rafael Mascarenhas" traz  à tona mais uma questão para os policiais: o cabo que abordou o  atropelador do filho da atriz Cissa Guimarães não possuía autorização  para dirigir veículos da Corporação. O caso foi veiculado no Jornal O  Globo, o qual revelou que o policial poderá responder  administrativamente. Isso por que o fato do policial não estar  habilitado a dirigir veículos da corporação, além de ir contra o Código  de Trânsito Brasileiro, configura transgressão disciplinar, podendo  resultar de advertência até prisão.
A resolução 168/04 do Contran  estabelece que os condutores de veículos de emergência terão que  frequentar cursos especilizados. O curso para condutores de veículos de  emergência é regulamentado pela resolução 285/08 do Contran, e é  destinado a preparar o profissional para a atividade de conduzir os  veículos de emergência, como os da polícia e as ambulâncias. 
Ocorre que muitos policiais não  possuem o referido curso, contrariando o que rege as leis. O próprio  Regulamento Disciplinar da PMRN, em seu artigo 6º, afirma que "a  disciplina policial-militar rege-se pela rigorosa observância e  acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições (...)" e  define como transgressão disciplinar (art. 13) "qualquer violação (...)  e qualquer omissão ou ação contrária aos preceitos estatuídos em leis,  regulamentos, normas ou disposições (...)", além de classificar como  transgressão disciplinar "desrespeitar regras de trânsito, medidas  gerais de ordem policial, judicial ou administrativa" (transgressão 79).  
Não é fácil, porém, para um  policial decidir se faz o certo, já que o certo estaria indo de encontro  aos interesses de seus comandantes imediatos. Muitos continuam por  contrariar a resolução do Contran, que estabelece o Curso para  Condutores de Veículos de Emergência, como no caso do cabo da PMERJ. Não  bastasse os processos judiciais que responde por ter aceitado propina  do pai do atropelador do filho da atriz global, o cabo também deverá  responder administrativamente por um ato, talvez conhecedor de seus  comandantes e autorizados por eles, mas que será responsabilizado  sozinho. 
A decisão sobre determinadas  atitudes por parte do policial não é uma tarefa fácil, mesmo sabendo que  estaria cumprindo a lei, objetivo maior de sua profissão. Em um  ambiente militarizado, como o nosso, muitas vezes o policial sofre  perseguição por parte de seus superiores por simplesmente reivindicarem  alguns direitos ou tentarem fazer cumprir o que diz a legislação e os  regulamentos.
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