O ouvidor geral da Polícia, Geraldo Soares Wanderley vai solicitar ao Ministério Público e à Corregedoria da Polícia Militar providências a respeito do espancamento do auxiliar de serigrafia Fernando Mendonça de Moura, 35.
Fernando deve passar por uma cirurgia hoje, no Hospital Walfredo Gurgel. Ele corre o risco de perder a visão do olho esquerdo diante do espancamento que sofreu na madrugada de sexta-feira (1), durante um comício em Carnaúba dos Dantas, região do Seridó. “Foram policiais militares que me agrediram até eu perder a consciência. Foram quatro pontos ao lado do olho”, contou a vítima.
Fernando disse que havia tomado três cervejas e se envolveu em uma discussão com outro rapaz. “A polícia foi chamada e eu corri com medo. Dois PMs me pegaram na calçada e me bateram muito”.
A vítima lembrou que apanhou tanto que o rosto ficou todo ensanguentado. “Estava nas proximidades da casa de meu pai. Um vizinho ao me ver ser espancado disse: “não façam isso. Não matem o rapaz”.
Debilitado, Fernando tem receio de perder a visão. Visivelmente abalado, chorou muito durante entrevista à Tribuna do Norte e afirmou que não tem dúvidas de que foram policiais militares que o espancaram. “Eles são lotados lá em Carnaúbas dos Dantas. Um é baixinho e usa óculos e o outro é magro e alto”, detalhou.
Sem carteira assinada, Fernando trabalha em uma serigráfica quando aparece serviço e recebe um salário mínimo quando tem trabalho. Filho de uma família simples, a vítima gastou R$ 100 em medicamentos e não será suficiente. “Ainda terei que comprar mais remédios”.
De acordo com o receituário assinado pela médica Sônia Umberlino Mendes que atendeu à vítima na unidade hospitalar, “o paciente sofreu trauma contuso em face”.
Geraldo Wanderley ficou indignado com o que presenciou. O rosto do rapaz estava muito inchado, apesar de já terem passados quatro dias do espancamento. “Não podemos permitir que isso ocorra. Espero que o MP instaure procedimento criminal”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário