Várias pessoas informaram que os policiais estariam obrigando as mulheres a tirarem as roupas. Comando do 9º BPM afirma que vai apurar denúncias.
Os moradores da Favela do Detran, na Cidade da Esperança, estão acusando policiais militares de abusos durante as abordagens realizadas, principalmente, na madrugada. De acordo com alguns deles, os PMs chegam a obrigar as mulheres a tirarem as roupas. O comando do 9º BPM, responsável pelo setor, informou que não tem conhecimento desse tipo de ação.
Na manhã desta quarta-feira (10), a reportagem do portal Nominuto.com esteve na Favela do Detran, na Zona Oeste de Natal, e conversou com alguns moradores. Assustados e sem querer revelar a identidade, vários deles contaram que tiveram suas casas invadidas.
“Eles chegam e invadem as casas. Algumas mulheres foram obrigadas a tirar a roupa para que eles fizessem revista, mas a gente sabe que isso tem que ser feito por policial mulher”, conta uma moradora.
A jovem revela que nesse tipo de situação a única saída é retirar a roupa. Até mesmo uma criança contou à reportagem o que viu: “um dia desses os policiais viram uma mulher na rua e passaram mão nos peitos dela”.
Existem até relatos de que na semana passada duas moradas de uma vila foram abusadas sexualmente. A equipe do portal foi até o local, mas não localizou as supostas vítimas. No entanto, os moradores da vila também informaram sobre o tipo de abordagem realizada.
Foto: Thyago Macedo
O Nominuto.com conversou com o comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Sairo. Ele afirmou que pela primeira vez estava recebendo esse tipo de denúncia.
“Esse é o tipo de informação que será objeto de investigação. Hoje mesmo vamos entrar em contato com a inteligência para apurar se realmente aconteceu. O que posso dizer é que se for comprovado esse tipo de atitude, o policial será devidamente punido”, relata.
Ainda de acordo com o oficial, nos oito meses em que está à frente do 9º BPM, nunca um morador o procurou para reclamar das abordagens, principalmente, com caráter sexual.
“É importante que a pessoa que está se sentindo ofendida nos procure. Caso tenha medo ou desconfiança em relação aos policiais do batalhão vão até a Corregedoria”, destaca. Ao portal, os moradores da Favela do Detran disseram que não denunciavam polícia porque tinham medo.
“Quem é doido de denunciar um policial, pra morrer?”, questionou um homem, que terá identidade preservada. Em relação a isso, o tenente-coronel Sairo lembrou que a Corregedoria tem um sistema de proteção as vítimas de abuso e segurança necessária para os casos de denúncias.
“Esse tipo de denúncia que muitas vezes não passa de ‘falácias’ é para os bons policiais causa nojo. Isso ofusca o bom trabalho que vem sendo realizado diariamente em todos os batalhões de área da Polícia Militar”, lamentou.
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