LEIA A ENTREVISTA COM UMA DAS VÍTIMAS DO ATAQUE A BANCO NA CIDADE DE VALE DO SOL NO RS. BANDIDOS FORTEMENTE ARMADOS TENTARAM EXPLODIR A AGÊNCIA, PRENDERAM A VIATURA DA BRIGADA MILITAR E USARAM ESCUDO HUMANO PARA TIROTEAR COM A POLÍCIA.
“Ele escorou o fuzil sobre meu ombro e começou a atirar” - ENTREVISTA: Paulo Schmidt, refém - Zero Hora, 05/08/2010.
Horas depois de passar minutos de pânico na mira de fuzis, o motorista Paulo Rogério Schmidt, 51 anos, ainda tremia. Ele conversou com Zero Hora:
Zero Hora – Como foi a abordagem dos criminosos?
Paulo Schmidt – Quando eu saí da prefeitura vi um homem correndo no meio da rua. Um dos passageiros disse que devia ser um morador e eu segui. Só vi o fuzil quando estava em frente ao banco, aí já tinha mais dois mirando o micro-ônibus.
ZH – Eles foram agressivos?
Schmidt – Não. Eles mandaram os pacientes saírem e eu tive que manobrar o veículo, para fechar a rua. Eu desci e eles disseram para ficar tranquilo porque eles não iam nos matar, diziam que queriam só o dinheiro.
ZH – Como os pacientes foram tratados?
Schmidt – Quando perceberam que eram pessoas doentes eles até ofereceram água e remédios para dor. Duas pessoas puderam sair da lateral do ônibus e se sentar em um banco. Acho que não queriam nos ferir mesmo, queriam nos usar como proteção.
ZH – Eles estavam nervosos?
Schmidt – No início não, mas acho que o plano deles não saiu bem como queriam. Eles gritavam para outros dois, que estavam dentro do banco, andarem logo com a explosão. Então nos mandaram tapar os ouvidos e veio um barulho ensurdecedor.
ZH – Quando o senhor teve mais medo?
Schmidt – Quando a polícia chegou e eles começaram a trocar tiros. Um deles me pegou pelo casaco e me levou para a traseira do ônibus, me usando como escudo. Ele escorou o fuzil sobre o meu ombro e começou a atirar. Acho que foram mais de trinta tiros assim. Era muito barulho.
ZH – Como se sente agora?
Schmidt – Sempre tive medo de dirigir em Porto Alegre, de ser assaltado, mas não imaginava que isso ia acontecer aqui.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Enquanto a bandidagem se arma e a violência aumenta, os Poderes de Estado continuam cegos, ausentes, omissos, benevolentes e desprezando os instrumentos de coação, justiça e cidadania com responsabilidades reais na preservação da ordem pública. E o cidadão...Este continua refém da falência do Estado e da ousadia da bandidagem.
http://blogdainseguranca.blogspot.com/2010/08/escudo-humano-ele-escorou-o-fuzil-sobre.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário