quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mãe clama por lugar para tratar filha de 15 anos viciada em crack

Silvania Angélica afirma que não tem condições de segurar filha em casa e tem medo que ela possa matá-la. Menina se prostitui para comprar drogas.

Por Thyago Macedo
Fotos: Thyago Macedo
Adolescente viciada tentou bater na mãe com correntes.
A dependência química é uma realidade em muitas famílias brasileiras. Em alguns casos, os pais abandonam os filhos e desistem de lutar para recuperá-los. Mas, em outros casos, os pais são capazes de dar a vida para não vê-los morrer reféns das drogas. Essa é a situação da costureira Silvania Angélica, que há nove meses descobriu que a filha de apenas 15 anos é viciada em crack.

“Eu desconfiava há algum tempo, mas, só tivemos a certeza quando ela passou 24 dias desaparecida. Isso aconteceu em agosto e nós a encontramos em Ponta Negra, onde estava se prostituindo para manter o vício”, afirma a mãe.

Silvana Angélica explicou que sua filha começou usando maconha, mas, agora está viciada em crack. “Minha menina era atleta, jogava vôlei e, inclusive, tinha sido aprovada nas olimpíadas de matemática. Mas, infelizmente, a realidade hoje é outra”, lamenta.

Na manhã desta terça-feira (13), Silvana conversou com a reportagem do Nominuto.com e contou os momentos de sofrimento que tem passado nos últimos dias. “Não tenho mais condições de segurá-la em casa. Ela até já me ameaçou com uma corrente. Nem mesmo as facas eu a deixo pegar mais”, relata.

A situação na casa da costureira também afetou o outro filho, um menino de 13 anos. “Ele não quer mais voltar para casa. Agora, está morando com a minha mãe, porque não aguenta essa situação”, afirma.

Desde a última sexta-feira (9), Silvania tem tentado manter a filha dentro de casa e, consequentemente, longe das drogas. “O último dia que ela usou foi na sexta-feira, pois chegou em casa transtornada. Agora, ela está bastante assustada e se diz perseguida. Inclusive, começou a raspar os cabelos. Minha filha tinha uns cabelos longos e lindos, mas, cortou quase todo”.

Enquanto Silvania conversava com a reportagem, a filha dormia. “Ela está deitada, mas, nem sei o que possa acontecer quando acordar. Não tenho mais condições de manter ela presa. Se ela por acaso tentar me matar, vou ter que deixar sair”.

A mãe conta que por várias vezes já foi ao Conselho Tutelar da Cidade da Esperança. No entanto, até agora, nada se resolveu. “Eles me mandarameu ir para Casa Renascer, mas, lá não tinha vaga e me mandaram voltar. Agora, não sei mais o que fazer, estou desesperada e preciso de ajuda”.

O Nominuto.com entrou em contato com o Conselho Estadual de Entorpecentes (Conen) e foi informado o órgão terá condições de atender Silvania e sua filha. De acordo com o presidente em exercício do Conen, o sargento da PM Vantuil Carvalho, tanto a mãe quanto a adolescente de 15 anos serão recebidas nesta semana e a menina poderá ser encaminhada para tratamento.



“O Conselho vem trabalhando em uma campanha de divulgação e participação da sociedade. Então, é importante que famílias como essa, participem e nos procurem porque só assim vamos ter condições de atender”, destaca.

Atualmente, o Rio Grande do Norte dispõe de poucas unidades de atendimento a usuários de drogas. “Nós temos os Hospitais João Machado e Onofre Lopes, que fazem esse atendimento, e dois Centros de Atenção Psico-social, um na zona Norte e outro na zona Leste de Natal”.

Vantuil Carvalho lembrou que a deficiência é tão grande que não existe nem mesmo uma unidade para atendimento a mulheres. “Nós precisamos criar uma rede, formar um núcleo de informações, para que assim o combate às drogas seja mais forte”.

Além dessas unidades citadas pelo presidente do Conselho de Entorpecentes, ele lembra que algumas igrejas do Estado dispõem de comunidades terapêuticas, com ajuda de recursos federais.

No caso de Silvania, ela mesma reconhece que o caso da filha de 15 anos é grave. “Não quero que minha filha vá a uma psicóloga e volta pra casa. O caso dela é grave, ela precisa de tratamento urgente”.

A costureira informou que nunca viu nenhum traficante indo até a sua casa. Porém, ela afirma que outras pessoas viciadas estiveram na residência à procura da adolescente. “Tivemos que fazer um esforço muito grande e subir um muro na frente da casa”, disse.

Questionada como a filha conseguia dinheiro para usar drogas, Silvania destacou: “infelizmente, tenho certeza que ela se prostitui para arrumar dinheiro e comprar a droga”.

Fonte: nominuto

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