O primeiro julgamento do caso Celso Daniel - prefeito de Santo André (SP) pelo PT executado a tiros em janeiro de 2002 -, expõe teses distintas acerca do crime, uma do Ministério Público, que considera ter havido crime político, e outra da Polícia Civil de São Paulo, que afirma ter ocorrido crime comum.
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Para o Ministério Público, o assaltante Marcos Roberto Bispo dos Santos - que hoje vai ser julgado no Fórum de Itapecerica da Serra (SP) - fazia parte de uma organização contratada por corruptos para eliminar Celso Daniel porque ele teria tentado dar fim a amplo esquema de desvios de recursos e pagamento de propinas na administração municipal.
Para a polícia, Bispo é "bandido pé-de-chinelo" que integrava quadrilha da Favela Naval, de Diadema, especializada em sequestro sem conotação política.
Francisco Cembranelli, promotor especialmente designado pela Procuradoria-Geral de Justiça para fazer a acusação aos matadores de Celso Daniel, sustenta que parte do dinheiro da corrupção era destinada ao caixa de campanha do PT e outra era depositada em contas pessoais de integrantes da organização.
O advogado de defesa Adriano Marreiro dos Santos diz que não vai confrontar com a promotoria e nem discutir sobre teses. Sua estratégia consiste taxativamente na negativa de autoria. "Marcos Bispo não estava na cena do crime, ele não participou do arrebatamento do prefeito."
Além de Bispo, outros seis acusados foram pronunciados - ou seja, a Justiça quer que eles sejam submetidos a júri popular. Entre os réus está o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, que a promotoria aponta como mandante do assassinato. Todos, exceto Bispo, recorreram da sentença de pronúncia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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