Deverá sair em dois meses a sentença para os policiais civis Eduardo Madureira dos Santos, Júlio Marcos
Macena dos Santos e a escrivã Indhira Ribeiro Dantas. Os três negaram durante mais uma audiência, na manhã desta quarta-feira (05) no Fórum de Petrolina, que teriam torturado o jovem Diego Pereira Cruz, 19 anos.
Ele e um amigo, José Alex Soares, 19, foram confundidos com assaltantes do posto de combustível Umburuçu, em janeiro do ano passado. Os dois jovens foram perseguidos e agredidos por funcionários do posto e pelo bombeiro militar da Bahia, Gracenildo Rodrigues. José Alex acabou morrendo devido aos ferimentos.
Em depoimento, os policiais afirmaram que em nenhum momento deixaram a sede da delegacia de plantão de Petrolina e que as chaves da viatura supostamente utilizada no dia estariam de posse do delegado Erlon Cícero Ferreira da Silva. Além disso, Júlio Marcos afirmou que Diego Cruz costumava “inventar histórias” e teria um histórico clínico psiquiátrico por conta da separação de seus pais.
De acordo com o testemunho do delegado Erlon Cícero, as chaves da viatura caracterizada estariam em sua posse, mas havia outros carros descaracterizados à disposição. Inquiridos pelo Promotor Lauriney Reis Lopes, também foram chamados a depor um dos companheiros de cela de Diego no dia de sua prisão, José Hilton Barros da Silva, e o delegado Jean Rockfeller, que presidiu o inquérito que apurava as circunstâncias do crime, cuja conclusão inocentou o estudante e seu amigo, José Alex, morto em decorrência das agressões sofridas.
De acordo com José Hilton, não era possível identificar os policiais que estiveram em contato com a vítima mas, segundo ele, Diego Cruz deixou a cela duas vezes, afirmando ter sido espancado em ambas as ocasiões ao retornar à delegacia. Já Rockfeller lembrou de um dos detalhes que permanecem como mistério no inquérito concluído no ano passado: o GPS da viatura, cujos dados gravados entre os dias 10 e 12 de janeiro, período em que teriam ocorrido os crimes, foram perdidos.
De acordo com o juiz Edilson Rodrigues, a apuração dos detalhes está concluída, e somente resta pendente a confirmação sobre se o estudante realmente foi submetido a um acompanhamento psiquiátrico durante o ano de 2007. “O caso é delicado e preciso de bastante cuidado antes de julgar os envolvidos. Analisarei a questão com cuidado durante o período em que estarei de férias, no mês de fevereiro, e, quando voltar, a sentença será anunciada”, garantiu. (com informações do DP)
Fonte: Blog do Carlos Brito
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