Banco Central não descarta venda do Panamericano por Silvio Santos
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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sinalizou nesta quinta-feira que o Grupo Silvio Santos poderá ter que se desfazer do controle do Banco Panamericano para pagar a dívida com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Na noite de terça-feira, o Panamericano anunciou a injeção de 2,5 bilhões de reais no banco pelo Grupo Silvio Santos, que está tomando um empréstimo do FGC. Como garantia, o empresário -dono da rede de televisão SBT- colocou seu patrimônio.
O aporte no Panamericano foi necessário após a identificação de que o banco mantinha em seu balanço como ativos carteiras de crédito que já haviam sido vendidas a outros bancos. Também houve duplicação de registros de venda de carteiras. Com isso, o resultado da instituição financeira era inflado.
Meirelles disse que "é possível" que a Caixa Econômica Federal -que em dezembro de 2009 comprou 49 por cento do capital votante do Panamericano- irá gerir o Panamericano com um outro sócio, na medida em que o controlador talvez tenha que vender sua participação no banco para pagar o FGC.
A Caixa descarta colocar mais dinheiro no Panamericano e também assumir o controle do banco, disse à Reuters na quarta-feira uma fonte com conhecimento do assunto, sob condição de anonimato.
As ações do Panamericano subiam 8,39 por cento às 11h57, a 5,17 reais, depois de terem desabado 29,5 por cento na quarta-feira.
(Reportagem de Isabel Versiani; texto de Cesar Bianconi; Edição de Aluísio Alves)
Efeito Panamericano murcha e índice fecha quase estável
Reuters/Brasil Online
Por Aluísio Alves
SÃO PAULO, 10 de novembro (Reuters) - Amparada pela recuperação de Wall Street e de ações domésticas ligadas a commodities, a Bovespa virou na última hora do pregão e fechou praticamente estável, mesmo depois do susto com uma fraude bilionária no Banco Panamericano.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, caiu 0,06 por cento, para 71.638 pontos. O giro financeiro da sessão ficou em 7,31 bilhões de reais.
Ações de grandes bancos, que puxaram a queda do índice na véspera, em meio a rumores de que algo relevante seria divulgado pelo Banco Central, se recuperaram, após o BC afirmar que o rombo que levou o Panamericano a receber um aporte de 2,5 bilhões de dólares era algo isolado.
Em destaque, Bradesco subiu 1,4 por cento, a 36,50 reais, e Itaú Unibanco teve ganho de 1,16 por cento, cotado a 42,85 reais.
"Deu uma acalmada no setor e a bolsa se aguentou, também por causa de Nova York", disse Américo Reisner, operador da corretora Fator.
De todo modo, a ação do Panamericano, controlado pelo Grupo Sílvio Santos, tombou 29,5 por cento, a 4,77 reais. Papéis de outros bancos de médio porte, como Sofisa e BicBanco, caíram entre 4 e 5 por cento, em meio a expectativas de que o custo de captação dessas instituições deve subir, por temores de que estes também tenham "esqueletos no armário".
Na contramão da queda registrada pelo índice de commodities, ações de companhias domésticas ligadas a mineração e siderurgia tiveram um dia positivo. Gerdau ganhou 2,35 por cento, a 23,09 reais. Um pouco atrás, o papel preferencial da Usiminas cresceu 1,07 por cento, a 22,70 reais.
Também contribuindo com pontos positivos para o índice, Vivo ganhou 3,1 por cento, a 52,79 reais, após a companhia anunciar que encerrou o terceiro trimestre com resultado acima do esperado pelo mercado, com um salto de 80,9 por cento no lucro líquido.
BM&FBovespa também apareceu em destaque por causa dos resultados trimestrais, mas negativo. Sua ação caiu 3,36 por cento, a 13,23 reais, após a companhia ter anunciado na véspera que fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de 293,2 milhões de reais, montante 18,8 por cento superior ao observado em igual etapa de 2009.
As blue chips fecharam com variações modestas. O papel preferencial da Petrobras oscilou positivamente em 0,04 por cento, para 27,13 reais, enquanto a da Vale avançou 0,32 por cento, para 49,85 reais.
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