sábado, 9 de outubro de 2010

Policiais suspeitos de balear juiz serão transferidos para Bangu 8



Eles se entregaram à Justiça do Rio na noite desta sexta-feira (8).
Os dois tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias.

Do G1 RJ

A Polícia Civil do Rio confirmou, na tarde deste sábado (9), que os dois policiais suspeitos de balear um juiz e duas crianças numa blitz, na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, serão transferidos para o presídio Bangu 8, na Zona Oeste. Segundo a polícia, eles estão na Divisão de Anti-Sequestro (DAS) e deverão ser transferidos ainda neste sábado.

Os dois agentes se entregaram à Justiça do Rio na noite de sexta-feira (8), segundo informou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Eles tiveram a prisão temporária decretada pelo juiz Fábio Uchôa.

Segundo o juiz, a prisão temporária é por 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30. Ao decretar a medida, Fábio Uchôa considerou que os suspeitos demonstraram a intenção de prejudicar as investigações.

Em depoimento à polícia, os agentes contaram que trocaram tiros com ocupantes de um carro escuro. A informação dos policiais foi negada pelo juiz que foi vítima do confronto e por uma outra testemunha.
O juiz Marcelo Alexandrino da Costa estava em seu carro junto com seu filho de 11 anos e a enteada, de 8, quando passou por uma blitz na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá. Na ocasião, os três foram baleados. Segundo a Justiça, aos parentes e médicos, o magistrado teria dito que pensou estar diante de uma falsa blitz realizada por criminosos.
Os dois agentes presos são da 41ª DP (Tanque), e já estavam afastados das ruas desde o episódio. De acordo o TJ, para o juiz Fábio Uchôa, do 4º Tribunal do Júri, "os policiais têm instinto homicida e envergonham a Polícia Civil do Rio de Janeiro".
O magistrado ressaltou ainda a brutalidade com que o crime foi praticado. "Observa-se que o crime foi praticado com extrema brutalidade, onde os indiciados, com verdadeiro instinto homicida e investidos da Autoridade do Estado, envergonhando a instituição da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que é uma das melhores do país, efetuaram diversos tiros de fuzil contra as vítimas indefesas e seus familiares, que se encontravam fugindo de uma suposta falsa blitz realizada por marginais, sem apresentar a menor chance de defesa às vítimas, que estavam de costas, nos interiores de seus respectivos automóveis, fugindo de seus algozes, sem poderem imaginar que os autores daquela brutalidade fossem justamente os representantes do Poder Público, que deveriam estar ali para zelar, proteger e dar segurança a elas”, argumentou.
Observa-se que o crime foi praticado com extrema brutalidade, onde os indiciados, com verdadeiro instinto homicida e investidos da Autoridade do Estado, envergonhando a instituição da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que é uma das melhores do país, efetuaram diversos tiros de fuzil contra as vítimas indefesas e seus familiares"
juiz Fábio Uchôa, do 4º Tribunal do Júri
Policiais foram indiciados
Na quarta-feira (6), os policiais já tinham sido indiciados pela Corregedoria Interna da Polícia Civil do Rio por tentativa de homicídio.

Segundo a polícia, a perícia feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) confirmou que as balas que atingiram o juiz e sua enteada partiram do fuzil que estava com um dos agentes. A polícia ainda não sabe de onde partiu o tiro que atingiu o filho do juiz de 11 anos.

Em nota oficial, a Polícia Civil informou, ainda, que o outro policial foi indiciado porque fez disparos e sustentou a versão de uma troca de tiros com os ocupantes de um Honda civic. De acordo com os peritos, os cartuchos arrecadados no local eram dos fuzis que estavam com eles. Os policiais foram ouvidos na tarde de terça-feira (5), na Corregedoria de Polícia Civil, e negaram as acusações.

O crime aconteceu na noite de sábado (2), na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, na pista sentido Zona Oeste. Uma testemunha, que também teve o carro atingido por balas, confirmou na 41ª DP que os tiros partiram de policiais.  Dois dias após o tiroteio, o chefe da Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, exonerou o delegado Fábio da Costa Ferreira do cargo de titular da 41ª DP (Tanque).

Juiz diz que 'agente público' atirou contra ele
O juiz Marcelo Alexandrino da Costa Santos escreveu uma nota confirmando que os disparos contra ele e sua família foram feitos pela polícia. No texto, ele afirma que "nada há de mais aterrador do que a imagem de um agente público, que de nós deveria cuidar, disparando arma de fogo, com a intenção de matar, contra um casal de bem e suas crianças inocentes".

No comunicado, o magistrado agradece as manifestações de solidariedade e pede que a população continue "orando" e enviando "vibrações positivas" para sua família. A nota foi divulgada a pedido do juiz pela assessoria do Hospital Pasteur, no Méier, onde o magistrado continua internado
Segundo a assessoria do hospital, o quadro de saúde do juiz é estável. Marcelo está com um dreno no pulmão, faz fisioterapia e também é atendido por psicólogoso, porque está muito abalado. O magistrado, ainda de acordo com os médicos, se recupera bem.

Já as crianças - a menina, de 8 anos, e o menino, de 11 - seguem internadas no CTI pediátrico do Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, elas respiram sem auxílio de aparelhos e não correm mais risco de vida. Segundo os médicos, os dois estão internados lado a lado, e já conversam.


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