As recentes invasões da Polícia Militar do Rio de Janeiro nas favelas do Alemão e da Vila Cruzeiro na cidade escancararam uma realidade vivida pela polícia diariamente. Bandidos utilizando armas de grande porte, emaranhados nas comunidades e criando poderes paralelos nos morros cariocas. Para enfrentar uma verdadeira guerra contra o tráfico, foi feito o popular Caveirão, blindado usado pelo BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) para incursões em favelas.
O atual modelo passou a ser usado em 2008. Não é um carro comum. Montado sobre o chassi Ford 1722 o carro é feito especialmente para aguentar os mais diversos tipos de danos. Sua blindagem é de nível III, toda feita de chapas de aço balístico capaz de suportar disparos de armas com calibre .30 (metralhadoras de apoio a infantaria, capazes de derrubar aviões). Os vidros também são resistentes, com 56 milímetros de espessura e no meio deles há películas de substâncias bem resistentes, como polivinil butiral, policarbonato e poliuretano. Há ainda pestanas que podem ser baixadas par proteger o pára-brisas. Além disso, tem uma proteção especial em baixo do veículo capaz de resistir a explosões de granadas e minas.
Para que os pneus não se tornem alvos em potencial, já que a carroceria é praticamente impenetrável, eles também recebem um cuidado especial na hora da fabricação. Um anel de aço é instalado entre a roda e o pneu, permitindo uma fuga mesmo com ele furado.
O motivo de tanta proteção seria o terreno do Rio de Janeiro. Com as áreas dominadas pelo tráfico se situando nos morros, os bandidos acabam tendo a vantagem tática de conseguirem observar qualquer um que entra por baixo nas favelas. O Caveirão acaba não sendo um veículo de ataque, mas de proteção aos oficiais que tem o dever de entrar em áreas dominadas pelo tráfico.
Claro que o interesse da polícia não é apenas entrar na favela, mas cumprir a missão que foi dada. O modelo antigo do Caveirão (montada sobre um chassi Volkswagen) levava 11 policiais. O atual modelo carrega 20 oficiais e tem algumas características especiais. O motor de seis cilindros tem 180 cv de potência e é acoplado a um câmbio manual de seis marchas. Apesar de não possuir armamentos, como os blindados militares, o veículo do BOPE possui 20 seteiras (buracos protegidos por portinholas) onde é possível efetuar disparos. Ainda existe a torre, onde um oficial fica posicionado para proteger o veículo em caso de ataque.
Os policiais dentro do modelo também recebem confortos para minimizar situações extremas. O modelo atual conta com ar condicionado e isolante térmico, para evitar o estresse excessivo, principalmente dentro de um veículo todo fechado sob o sol de 40 ºC do Rio de Janeiro.
O blindado vem ainda com uma série de equipamentos para serem usado em missões como pára-choques dianteiro e traseiro com porta-cambão utilizado em resgate, maca com protetor de pescoço, quatro extintores e sirene com megafone.
Claro que o modelo não está sendo vendido. Mas tem preço. O Caveirão atual é feito no Brasil e custou cerca de R$ 360 mil. Além do modelo antigo e do atual, há ainda uma versão compacta, o "blindadinho", usado para patrulhamento em vias e bairros com riscos de ataque aos policiais.
http://msn.icarros.com.br/noticias/noticia.jsp?id=9302
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