Laudo de exame necroscópico assinado pela perita Maria Lucemere Mora Rolim aponta que o detento André Wagner Ferreira da Silva, morto no dia 22 de agosto depois de passar sete dias internado no Hospital Santa Catarina, foi vítima de tortura dentro da Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta. André da Silva estava preso desde o dia 1º de julho, por ter matado e decepado a cabeça da mulher, na casa onde moravam, no conjunto Santarém, Zona Norte de Natal.
O laudo de nº 01.01069.08/10 descreve, entre outras coisas, que o corpo do presidiário apresentava 51 queimaduras no dorso e membros superiores e inferiores, sangramento no ânus e outras queimaduras de 1º ao 5º grau em outras partes e edema na bolsa escrotal.
A irmã do presidiário, Nadja Ferreira da Silva, recebeu ontem à tarde uma cópia do original, assinada pelo médico legista Manoel Virgulino da Silva Filho. Ela disse que o resultado do laudo comprova a preocupação de sua mãe Marisa Ferreira da Silva, com as condições em que o filho foi encontrado numa das celas do presídio de Alcaçuz. A irmã se queixa da direção da penitenciária, que chegou a insinuar que a mãe dele “andava conversando muita besteira”.
Nadja da Silva confirmou que que hoje de manhã, às 9 horas, terá uma reunião com o coordenador estadual de Direitos Humanos da Secretaria de Justiça e Cidadania, Marcos Dionísio Caldas, para expor o caso. “Mataram meu irmão como se fosse um bicho”, emocionou-se ela, ao falar por telefone com a TRIBUNA DO NORTE.
No laudo, consta que André da Silva morreu de traumatismo cranioencefálico, causado por ação contundente.
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