Bronca. O general José Elito de Carvalho Siqueira recebeu o primeiro "puxão de orelha" de Dilma |
Ditadura.Presidente repreendeu ministro do Gabinete de Segurança por defender posições da ditadura
José Elito Siqueira disse que sumiço de presos políticos não é vergonha para país
Origem: Jornal O Tempo
Brasília. A presidente Dilma Rousseff repreendeu, ontem, o general José Elito de Carvalho Siqueira, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), por dizer em entrevista, na segunda-feira, que não é motivo de vergonha para o país o desaparecimento de presos políticos durante a ditadura militar (1964- 1985). Foi o primeiro "puxão de orelha" de um ministro do novo governo.
Escolhido para comandar os seguranças e arapongas do governo, José Elito pediu desculpas a Dilma pela declaração polêmica, segundo fontes do Planalto. Ao longo do dia, ele já tinha recebido recados de assessores de que Dilma não gostou do comentário sobre as vítimas do regime militar. Ao ser recebido, à noite, pela presidente, ele chegou a jogar a culpa na imprensa, afirmando que sua declaração foi "mal interpretada". A presidente aceitou a desculpa.
Torturada na época da ditadura, Dilma fez um discurso, no dia da posse, em que afirmou não ter ressentimentos e rancores. Antes mesmo de assumir, ela chamou os comandantes das Forças Armadas para dizer que não haveria "revanchismo" e pedir que não houvesse por parte dos militares "glorificação" do golpe de 31 de março de 1964, que derrubou o presidente João Goulart e implantou uma ditadura de 21 anos no país.
Desde a distensão política, no final dos anos 1970, famílias de adversários da ditadura e entidades de direitos humanos cobram do Estado brasileiro a localização dos restos mortais de 138 vítimas da repressão consideradas "desaparecidas políticas".
Comissão da Verdade. No mesmo dia em que o general José Elito de Carvalho Siqueira minimizou o desaparecimento dos presos políticos, a petista gaúcha Maria do Rosário assumiu a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República deixando claro que vai trabalhar pela criação da Comissão da Verdade para apurar os crimes cometidos durante a ditadura militar.
Apesar do discurso duro, Maria do Rosário tentou mostrar que o atual momento é de diálogo e sem espaço para revanches. Nos últimos anos, o tema tem sido motivo de embates entre a pasta dos Direitos Humanos e a da Justiça, criando problemas políticos para o governo Lula.
Sobre a abertura de arquivos das Forças Armadas, Maria do Rosário disse que isso faz parte de um amplo debate, sem contradições ou desavenças. "Hoje, no governo, não temos qualquer contradição entre setores dos Direitos Humanos e das Forças Armadas. Somos parte de um mesmo projeto nacional de democracia", afirmou.
Escolhido para comandar os seguranças e arapongas do governo, José Elito pediu desculpas a Dilma pela declaração polêmica, segundo fontes do Planalto. Ao longo do dia, ele já tinha recebido recados de assessores de que Dilma não gostou do comentário sobre as vítimas do regime militar. Ao ser recebido, à noite, pela presidente, ele chegou a jogar a culpa na imprensa, afirmando que sua declaração foi "mal interpretada". A presidente aceitou a desculpa.
Torturada na época da ditadura, Dilma fez um discurso, no dia da posse, em que afirmou não ter ressentimentos e rancores. Antes mesmo de assumir, ela chamou os comandantes das Forças Armadas para dizer que não haveria "revanchismo" e pedir que não houvesse por parte dos militares "glorificação" do golpe de 31 de março de 1964, que derrubou o presidente João Goulart e implantou uma ditadura de 21 anos no país.
Desde a distensão política, no final dos anos 1970, famílias de adversários da ditadura e entidades de direitos humanos cobram do Estado brasileiro a localização dos restos mortais de 138 vítimas da repressão consideradas "desaparecidas políticas".
Comissão da Verdade. No mesmo dia em que o general José Elito de Carvalho Siqueira minimizou o desaparecimento dos presos políticos, a petista gaúcha Maria do Rosário assumiu a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República deixando claro que vai trabalhar pela criação da Comissão da Verdade para apurar os crimes cometidos durante a ditadura militar.
Apesar do discurso duro, Maria do Rosário tentou mostrar que o atual momento é de diálogo e sem espaço para revanches. Nos últimos anos, o tema tem sido motivo de embates entre a pasta dos Direitos Humanos e a da Justiça, criando problemas políticos para o governo Lula.
Sobre a abertura de arquivos das Forças Armadas, Maria do Rosário disse que isso faz parte de um amplo debate, sem contradições ou desavenças. "Hoje, no governo, não temos qualquer contradição entre setores dos Direitos Humanos e das Forças Armadas. Somos parte de um mesmo projeto nacional de democracia", afirmou.
http://cabofernandodareserva.blogspot.com/2011/01/dilma-puxa-orelha-de-general.html
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